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(Criou página com 'O Brasão de Joinville, criado por Afonso de Taunay, foi adotado como símbolo municipal em 1929, destituído dessa condição pela constituição federal estado-novista de 1937, restituído pela 1ª Legislatura pós-Vargas e retificado pela 7ª Legislatura. ==A Criação do Brasão== [https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_d%27Escragnolle_Taunay Afonso de Taunay], filho do ilustre [http://Alfredo%20d'Escragnolle%20Taunay Visconde de Taunay], era um estudioso na arta da h...')
 
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[https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_d%27Escragnolle_Taunay Afonso de Taunay], filho do ilustre [http://Alfredo%20d'Escragnolle%20Taunay Visconde de Taunay], era um estudioso na arta da heráldica e jpa havia criado brasões para algumas cidades paulistas. Em 1928, em companhia do desembargador José Arthur Boiteux, Afonso de Taunay visitou as principais cidades do Norte catarinense, e nessa ocasião ocorreu-lhe a idéiade oferecer projeto de escudo d'armas às municipalidades de São Francisco do Sul e de Joinville. Neste mesmo ano, ou mais tardar em 1929, Afonso ofereceu à Joinville o brasão que pensara para essa cidade. Recebido pelo prefeito Ulysses Costa, o brasão foi encaminhado para a parovação dos conselheiros municipais (vereadores) da [[2ª Legislatura da Primeira República|1927-1929 - 12ª Legislatura da Primeira República]]. Eis a descrição do brasão:
[https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_d%27Escragnolle_Taunay Afonso de Taunay], filho do ilustre [http://Alfredo%20d'Escragnolle%20Taunay Visconde de Taunay], era um estudioso na arta da heráldica e jpa havia criado brasões para algumas cidades paulistas. Em 1928, em companhia do desembargador José Arthur Boiteux, Afonso de Taunay visitou as principais cidades do Norte catarinense, e nessa ocasião ocorreu-lhe a idéiade oferecer projeto de escudo d'armas às municipalidades de São Francisco do Sul e de Joinville. Neste mesmo ano, ou mais tardar em 1929, Afonso ofereceu à Joinville o brasão que pensara para essa cidade. Recebido pelo prefeito Ulysses Costa, o brasão foi encaminhado para a parovação dos conselheiros municipais (vereadores) da [[2ª Legislatura da Primeira República|1927-1929 - 12ª Legislatura da Primeira República]]. Eis a descrição do brasão:
  "Escudo redondo português, encimado por uma coroa mural. No escudo existirão quatro quartéis, a que se sobrepõe, ao centro, um escudete. No primeiro quartel serão gravadas as 'quinas' de Portugale a flor-de-lis dos Bourbons, recordando o casamento da princesa d. Francisca de Bragança com o príncipe de Joinville; e de onde surgiu o nome de Joinville para a primitiva Colónia Dona Francisca. No segundo quartel destacar-se-ão elementos que figuram no escudo da cidade francesa de Joinville, cabeça do principado desse nome e de onde Joinville veio a ter a sua denominação. No terceiro quartel registrar-se-ão o leão norueguês e a cruz helvética. No quarto quartel gravar-se-ão a águia da Prússia e a cruz de Oldenburgo, recordando, como no anterior, as procedências dos primeiros colonizadores.  
  "Escudo redondo português, encimado por uma coroa mural. No escudo existirão quatro quartéis, a que se sobrepõe, ao centro, um escudete. No primeiro quartel serão gravadas as 'quinas' de Portugale a flor-de-lis dos Bourbons, recordando o casamento da princesa d. Francisca de Bragança com o príncipe de Joinville; e de onde surgiu o nome de Joinville para a primitiva Colónia Dona Francisca. No segundo quartel destacar-se-ão elementos que figuram no escudo da cidade francesa de Joinville, cabeça do principado desse nome e de onde Joinville veio a ter a sua denominação. No terceiro quartel registrar-se-ão o leão norueguês e a cruz helvética. No quarto quartel gravar-se-ão a águia da Prússia e a cruz de Oldenburgo, recordando, como no anterior, as procedências dos primeiros colonizadores.  
No escudo antes referido existirá, ao centro, um escudete, reproduzindo a constelação do Cruzeiro do Sul, símbolo nacional brasileiro para relembrar que todos os elementos de nações diversas se amalgamaram com os do Brasil.
