Mudanças entre as edições de "Greve de 1992"
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O tempo para resolver o dilema se esgotava, pois com o início do período eleitoral, dali a dos dias, impediria aumentos maiores que as reposições inflacionárias. Uma proposta de 30% de aumento partiu do executivo, mas em face dos 73% desejados pelos servidores, novamente não houve acordo e os servidores paralisaram por 24 horas.<ref>Servidores Recusam 30% e Param de Novo. A Notícia, 1 de julho de 1992.</ref> | O tempo para resolver o dilema se esgotava, pois com o início do período eleitoral, dali a dos dias, impediria aumentos maiores que as reposições inflacionárias. Uma proposta de 30% de aumento partiu do executivo, mas em face dos 73% desejados pelos servidores, novamente não houve acordo e os servidores paralisaram por 24 horas.<ref>Servidores Recusam 30% e Param de Novo. A Notícia, 1 de julho de 1992.</ref> | ||
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Nova queda de braço ocorreu em julho. OS servidores queriam 12% de reajuste e o Sinsej buscou uma tática já emprega pela 11ª legislatura: condicionar a aprovação do pedido de suplementação orçamentária ao aumento solicitado pelos servidores.<ref>Antonio Neves. Coluna Alça de Mira. Na Retranca. A Notícia, 14 de julho de 1992.</ref> A prefeitura pedia ao legislativo a liberação de 26 bilhões de cruzeiros. A Sessão Ordinária que votaria esse pedido não durou nem um minuto. Presidida pela vereadora [[Teresa Campregher Moreira]], a sessão não tinha quórum.<ref>Sessão da Câmara Não Dura Nem Um minuto. A Notícia, 15 de julho de 1992.</ref> Por fim, a Câmara aprovou um aumento de 30% mais os 12,8% solicitados anteriormente pelos servidores. Enquanto tal lei ia para sanção ou veto do prefeito, ainda havia a questão da suplementação orçamentária. | Nova queda de braço ocorreu em julho. OS servidores queriam 12% de reajuste e o Sinsej buscou uma tática já emprega pela 11ª legislatura: condicionar a aprovação do pedido de suplementação orçamentária ao aumento solicitado pelos servidores.<ref>Antonio Neves. Coluna Alça de Mira. Na Retranca. A Notícia, 14 de julho de 1992.</ref> A prefeitura pedia ao legislativo a liberação de 26 bilhões de cruzeiros. A Sessão Ordinária que votaria esse pedido não durou nem um minuto. Presidida pela vereadora [[Teresa Campregher Moreira]], a sessão não tinha quórum.<ref>Sessão da Câmara Não Dura Nem Um minuto. A Notícia, 15 de julho de 1992.</ref> Por fim, a Câmara aprovou um aumento de 30% mais os 12,8% solicitados anteriormente pelos servidores. Enquanto tal lei ia para sanção ou veto do prefeito, ainda havia a questão da suplementação orçamentária. | ||
Nova sessão ocorreu em 21 de julho, dessa vez com quórum, mas sem consenso para votar a suplementação, deixando a prefeitura de pires na mão.<ref>Pela Segunda Vez Vereadores Suspendem Uma Votação. A Notícia, 22 de julho de 1992.</ref> Para piorar, o prefeito vetou os 12.8%, ficando só com os 30% consensuais entre Câmara e executivo. Segundo a prefeitura, caso incluísse os 12,8%, o executivo chegaria com 91,6% da arrecadação de outubro comprometida só com salários, e isso iria para 102,3% em novembro e 110.4% em dezembro.<ref>Câmara Decide Sobre Aumento para Servidor. A Notícia, 23 de julho de 1992.</ref> No dia 28 de julho, a Câmara aprovou finalmente a suplementação, para desgosto do Sinsej, que disse que os vereadores não honraram o compromisso assumido com a categoria.<ref>Câmara Aprova Projeto de Suplementação de Verbas. A Notícia, 29 de julho de 1992.</ref> A greve estava vindo! | Nova sessão ocorreu em 21 de julho, dessa vez com quórum, mas sem consenso para votar a suplementação, deixando a prefeitura de pires na mão.