José (Jota) Gonçalves
Jota Gonçalves | |
Foto: NDmais | |
Partido(s) | PSD (1945), PTB, AST |
Legislatura | 3ª |
Em Joinville, José (Jota) Gonçalves foi vereador da 3ª Legislatura pós-Era Vargas.
Vereador
3ª Legislatura (1955-1959): Nas eleições de 1954, Jota fez 2001 votos, sendo o 2º vereador mais votado naquelas eleições, em Joinville.[1][2] Em novembro de 1956 ele já aparecia nos jornais como petebista (PTB).[3]
- Ver artigo principal: O Rapto da menina Marisa Ganzemuller
- Em 1957 a bebê Marisa Ganzemuller foi raptada por sua babá, iniciando uma busca interestedual. Ao debater o ocorrido na Câmara, o vereador Eugênio Gilgen apresentou à mesa um projeto que buscava instituir um prêmio de 20 mil cruzeiros a quem pudesse dar informação correta sobre o paradeiro da raptora e raptada. Aplaudindo a iniciativa do colega, Jota Gonçalves, sugeriu aumentar a quantia para 30 mil cruzeiros, o que foi aprovado pelos pares.[4]
- Ver Também: 3ª Legislatura - Jota Gonçalves Tenta Manobras
Outros Mandatos
Prefeito
Eleições perdidas
Em 1955 Jota Gonçalves buscou o cargo de prefeito, fazendo 6116 votos contra 8603 de João Colin, seu maior adversário no pleito.[5]
Jota concorreu pela AST, a aliança entre PSD e PTB, que ocorria também a nível federal e estadual. Durante a campanha, ele buscou o apoio de sindicalistas, tentando alcançar os votos dos milhares de trabalhadores. Na edição de 4 de abril de 1955, o jornal "A Notícia" trouxe um manifesto dos presidentes de sete sindicatos, recomendando Jota ao posto de prefeito.[6] Nos dias seguintes, os jornais receberam vários protestos de membros desses sindicatos, considerando arbitrárias as manifestações dos presidentes ao falar em nome dos sindicatos (vide galeria de imagens abaixo).
Deputado Estadual
Pelo PSD, Jota elegeu-se Deputado Estadual à Assembleia Legislativa de Santa Catarina, com 5.516 votos, integrando a 4ª Legislatura (1959-1963), exercendo o cargo de 1º Vice-Presidente da Mesa Diretora da Casa, em 1961.
Novamente pelo PSD, Jota concorreu à vaga ao mesmo Parlamento em 1962, com 5.167 votos, ficando como primeiro Suplente e sendo convocado para a 5ª Legislatura (1963-1967).
Informações Biográficas
José Gonçalves, popularmente chamado de Jota Gonçalves, nasceu em 1918 em Canoinhas-SC. Iniciou a vida como operário, e em 1950 ocupou o cargo de presidente do Sindicato dos Comerciários,[7][8] mas depois passou ao campo da comunicação, sendo locutor e humorista na rádio AM Difusora de Joinville. Em setembro de 1959, Jota recebeu o prefixo XYT-43, para sua rádio, a Cultura AM 1250.[9] Era a terceira a ser fundada em Joinville. A Cultura já funcionava antes, experimentalmente. Jota ocupou o cargo de Administrador Regional das Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC).
Participou do cenário esportivo joinvilense, foi árbitro de futebol (1940) e membro da diretoria de vários clubes locais: 1º Secretário do Atlético Sport Clube; 2º Tesoureiro do Sport Club Fiação; Diretor Técnico do Caxias Futebol Clube e do Clube São Luiz. Fundou a Associação dos Cronistas Esportivos de Joinville, no ano de 1959. É considerado o primeiro locutor oficial de Santa Catarina, bem como, o primeiro a se aposentar na profissão de radialista no Estado.
Jota Gonçalves faleceu em 6 de fevereiro de 1989, em Florianópolis.[8]
Um Causo
Nas vésperas de uma eleição para prefeito em Guaramirim, em agosto de 1959. Jota Gonçalves, que fora àquele município para ajudar na campanha, voltava para Joinville quando, no sentido contrário, veio o automóvel do prefeito Rodolfo Jahn. Em alta velocidade e quase abalroando a camioneta de Jota, Jahn ameaçou os ocupantes dela, com arma em punho. Usando de palavras ásperas, Jahn ofendeu Jota, que buscava acalmá-lo. Depois, Jahn entrou no carro, andou duzentos metros, e voltou para reiniciar seus impropérios. Após o evento, Jota comunicou o fato ao juiz eleitoral de Jaraguá do Sul e a outras autoridades. Assim narrou o jornal A Notícia, um veículo de mídia pessedista.[10]
Homenagens
Uma rua no bairro Jardim Iririú, que passa ao lado do cemitério São Sebastião, leva o nome de Rua Deputado Jota Gonçalves. Durante a 9ª Legislatura, Jota recebeu da câmara o título de Cidadão Honorário.[11]
Galeria de Imagens
Jota envia uma foto para sua namorada, Erica Bohn. (Acervo de Zé Tiellet Gonçalves)
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de José (Jota) Gonçalves. Memória CVJ, 2023. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Jos%C3%A9_(Jota)_Gon%C3%A7alves>. Acesso em: 14 de setembro de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
PINHEIRO (2023) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2023) |
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Referências
- ↑ Quais os Cidadãos Escolhidos por Joinville para a Futura Câmara. Jornal de Joinville, 09 de outubro de 1954.
- ↑ Resultados Oficiais em Joinville. A Notícia, 09 de outubro de 1954.
- ↑ A Camara Municipal em Foco. Jornal de Joinville, 1º de novembro de 1956.
- ↑ Permanece o Misterio e Torno do Rapto de Marisa. Jornal de Joinville, 13 de agosto de 1957.
- ↑ Resultados Finais das Eleições em Joinville. Correio do Povo. Edição 1861, de 9 de outubro de 1955. Visitado em 09/12/2021
- ↑ Manifesto ao Povo de Joinville. A Notícia, 4 de agosto de 1955.
- ↑ Jornal de Joinvile. Espera Tornar o Sindicato em uma Grande Instituição. Edição de 02 de dezembro de 1950.
- ↑ 8,0 8,1 Morre em Florianópolis o Ex-Deputado Jota Gonçalves. A Notícia, 7 de fevereiro de 1989.
- ↑ Surge o prefixo ZYT-43. A Notícia, 25 de setembro de 1959.
- ↑ Ameaçado de Morte o Deputado Jota Gonçalves. A Notícia, 26 de agosto de 1959.
- ↑ Apolinário Ternes; Herculano Vicenzi, H. Legislativo de Joinville - Subsídios para sua história. 2 Ed. Joinville: Editora Letra D'Água, 2006.