<br>No escudo antes referido existirá, ao centro, um escudete, reproduzindo a constelação do Cruzeiro do Sul, símbolo nacional brasileiro para relembrar que todos os elementos de nações diversas se amalgamaram com os do Brasil.
O escudo terá como 'suportes' hastes de cana e de arroz, para recordarem as principais culturas do município. Em listel, abaixo do escudo, se inscreverá a 'divisa' Mea Autem Brasiliae Magnitudo, ou seja, 'A grandeza do Brasil é também a minha'. Ao centro dessa divisa existirá uma roda dentada, simbolizando a Indústria.
<br>O escudo terá como 'suportes' hastes de cana e de arroz, para recordarem as principais culturas do município. Em listel, abaixo do escudo, se inscreverá a 'divisa' Mea Autem Brasiliae Magnitudo, ou seja, 'A grandeza do Brasil é também a minha'. Ao centro dessa divisa existirá uma roda dentada, simbolizando a Indústria.
Na coroa mural existirão uma porta central, encimada por um escudete, como referência ao orago da cidade, São Francisco Xavier; e encerrará o livro e o bordão de peregrino a recordar a ação evangelizadora do apóstolo. A esse conjunto sobrepor-se-á a maiúscula romana 'I, que lembra o `Vai!´, com que Santo Inacio de Loyola mandou que São Francisco Xavier fosse servir nas missões do Oriente.
<br>Na coroa mural existirão uma porta central, encimada por um escudete, como referência ao orago da cidade, São Francisco Xavier; e encerrará o livro e o bordão de peregrino a recordar a ação evangelizadora do apóstolo. A esse conjunto sobrepor-se-á a maiúscula romana 'I, que lembra o `Vai!´, com que Santo Inacio de Loyola mandou que São Francisco Xavier fosse servir nas missões do Oriente.
O escudete do primeiro quartel do escudo geral terá campo azul carregado de cinco besantes de prata das armas reais de Portugal antigo e de Bragança; flor-de-lis de ouro, das armas reais da França antiga e da Casa de Orléans. O segundo quartel terá campo azul e três espadelas de ouro das armas de Joinville, em França. O terceiro quartel terá campo de prata; águia de negro, bico, penas, cetro e coroa de ouro da Prússia; e cruz vermelha de Oldenburgo. O quarto quartel terá campo vermelho: cruz branca da Suíça; leão de ouro, machado de prata da Noruega. O escudete central ao escudo geral, sobreposto, terá campo azul e estrelas de ouro. O listel será de campo vermelho; e as letras da divisade prata. O escudete de coroa mural acima do escudo terá campo vermelho; o livro aberto, de prata; sobre ele um bordão de peregrino, também de prata. A letra maiúscula, ao alto, também de prata. Os 'suportes' laterais ao escudo terão as suas hastes de cana e arroz ao natural. A roda dentada terá a cor natural. A coroa mural será dourada."<ref name="Suíços">Edison Mueller. Afonso de Taunay e a Heráldica Municipal Catarinense. ÁGORA: Revista do Curso de Arquivologia da UFSC; v. 2, n. 3 (1986); 22-26.</ref>
<br>O escudete do primeiro quartel do escudo geral terá campo azul carregado de cinco besantes de prata das armas reais de Portugal antigo e de Bragança; flor-de-lis de ouro, das armas reais da França antiga e da Casa de Orléans. O segundo quartel terá campo azul e três espadelas de ouro das armas de Joinville, em França. O terceiro quartel terá campo de prata; águia de negro, bico, penas, cetro e coroa de ouro da Prússia; e cruz vermelha de Oldenburgo. O quarto quartel terá campo vermelho: cruz branca da Suíça; leão de ouro, machado de prata da Noruega. O escudete central ao escudo geral, sobreposto, terá campo azul e estrelas de ouro. O listel será de campo vermelho; e as letras da divisade prata. O escudete de coroa mural acima do escudo terá campo vermelho; o livro aberto, de prata; sobre ele um bordão de peregrino, também de prata. A letra maiúscula, ao alto, também de prata. Os 'suportes' laterais ao escudo terão as suas hastes de cana e arroz ao natural. A roda dentada terá a cor natural. A coroa mural será dourada."<ref name="Suíços">Edison Mueller. Afonso de Taunay e a Heráldica Municipal Catarinense. ÁGORA: Revista do Curso de Arquivologia da UFSC; v. 2, n. 3 (1986); 22-26.</ref>
   
