Plácido Gomes de Oliveira

De Memória CVJ
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por Patrik Roger Pinheiro, historiador e coordenador do programa Memória CVJ.
Plácido Gomes de Oliveira
Placido gomes.jpg
Foto: Arquivo Histórico de Joinville.
Partido(s)
Legislaturas 12ª legislaturas da Primeira República

Em Joinville, Plácido Gomes de Oliveira foi vereador da 1927-1930 - 12ª Legislatura da Primeira República.

Vereador

  • 12ª Legislatura da Primeira República (1927-1930): Em 1926, Plácido fez 1993 votos, elegendo-se conselheiro municipal.[1][nota 1]

Outros Mandatos

Deputado Estadual

13ª Legislatura (1922-1924) - PRC (Republicano Catarinense) - 7.767 votos.[2]

Informações Biográficas

Plácido Gomes (direita) e outros não identificados, em Porto Alegre. (Foto: Arquivo Histórico de Joinville)

Plácido nasceu em 5 de outubro de 1884, em Joinville.

Plácido Gomes Médico

Meticuloso, Plácido Gomes mantinha um registro detalhado dos internados no Hospital São José.
Plácido Gomes atendia na rua Abdon Baptista em 1911 (antiga Conselheiro Mafra - Imagem: Commercio de Joinville, edição 318)

Plácido foi o primeiro médico nascido em Joinville a formar-se em medicina pela Faculdade de Medicina. Ele estudou no Rio de Janeiro, se formando em 1910. Plácido abriu clínica em Joinville, onde atendeu a população por décadas. Escreveu artigos científicos e teses, e em 1926 representou o estado no Congresso Médico Nacional. Ele também foi Diretor de Higiene do município, em 1932.[3] Plácido foi presidente da Sociedade Joinvillense de Medicina de 1924 a 1925,[4] 1927,[5] 1932 a 1939 e depois de 1946 a 1955.[2]

Plácido nasceu em berço privilegiado, mas nem por isso deixou de ter percepção social. Quando precisou ir até o Itapocú, ele deu consultas grátis a quarenta e duas pessoas de baixa renda.[6] Em 1912, quando um surto de "varicella ou alastrim" reapareceu no município, Plácido passou a vacinar gratuitamente aqueles que o procuravam. O doutor Carlos Lange tomou a mesma medida.[7]

Plácido Gomes Jornalista

Plácido atuou em diferentes veículos de informação com o passar do tempo, conforme informado por ele mesmo no Álbum do Centenário e listado abaixo:

  • 1906 e anos subsequentes - Plácido Gomes escreve alguns editoriais assinados na Gazeta de Joinville. É chamado em 1908 de colaborador daquele jornal.[8]
  • 1914 - É criada a "Revista do Estado", tendo Plácido Gomes como redator.
  • 1918 - A "Revista do Estado" é substituída pelo "Município de Joinville", tendo ainda Plácido como redator.
  • 1922 - Passou a circular o semanário "Correio de Joinville", cujos redatores eram Plácido com seu primo Carlos Gomes. Segundo Raquel de S.Thiago, o objetivo era fazer oposição política no município.[9]
  • 1928 - Publicação da "Revista da Época", com os mesmos redatores do Correio de Joinville.
  • 1929 - Plácido abandona a Revista da Época e funda com companheiros um novo "Correio de Joinville". Plácido atuou nele até 1930.
  • 1936 - A Sociedade de Agricultura cria o informativo "A Agricultura", organizada e redigida por Plácido, com auxílio da prefeitura.[3]

Plácido Gomes Militante

Em 31 de julho de 1922, Plácido foi preso com seu primo e associado político, Carlos Gomes, por exaltar em nota de jornal os 18 do Forte de Copacabana. Eles foram enviados à Curitiba e depois ao Rio de Janeiro. Quando regressaram quase um mês depois, foram recebidos em Joinville como heróis em expressiva manifestação de populares.[2]

Na morte de Crispim Mira

Plácido Gomes narra o atentado contra a Vida de Crispim Mira. (clique para abrir maior.)

