1ª Legislatura
1ª Legislatura | |
1947-1951 | |
Presidente | Rolf Colin |
Número de Vereadores | 13 |
Vereador mais votado | Pedro Colin |
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A 1ª Legislatura teve 13 vereadores. Foi eleita em 1947, sendo instalada no dia 22 de dezembro do mesmo ano. A Legislatura seguinte tomou posse 6 de fevereiro de 1951.[nota 1]
Eleições
As eleições para vereador ocorreram em 23 de Novembro de 1947.A votação por legenda ficou assim:
Legenda | UDN | PSD | PTB | PRP | Nulos | Em Branco | TOTAL |
Votos | 5.303 | 3.171 | 552 | 461 | 163 | 73 | 9.723 |
Vereadores | 9 | 4 | 0 | 0 | X | X | 13 |
O Vereador Mais votado foi Adhemar Garcia, com espantosos 1438 votos (14,79% do total de votos).[1]
Mesa Diretora
Presidente | Vice-Presidente | 1º Secretário | 2º Secretário |
Rolf João Max Colin | Francisco Eberhardt | Albano Schulz | Gustavo Schossland |
Vereadores
- Ademar Garcia - PSD - 1438 votos
- Afonso Jahn - UDN - 323 votos
- Albano Schulz - UDN - 504 votos
- Alfredo Zimermann - UDN - 302 votos
- David Ernesto de Oliveira - PSD - 273 votos
- Francisco Eberhardt - UDN - 522 votos
- Frederico Trapp - PSD - 230 votos
- Gustavo Schossland - UDN - 648 votos
- Henrique Meyer Júnior - UDN - 755 votos
- Levino Dressel - UDN - 450 votos
- Plácido Olímpio da Nóbrega de Oliveira - UDN - 286 votos
- Rodrigo Oliveira Lobo - PSD - 334 votos
- Rolf João Max Colin - UDN - 629 votos
Suplentes empossados
- Alois Kahlhofer Filho - PSD - Em 1949, assumiu a vaga de Frederico Trapp[2]
- Alfredo Pasold - UDN - Seu nome consta entre os vereadores presentes na Sessão de 3 de maior de 1949. [3]
- Edgar Klein - PSD - Ele consta como vereador na votação do projeto do subsídio aos vereadores.[4]
- Fernando Nunes de Santana PSD - aparece como vereador em um projeto de 1950.
- Henrique Schneider Jr. - PSD - Tomou posse no lugar de David Ernesto de Oliveira, que licenciou-se.
- Manuel A. da Luz Fontes - UDN
- Xaver Arp Drolshagen - UDN[nota 2]
Aconteceu Nessa Legislatura
Eleição da Mesa Diretora e Comissões
A eleição para a mesa e comissões foi feita em fevereiro de 1949, com os seguintes resultados:
- Presidente: Rolf Colin - 7 votos | Plácido Olímpio - 1 voto
- Vice Presidente: Francisco Eberhardt - 7 votos | Plácido Olímpio - 1 voto
- 1º Secretário: Albano Schulz - 7 votos | Plácido Olímpio - 1 voto
- 2º Secretário: Gustavo Schossland - 7 votos | Plácido Olímpio - 1 voto
COMISSÔES
- Constituição, Legislação e Justiça: Plácido (Presidente), Albano e Rodrigo Lobo.
- Finanças, Orçamento e Contas do Município: Plácido (Presidente), Henrique Meyer e Henrique Schneider.
- Educação, Saúde e Assistência Social:Albano (Presidente), Gustavo e Rodrigo Lobo.
- Viação, Obras Públicas, Agricultura, Comércio e Indústria: Henrique Meyer (Presidente), Albano e Henrique Schneider.
- Redação e Leis: Plácido (Presidente), Henrique Meyer e Rodrigo Lobo.[5]
O Brasão de Joinville
- Ver artigo principal: O Brasão de Joinville
Em 1929 tramitou na Câmara de Vereadores o projeto de criação do Brasão de Armas de Joinville, obra de Afonso de Taunay.[7] O Projeto se transformou na Resolução Nº 433, de abril de 1929,[6] que oficializou o brasão como símbolo municipal. Assim foi até 1937, quando a Constituição Federal criada pelo Estado Novo de Vargas aboliu os símbolos e hinos estaduais e municipais.
