Augusto Urban
Augusto Urban Sênior | |
Foto: Acervo da Família Urban. | |
Partido(s) | |
Legislaturas | 5ª legislaturas da Primeira República |
Em Joinville, Augusto Urban, ou Johan August Urban, também conhecido por Augusto Urban Sênior, foi vereador da 5ª Legislatura da Primeira República.
Vereador
- 5ª Legislatura da Primeira República (1899-1903): Recebendo 702 votos nas eleições de 1898, Urban foi eleito conselheiro.[1]
Informações Biográficas
Imigração
De acordo com o site Familysearch, August Urban nasceu em 10 de dezembro de 1836, em Hermsdorf, Görlitz, Prússia.[2] August Urban residia em Görlitz, Prússia, antes de imigrar para o Brasil. Ele veio para cá em 1857, na embarcação Lucie Caroline.[3] O site da Família Urban, mantida por Vanessa Urban, contém as memórias de August no que se refere à viagem migratória:[4][nota 1]
Em 16 de Agosto de 1857 parti de Goerlitz para emigrar ao Brasil. Nosso navio, uma pequena brigue tinha apenas 65 passageiros a bordo, dos quais 3 apenas na cabine. O preço da passagem, quando paga integralmente, foi de apenas 65 Thaler. Pagamos 45 Thaler e emitimos uma Nota Promissória sobre 40 Thaler, pagáveis em 3 anos, com 5% de juros e com o compromisso de permanecer na Colônia Dona Francisca, pois todos estávamos com pouco dinheiro e viajamos mediante adiantamento. Eu possuía pouca roupa e um Shilling Hamburgues em dinheiro que vendi em São Francisco por 160 Réis. Assim entrei nesse país em 10 de novembro de 1857.
A Difícil Vida no Ultramar
Augusto continua narrando como foram seus primeiros anos no Brasil:[4]
Havia eu, por assim dizer, abandonado a padaria mas aceitei serviço aqui em São Francisco como ajudante, percebendo 8$000 mensais. Aproveitamos os primeiros dias para ir a São Francisco, para conhecer a Colônia, já que essa viagem foi gratuita. A viagem num barco desajeitado, demorou 36 horas. Lá tudo ainda parecia deserto e despovoado. Eu e meu companheiro Witschal mandamos nos levar a São Francisco, numa canoa, no terceiro dia e cada um deveria pagar 3$000. O coitado do August Urban porém, não tinha um único vintém e teve que passar vergonha, sendo que o canoeiro foi embora com o consolo que eu pagaria tão logo tivesse recebido o salário. Desta maneira, durante as primeiras 4 semanas, tinha apenas 160 Réis para gastar.
No final do mês recebemos, ao invés do salário, tão apenas a declaração que o nosso salário fora confiscado pela Diretoria, porque havíamos abandonado a Colônia. Não concordamos com isso e simplesmente fomos embora. Agindo sério assim, recebemos o nosso salário, i.é 12$000. Após o trabalho porém exigimos um aumento de 2$000 que nos foi concedido. Assim continuou por 3 meses mas sempre reclamávamos exigindo um aumento de 2$000 por mês. Desta maneira, cada um recebia 18$000 e ficamos juntos por 7 meses. Witschal foi para Paranaguá e eu permaneci, recebendo 30$000 por mês porque fazia o serviço sozinho, economizando 150$000 no primeiro ano. Depois me empreguei no Fischer por 20$000 e economizei 30$000 em 10 meses. Em seguida comprei do Fischer os utensílios da padaria por 350$000.
Em 1859 o padeiro Müller entrou como meu sócio por 1 ano e depois arrendei por 4 meses, e viajei para Rio Grande, Porto Alegre e São Leopoldo, regressando no final de 1860.
Em 2 de janeiro de 1861 comecei a trabalhar no forno. Minha fortuna ainda consistia de utensílios da padaria, uma cama, uma pequena mesa com 6 cadeiras e um pequeno sofá com rolos. Meu arrendatário me logrou. Ao envez de se mudar, instalou uma nova padaria e me tirou a clientela. Eu porém, estava decidido a ficar e não tive que me arrepender como se pode constatar pelos relatos dos anos de 1861 a 1869.
Como tempo, Urban se tornou comerciante bem-sucedido, sendo sócio de uma fábrica e venda de charutos e fumo.[5] Com o filho, ele administrava um comércio de secos e molhados, fazendas, armarinhos e ferragens, tendo inclusive filiais na estrada Santa Catarina,[6] a Ilha e da Serra (estrada Dona Francisca).[7]
Outros Fatos Importantes
- 1877 - Quando uma epidemia de febre amarela grassou em São Francisco do Sul, entre 1877 e 1878, Urban esteve entre os designados para formar uma comissão sanitária para enfrentar a questão.[8]
- 1877 - Urban deixa a sociedade na fábrica e venda de charutos e fumo.[5]
- 1907 - Urban deixa a sociedade na empresa "Augusto Urban & Filho". Augusto Urban Filho se torna único proprietário.[9]
Morte
Urban faleceu em 27 de agosto de 1907, em Joinville.[2]
Família
Seu neto, Guilherme Urban, foi deputado estadual da 1ª legislatura (1947-1951), sendo deputado constituinte.[10]
Vereadores da 5ª Legislatura da Primeira República |
Augusto Schramm • Augusto Urban Sênior • Bernardo Enzmann • Francisco José Ribeiro • João Gregório Pereira • João Adolfo Müller • Luiz Niemeyer |
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Augusto Urban. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Augusto_Urban>. Acesso em: 6 de dezembro de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
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Notas
- ↑ Conforme informa o site da família, um Thaler valia três Marcos.
Referências
- ↑ Das Wahlresultat. Joinvilenser Zeitung, 16 de novembro de 1898.
- ↑ 2,0 2,1 Johann August Urban. Familysearch. Visitado em 17/10/2024
- ↑ Helena Remina Richlin, Maria Thereza Böbel. Lista Digitalizada de Imigrantes, Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ 4,0 4,1 Relato do Imigrante. Família Augusto Urban. Visitado em 17/10/2024.
- ↑ 5,0 5,1 à Praça. Gazeta de Joinville, 20 de abril de 1877. Visitado em 21/10/2024
- ↑ Gazeta de Joinville, 18 de novembro de 1905. Visitado em 21/10/2024
- ↑ Annuncios. Gazeta de Joinville, 20 de abril de 1881. Visitado em 21/10/2024
- ↑ Edital. Gazeta de Joinville, 19 de novembro de 1878. Visitado em 19/04/2023
- ↑ Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 10 de agosto de 1907. Visitado em 19/04/2023
- ↑ Memória Política de Santa Catarina. Visitado em 17/10/2024