<ref>Pela Segunda Vez Vereadores Suspendem Uma Votação. A Notícia, 22 de julho de 1992.</ref> Para piorar, alegando inconstituvcionalidade, o prefeito vetou os 12.8%, ficando só com os 30% consensuais entre Câmara e executivo. Segundo a prefeitura, caso incluísse os 12,8%, o executivo chegaria com 91,6% da arrecadação de outubro comprometida só com salários, e isso iria para 102,3% em novembro e 110.4% em dezembro.<ref>Câmara Decide Sobre Aumento para Servidor. A Notícia, 23 de julho de 1992.</ref> No dia 28 de julho, a Câmara aprovou finalmente a suplementação, para desgosto do Sinsej, que disse que os vereadores não honraram o compromisso assumido com a categoria.<ref>Câmara Aprova Projeto de Suplementação de Verbas. A Notícia, 29 de julho de 1992.</ref> A greve estava vindo! | ||
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Em agosto, o veto do prefeito foi analisado pela Câmara, que decidiu rejeitá-lo por dezesseis votos contra um. Agora, o aumento poderia ser promulgado pelo legislativo.<ref group="nota">Artigos de jornal posteiores evidenciam que os 12% (ou 12,8%) ainda não haviam sido pagos, e o site [https://leismunicipais.com.br/legislacao-municipal/4620/leis-de-joinville Leis Municipais] não contém uma lei assinada pelo presidente da Câmara, decretando o aumento. Isso deixa dúvidas sobre o que ocorreu com o veto rejeitado.</ref> | |||
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Em agosto, retornou para a Câmara analisar um veto do executivo. | |||
Em 11 de setembro muitos servidores cruzaram os braços. Estava deflagrada a greve. Paralisação talvez não defina muito bem o que muitos deles realmente fizeram, já que houve fortes manifestações e piquetes em frente a insituições públicas. Em 17 de agosto, a prefeitura comunicou o Sinsej que a justiça determinou a suspensão dos piquetes. Ele também informou que nem o caixa, nem a lei já permitiam o aumento de 125% desejado pelos servidores. Em período eleitoral somente a reposição inflacionária poderia ocorrer.<ref>Prefeito Diz Porque Não pode dar Aumento. A Notícia, 18 de setembro de 1992.</ref> | |||
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Edição das 15h13min de 18 de março de 2025
ARTIGO EM CONSTRUÇÃO
Em 1992, durante a 11ª Legislatura, foi deflagrada uma greve de 40 dias pelos servidores públicos municipais em Joinville. Era um contexto de inflação galopante e perdas do poder aquisitivo mesmo diante de aumentos salariais regulares para reajustar as perdas inflacionárias. Os servidores, que demonstravam descontentamento já por meses, aderiram à greve organizada pelo sindicato da categoria.
Antecedentes
Junho
Em junho de 1992, o prefeito Lula encaminhou mensagem à Câmara solicitando um reajuste de 25%. Os servidores, porém, realizaram uma assembleia, e nela rejeitaram essa proposta. Percorrendo ruas centrais e realizando manifestações, principalmente na frente da prefeitura, os servidores carregavam faixas, sopravam apitos e mantinham um forte sistema de som ligado.
Prefeito e sindicato se reuniram na Câmara, sem fechar acordo. O prefeito alegava ser impossível dar mais que 25%, e os servidores achavam que deveria ter sido apresentada alguma contraproposta aos 73% por eles solicitados.[1] Não foi um fim de encontro tranquilo. Na saída da Câmara, o prefeito foi ofendido verbalmente por alguns grevistas, revidou e a confusão se armou. A prefeitura depois afirmou que pessoas ligadas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) agitaram os ânimos, o sindicato (Sinsej) jogou a culpa em ex-servidores.[2] Segundo o jornalista Toninho Neves, A CUT colocou seu carro de som de modo a trancar a saída da Câmara. Armada a emboscada, Neves segue dizendo que:[3]
Luiz Gomes encarou os agressores que covardemente armaram uma emboscada no corredor de saída da Câmara.