Foi durante a 1ª Legislatura pós-Vargas que o brasão foi restaurado à condição de símbolo municipal através da Lei Nº 71, votada na Câmara de Vereadores em 1948.[8]
Entidadas Esportivas Isentadas de Impostos Municipais
Em maio de 1949, a Câmara recebeu do executivo um projeto de lei contendo pedido de dispensa dos impostos de conservação de ruas e imposto territorial urbano por parte do Caxias Futebol Clube. O ofício do Caxias foi assinado por Ernesto Schlemm Sobrinho (dono das terras onde se localizava o estádio "Ernestão") e o presidente do clube, Frederico Schwartz. O projeto foi aprovado e se tornou a lei 130/1949, que isentava todas as entidades desportivas dos mesmos impostos já citados.[9]
Feriado Municipal em Nove de Março
Um ano antes do centenário de Joinville, os vereadores Plácido Olímpio de Oliveira e Gustavo Schossland apresentaram o projeto 185/50, que declarava o Nove de Março um feriado Municipal, por demarcar a "fundação" da cidade. [10] O projeto foi aprovado e originou a lei 184/1950, sancionada só em 18 de março, tarde demais para 1950, mas o feriadão do centenário estava garantido.[11]
Eleições Indiretas para Prefeito
Em 1950 houve a muito comentada, mas não inesperada, renúncia do prefeito João Colin, apresentada à Câmara em 29 de março de 1950. A imprensa trazia rumores de uma possível candidatura de Colin ao governo do estado pela UDN, um cargo que Irineu Bornhausen também desejava disputar pelo mesmo partido. Com a renúncia do prefeito, o primeiro na linha de sucessão era o Rolf Colin, primo de João Colin, mas este declinou. Foi necessária então uma eleição, que se daria por voto indireto. Os vereadores escolheram o novo prefeito na mesma sessão que recebeu a renúncia. Suspensa a sessão por 10 minutos, nomes foram escolhidos e os vereadores Albano Schulz e Henrique Meyer Júnior foram designados para realizar a apuração. Por unanimidade, Emílio Stock Júnior foi o eleito.[12] No dia 30, uma sessão extraordinária realizou a posse do novo prefeito, num ato desprovido de solenidades à pedido de Emílio. [13][nota 3]
Subsídios para Vereadores
- Ver artigo principal: Projeto de Lei 240/1950
Em Novembro de 1950, os vereadores votaram um projeto que estabeleceu um subsídio mensal para os vereadores, composto por uma parte fixa e outra variável. Isso acabou gerando problemas para vereadores eleitos para a legislatura seguinte: Os que já exerciam funções públicas não podiam renunciar ao subsídio de vereadores, não podiam acumular dois cargos remunerados e dificilmente poderiam deixar seu outro cargo para sobreviver somente com a baixa remuneração que esse subsídio de vereador representava. Com isso, três vereadores eleitos pelo PSD no pleito de outubro de 1950 ficariam impedidos de assumir seus cargos.[4]
Feriados Municipais
- Ver artigo principal: Feriados Municipais em 1950
Em 1950, dois projetos regulando os feriados municipais tramitaram na Câmara de Vereadores. O primeiro regulamentava o feriado de aniversário de Joinville,[14] enquanto o segundo aprovou mais três em datas religiosas:
- 2 de novembro - Finados
- Data Móvel - Sexta-feira da Paixão
- Data Móvel - Ascensão de Nosso Senhor.[15]
Os projetos com o tema foram impulsionados pela lei federal Nº 65, de 1949, que no seu 11º parágrafo regulamentava que os feriados civis seriam de competência federal, enquanto que os religiosos seriam municipais, possibilitando respeitar os costumes locais de cada cidade. Os feriados municipais estavam limitados a sete no máximo.[16]
Subvenções para Clubes Desportistas Disputarem Estaduais
- Ver artigo principal: Projeto de Lei 218/1950
Em 1950, após um requerimento encaminhado pelo Sâo Luiz Atlético Clube solicitando subvenção para disputar o estadual de Vôleibol em Tubarão, outros dois clubes enviaram semelhante solicitação, o Cruzeiro do Sul e o Palmeiras. As petições foram reunidas no projeto 218/1950, que ajudava financeiramente as três entidades solicitantes. O Palmeiras, que disputava o título estadual de Basquete, sagrou-se campeão.