   
Aprovado, o projeto se transformou na Resolução Nº 433, de abril de 1929.<ref name="Cent">Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.</ref>  
Aprovado, o projeto se transformou na Resolução Nº 433, de abril de 1929.<ref name="Cent">Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.</ref>  

Edição das 21h17min de 9 de agosto de 2023

O Brasão de Joinville, criado por Afonso de Taunay, foi adotado como símbolo municipal em 1929, destituído dessa condição pela constituição federal estado-novista de 1937, restituído pela 1ª Legislatura pós-Vargas e retificado pela 7ª Legislatura.

A Criação do Brasão

Afonso de Taunay, filho do ilustre Visconde de Taunay, era um estudioso na arta da heráldica e jpa havia criado brasões para algumas cidades paulistas. Em 1928, em companhia do desembargador José Arthur Boiteux, Afonso de Taunay visitou as principais cidades do Norte catarinense, e nessa ocasião ocorreu-lhe a idéiade oferecer projeto de escudo d'armas às municipalidades de São Francisco do Sul e de Joinville. Neste mesmo ano, ou mais tardar em 1929, Afonso ofereceu à Joinville o brasão que pensara para essa cidade. Recebido pelo prefeito Ulysses Costa, o brasão foi encaminhado para a parovação dos conselheiros municipais (vereadores) da 1927-1929 - 12ª Legislatura da Primeira República. Eis a descrição do brasão:

"Escudo redondo português, encimado por uma coroa mural. No escudo existirão quatro quartéis, a que se sobrepõe, ao centro, um escudete. No primeiro quartel serão gravadas as 'quinas' de Portugale a flor-de-lis dos Bourbons, recordando o casamento da princesa d. Francisca de Bragança com o príncipe de Joinville; e de onde surgiu o nome de Joinville para a primitiva Colónia Dona Francisca. No segundo quartel destacar-se-ão elementos que figuram no escudo da cidade francesa de Joinville, cabeça do principado desse nome e de onde Joinville veio a ter a sua denominação. No terceiro quartel registrar-se-ão o leão norueguês e a cruz helvética. No quarto quartel gravar-se-ão a águia da Prússia e a cruz de Oldenburgo, recordando, como no anterior, as procedências dos primeiros colonizadores. 


No escudo antes referido existirá, ao centro, um escudete, reproduzindo a constelação do Cruzeiro do Sul, símbolo nacional brasileiro para relembrar que todos os elementos de nações diversas se amalgamaram com os do Brasil.
O escudo terá como 'suportes' hastes de cana e de arroz, para recordarem as principais culturas do município. Em listel, abaixo do escudo, se inscreverá a 'divisa' Mea Autem Brasiliae Magnitudo, ou seja, 'A grandeza do Brasil é também a minha'. Ao centro dessa divisa existirá uma roda dentada, simbolizando a Indústria.
Na coroa mural existirão uma porta central, encimada por um escudete, como referência ao orago da cidade, São Francisco Xavier; e encerrará o livro e o bordão de peregrino a recordar a ação evangelizadora do apóstolo. A esse conjunto sobrepor-se-á a maiúscula romana 'I, que lembra o `Vai!´, com que Santo Inacio de Loyola mandou que São Francisco Xavier fosse servir nas missões do Oriente.
O escudete do primeiro quartel do escudo geral terá campo azul carregado de cinco besantes de prata das armas reais de Portugal antigo e de Bragança; flor-de-lis de ouro, das armas reais da França antiga e da Casa de Orléans. O segundo quartel terá campo azul e três espadelas de ouro das armas de Joinville, em França. O terceiro quartel terá campo de prata; águia de negro, bico, penas, cetro e coroa de ouro da Prússia; e cruz vermelha de Oldenburgo. O quarto quartel terá campo vermelho: cruz branca da Suíça; leão de ouro, machado de prata da Noruega. O escudete central ao escudo geral, sobreposto, terá campo azul e estrelas de ouro. O listel será de campo vermelho; e as letras da divisade prata. O escudete de coroa mural acima do escudo terá campo vermelho; o livro aberto, de prata; sobre ele um bordão de peregrino, também de prata. A letra maiúscula, ao alto, também de prata. Os 'suportes' laterais ao escudo terão as suas hastes de cana e arroz ao natural. A roda dentada terá a cor natural. A coroa mural será dourada."[1]

Aprovado, o projeto se transformou na Resolução Nº 433, de abril de 1929.[2]

, onde foi aprovado durante a segunda reunião ordinária do mês de abril de 1929.

Tal brasão foi empregado até 1937, quando a Constituição Federal criado pelo Estado Novo de Vargas aboliu os símbolos e hinos estaduais e municipais.

O brasão voltaria e ser restaurado à condição de símbolo municipal através da Lei Nº 71, votada na Câmara de Vereadores em 1948, na 1ª Legislatura pós-Vargas(1947-1951).[3] Porém, tal símbolo passaria por uma "retificação" em 1971, durante a 7ª Legislatura (1970-1973). No primeiro quartel, os símbolos do casal imperial foram substituídos pelas armas do império do Brasil. No segundo quartel, os símblos da cidade francesa de Joinville deram lugar ao emblema usado pelo Príncipe de Joinville.[4]

  1. Edison Mueller. Afonso de Taunay e a Heráldica Municipal Catarinense. ÁGORA: Revista do Curso de Arquivologia da UFSC; v. 2, n. 3 (1986); 22-26.
  2. Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.
  3. Lei Municipal nº 71, de 16 de agosto de 1948. Visitado em 08/08/2023
  4. Lei Municipal nº 1173, de 22 de dezembro de 1971. Visitado em 08/08/2023