O tempo para resolver o dilema se esgotava, pois com o início do período eleitoral, dali a dos dias, impediria aumentos maiores que as reposições inflacionárias. Uma proposta de 30% de aumento partiu do executivo, mas em face dos 73% desejados pelos servidores, novamente não houve acordo e os servidores paralisaram por 24 horas.[4]
Julho
Nova queda de braço ocorreu em julho. OS servidores queriam 12% de reajuste e o Sinsej buscou uma tática já emprega pela 11ª legislatura: condicionar a aprovação do pedido de suplementação orçamentária ao aumento solicitado pelos servidores.[5] A prefeitura pedia ao legislativo a liberação de 26 bilhões de cruzeiros. A Sessão Ordinária que votaria esse pedido não durou nem um minuto. Presidida pela vereadora Teresa Campregher Moreira, a sessão não tinha quórum.[6] Por fim, a Câmara aprovou um aumento de 30% mais os 12,8% solicitados anteriormente pelos servidores. Enquanto tal lei ia para sanção ou veto do prefeito, ainda havia a questão da suplementação orçamentária.
Nova sessão ocorreu em 21 de julho, dessa vez com quórum, mas sem consenso para votar a suplementação, deixando a prefeitura de pires na mão.[7] Para piorar, alegando inconstituvcionalidade, o prefeito vetou os 12.8%, ficando só com os 30% consensuais entre Câmara e executivo. Segundo a prefeitura, caso incluísse os 12,8%, o executivo chegaria com 91,6% da arrecadação de outubro comprometida só com salários, e isso iria para 102,3% em novembro e 110.4% em dezembro.[8] No dia 28 de julho, a Câmara aprovou finalmente a suplementação, para desgosto do Sinsej, que disse que os vereadores não honraram o compromisso assumido com a categoria.[9] A greve estava vindo!
Agosto
Em agosto, o veto do prefeito foi analisado pela Câmara, que decidiu rejeitá-lo por dezesseis votos contra um. Agora, o aumento poderia ser promulgado pelo legislativo.[nota 1]
A Greve
Em agosto, retornou para a Câmara analisar um veto do executivo.
Em 11 de setembro muitos servidores cruzaram os braços. Estava deflagrada a greve. Paralisação talvez não defina muito bem o que muitos deles realmente fizeram, já que houve fortes manifestações e piquetes em frente a insituições públicas. Em 17 de agosto, a prefeitura comunicou o Sinsej que a justiça determinou a suspensão dos piquetes. Ele também informou que nem o caixa, nem a lei já permitiam o aumento de 125% desejado pelos servidores. Em período eleitoral somente a reposição inflacionária poderia ocorrer.[10]
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Greve de 1992. Memória CVJ, 2025. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Greve_de_1992>. Acesso em: 10 de abril de 2025. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2025) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2025) |
Notas
- ↑ Artigos de jornal posteiores evidenciam que os 12% (ou 12,8%) ainda não haviam sido pagos, e o site Leis Municipais não contém uma lei assinada pelo presidente da Câmara, decretando o aumento. Isso deixa dúvidas sobre o que ocorreu com o veto rejeitado.
Referências
- ↑ Servidores Tentam Ganhar Simpatia para Sua Causa. A Notícia, 26 de junho de 1992.
- ↑ Duas Versões para o Mesmo Incidente. A Notícia, 27 de junho de 1992.
- ↑ Antonio Neves. Coluna Alça de Mira. Na Retranca. A Notícia, 27 de junho de 1992.
- ↑ Servidores Recusam 30% e Param de Novo. A Notícia, 1 de julho de 1992.
- ↑ Antonio Neves. Coluna Alça de Mira. Na Retranca. A Notícia, 14 de julho de 1992.
- ↑ Sessão da Câmara Não Dura Nem Um minuto. A Notícia, 15 de julho de 1992.
- ↑ Pela Segunda Vez Vereadores Suspendem Uma Votação. A Notícia, 22 de julho de 1992.
- ↑ Câmara Decide Sobre Aumento para Servidor. A Notícia, 23 de julho de 1992.
- ↑ Câmara Aprova Projeto de Suplementação de Verbas. A Notícia, 29 de julho de 1992.
- ↑ Prefeito Diz Porque Não pode dar Aumento. A Notícia, 18 de setembro de 1992.
- ↑ Servidores Recusam 30% e Param de Novo. A Notícia, 1 de julho de 1992.
- ↑ Antonio Neves. Coluna Alça de Mira. Na Retranca. A Notícia, 23 de junho de 1989.