Vereador Abandona Legislatura
Em termos de comparecimento às Sessões, o pessedista David Ernesto de Oliveira não era um vereador exemplar, ausentando-se da Câmara por dois períodos legislativos consecutivos. Sobre o tema, a Lei Orgânica dos Municípios, que era uma lei estadual, declarava no seu artigo 31:
"Importa renúncia do mandato a ausência do Vereador a duas Sessões Legislativas consecutivas sem motivo justificado."[17]
A fim de lidar com essa situação um tanto inusitada, o presidente da Câmara, Rolf Colin, iniciou os trabalhos em fevereiro de 1950 mandando proceder a leitura do livro de presença para ficar demonstrada a ausência do vereador. Com isso, David foi considerado renunciante.[18] Do mesmo partido de David Ernesto de Oliveira, o PSD, Fernando Nunes de Santana fez críticas à postura do colega, que simplesmente renunciou o cargo por abandono. Fernando disse que
...não se pode compreender que um vereador legalmente eleito pelo povo não desse atenção ao seu mandato, o que, naturalmente, constitui uma desatenção para com o eleitorado.[18]
Legislaturas pós-Era Vargas | ||
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Precedida pela Legislatura da Era Vargas |
1ª Legislatura Pós Era Vargas | Sucedida pela 2ª Legislatura |
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Câmara de Joinville: 1ª Legislatura. Memória CVJ, 2023. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=1%C2%AA_Legislatura>. Acesso em: 4 de dezembro de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2023) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2023) |
Notas
- ↑ Esta é a 1ª Legislatura "pós-Era Vargas", ou "pós-redemocratização". A expressão "pós-Era Vargas" não deve ser confundida com o período chamado de "Era pós-Vargas", que também se chama de quarta república, correspondente ao período democrático situado entre a ditadura varguista e a civil-militar que se iniciou em 1964. Pós-Era Vargas é tudo o que aconteceu após a queda do Estado Novo, e dura até os dias atuais.
- ↑ Manuel Fontes e Xaver Arp constam nas primeiras sessões da câmara, quando estão ausentes os nomes dos undenistas Albano Schulz e Alfredo Zimermann
- ↑ A listagem de prefeitos mantida pela prefeitura em seu site (verificada em fevereiro de 2022) não inclui o prefeito Emílio Stock Júnior, apesar de que essa transmissão de cargo foi definitiva e não temporária.
Referências
- ↑ Jornal de Joinville. Resultado Final das Eleições em Joinville. Edição de 06 de dezembro de 1947.
- ↑ Solicitou Licença o vereador Frederico Trapp - Abertura de Crédito Especial. Jornal de Joinville, 12 de maio de 1949.
- ↑ Câmara Municipal. Jornal de Joinville, 28 de maio de 1949.
- ↑ 4,0 4,1 Jornal de Joinville. Estarão Impedidos de Tomar Posse Três Vereadores eleitos pelo PSD. Edição de 10 de novembro de 1950.
- ↑ Câmara Municipal. Jornal de Joinville, 25 de maio de 1949.
- ↑ 6,0 6,1 Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.
- ↑ Edison Mueller. Afonso de Taunay e a Heráldica Municipal Catarinense. ÁGORA: Revista do Curso de Arquivologia da UFSC; v. 2, n. 3 (1986); 22-26.
- ↑ Lei Municipal nº 71, de 16 de agosto de 1948. Visitado em 08/08/2023
- ↑ Projeto 131/49, arquivado na Câmara de Vereadores.
- ↑ Projeto 185/50, arquivado na Câmara de Vereadores.
- ↑ Lei Municipal nº 184/1950, de 18 de março de 1950. Visitado em 16/09/2022
- ↑ Jornal de Joinville Eleito o Sr. Emílio Stock Júnior. Edição de 30 de março de 1950.
- ↑ Jornal de Joinville Empossado o Sr. Emílio Stock Júnior no cargo de Prefeito Municipal. Edição de 31 de março de 1950.
- ↑ Projeto 185/1950, arquivado na Câmara de Vereadores.
- ↑ Lei nº 197/1950, de 7 de junho de 1950. Visitado em 05/01/2024
- ↑ Lei nº 65, de 5 de Janeiro de 1949. Visitado em 05/01/2024
- ↑ LEI Nº 22, DE 14 DE NOVEMBRO DE 1947, disponível em https://leisestaduais.com.br/sc/lei-ordinaria-n-22-1947-santa-catarina-organiza-os-municipios. Visitado em 09/02/2022
- ↑ 18,0 18,1 Jornal de Joinville. Perdeu o seu mandato o vereador do PSD David Ernesto de Oliveira. Edição de 16 de fevereiro de 1950.