Em 1927, o jornalista Crispim Mira fora ferido por arma de fogo num atentado contra sua vida. Mira era daqueles jornalistas polêmicos, de grande capacidade comunicativa, escritor de textos inflamáveis. Ele escreveu durante um tempo para o jornal Gazeta de Joinville, da ala opositora à Abdon Baptista. Depois, transferiu-se para a capital, onde continuou sua carreira de jornalista. Mira era filho do ex-conselheiro municipal Crispim de Mira. Plácido trouxera à Joinville uma narrativa dos fatos. Mira acabaria falecendo depois.[10]

Como era conselheiro (vereador) nessa ocasião, Plácido usou de oportunidade de fala na Câmara para fazer um discurso onde ele denunciava que Mira não fora assassinado por questões pessoais, mas por exercer seu direito de crítica a uma repartição federal. Plácido frisava que aquela fora uma hedionda ameaça à liberdade.[11]

Outros Fatos Importantes

  • 1909 - Plácido Gomes figura entre os discursantes da inauguração da Luz Elétrica na cidade.
  • 1931 - Plácido passa a integrar o Partido Liberal Catarinense.[2]
  • 1934 - Ele se torna o presidente do PL Catarinense.[2]
  • 1951 - Plácido Gomes escreve alguns dos artigos do Álbum do Centenário de Joinville: “A imprensa em Joinville”, “Escritores Mortos de Joinville" e "Assistência Médica e Hospitalar em Joinville”.[3]

Família

Plácido era filho do reconhecido superintendente Procópio Gomes de Oliveira e irmão do ex-prefeito João Acácio Gomes de Oliveira. Seu tio João Gomes de Oliveira foi conselheiro (vereador) bem como o avô, de mesmo nome do tio.

Morte

Plácido Gomes de Oliveira faleceu em 23 de março de 1959, em Joinville–SC.[2]

Homenagens

Duas ruas homenageiam Plácido Gomes. Uma em Barra Velha–SC e outra em Joinville. A nomeação de rua em Joinville foi proposta pelo vereador Arnaldo Budal Arins, que afirmou em sua justificativa ter sido Plácido Gomes "uma das figuras mais brilhantes desta terra". Anteriormente, a rua Plácido Gomes se chamava rua Rio de Janeiro.[12]

O rascunho do projeto manuscrito por Budal Arins, com a justificativa, pode ser obtida aqui: Arquivo:Projeto 510-1959 justificativa.pdf

Vereadores da 12ª Legislatura da Primeira República
Eduardo Schwartz • Gustavo Richlin • Hans Jordan • Max Colin • Marinho de Souza Lobo • Plácido Gomes de Oliveira • Ricardo Karmann • Roberto Schmidlin • Rodolpho Schlemm • Sérgio Vieira
Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Plácido Gomes de Oliveira. Memória CVJ, 2025. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Pl%C3%A1cido_Gomes_de_Oliveira>. Acesso em: 16 de novembro de 2025.

Citação com autor incluído no texto

Pinheiro (2025)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2025)

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Notas

  1. ↑ O Jornal de Joinville, sob o título "Eleição Municipal", informou na sua edição de 8 de novembro de 1926 que Plácido fizera 1895 votos. O Memória CVJ empregou os dados da Ata da Junta Apuradora, que é o documento legal para esse fim.

Referências

  1. ↑ Ata da Reunião da Junta Apuradora da Eleição Municipal de 1926, de 7 de dezembro, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  2. ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 Memória Política de Santa Catarina. Visitado em 16/06/2024
  3. ↑ 3,0 3,1 3,2 Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.
  4. ↑ A Notícia, 28 de abril de 1925. Visitado em 23/06/2025.
  5. ↑ Gestões Anteriores. Sociedade Joinvilense de Medicina. Visitado em 23/06/2025.
  6. ↑ Commercio de Joinville, 19 de agosto de 1911. Visitado em 23/06/2025.
  7. ↑ Editaes. Commercio de Joinville, 7 de dezembro de 1912. Visitado em 23/06/2025.
  8. ↑ Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 14 de março de 1908. Visitado em 16/06/2025.
  9. ↑ S.Thiago, Eneida Raquel. Um Caso de Liderança Luso-Brasileira na Região de Joinville: Abdon Baptista. Orientador: Walter Fernando Piazza. 1983. Dissertação (Mestrado) – Pós-Graduação em História, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. Visitado em 25/10/2023
  10. ↑ O Dr. Plácido Gomes Fala a "A Notícia" Sobre o Covarde Atentado. A Notícia, 5 de março de 1927. Visitado em 23/06/2025.
  11. ↑ O Dr. Plácido Gomes Fala no Conselho Municipal Sobre Crispim Mira. A Notícia, 5 de março de 1927. Visitado em 23/06/2025.
  12. ↑ Projeto 510/1959, arquivado na Câmara de Vereadores de Joinville.
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