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==O Rapto==
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Para cuidar da pequena Marisa, a Família de Mario Ganzemuller contratou uma babá, chamada de Maria Emilia de Quadros. Em 5 de agosto, Maria Emilia e Marisa desapareceram sem deixar rastros.<ref name="jj13ago"></ref> Começou uma busca policial pela criança na cidade, no estado e na região sul. A mãe, Milicia Ganzemuller, teve crise nervosa e se recusava a alimentar-se, sendo por isso recolhida ao Hospital Dona Helena, tando alta no dia 14, depois de prometer voltar a comer.<ref name="jj15ago">Ignorado Ainda o Destino de Maria Emilia Quadros. Jornal de Joinville, 15 de agosto de 1957.</ref> O pai, aparentemente mais calmo que a mãe, afirmou que não suspeitou em momento algum que sua babá pudesse praticar tamanho crime. Também afirmou estar um tanto conformado e que confiava em Deus para o desfecho do caso.<ref name="jj13ago">Permanece o Misterio e Torno do Rapto de Marisa. Jornal de Joinville, 13 de agosto de 1957.</ref> Sem que ninguém soubesse, Maria Emilia levou a criança à Curitiba e no dia 9, sob o falso nome de Maria Teresa e Souza, deu entrada num Albergue. Maria nomeou a criança como Maria Elena, disse que o pai se chamava Nilton Zacarias de Souza e a registrou como nascida em Morretes. Curiosamente, Maria estava abandonando a criança ali, sob pretexto de que fora abandonada pelo marido e não podia trabalhar e cuidar da criança ao mesmo tempo.  
Para cuidar da pequena Marisa, a Família de Mario Ganzemuller contratou uma babá, chamada de Maria Emilia de Quadros. Em 5 de agosto, Maria Emilia e Marisa desapareceram sem deixar rastros.<ref name="jj13ago"></ref> Começou uma busca policial pela criança na cidade, no estado e na região sul. A mãe, Milicia Ganzemuller, teve crise nervosa e se recusava a alimentar-se, sendo por isso recolhida ao Hospital Dona Helena, recebendo alta no dia 14, depois de prometer voltar a comer.<ref name="jj15ago">Ignorado Ainda o Destino de Maria Emilia Quadros. Jornal de Joinville, 15 de agosto de 1957.</ref> O pai, aparentemente mais calmo que a mãe, afirmou que não suspeitou em momento algum que sua babá pudesse praticar tamanho crime. Também afirmou estar um tanto conformado e que confiava em Deus para o desfecho do caso.<ref name="jj13ago">Permanece o Misterio e Torno do Rapto de Marisa. Jornal de Joinville, 13 de agosto de 1957.</ref> Sem que ninguém soubesse, Maria Emilia levou a criança à Curitiba e no dia 9, sob o falso nome de Maria Teresa e Souza, deu entrada num Albergue. Maria nomeou a criança como Maria Elena, disse que o pai se chamava Nilton Zacarias de Souza e a registrou como nascida em Morretes. Curiosamente, Maria estava abandonando a criança ali, sob o pretexto de que fora abandonada pelo marido e não podia trabalhar e cuidar da criança ao mesmo tempo.  


A encarregada do Albergue desconfiou da situação e se lembrou do rapto em Joinville, ordenou ao guarda que detivesse a raptora, consultou a delegacia de menores, mas fora informada de que era um menino que fora raptado. O grave erro de informação a fez liberar Maria. A criança foi enviada para outra instituição.<ref name="jj27ago">Desfecho Feliz do Rapto da Menina Marisa. Jornal de Joinville, 27 de agosto de 1957.</ref>
A encarregada do Albergue desconfiou da situação e se lembrou do rapto em Joinville, ordenou ao guarda que detivesse a raptora, consultou a delegacia de menores, mas fora informada de que era um menino que fora raptado. O grave erro de informação a fez liberar Maria. A criança foi enviada para outra instituição.<ref name="jj27ago">Desfecho Feliz do Rapto da Menina Marisa. Jornal de Joinville, 27 de agosto de 1957.</ref>
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==A Câmara de Vereadores se Envolve no Assunto==
==A Câmara de Vereadores se Envolve no Assunto==
Um cidadão anômimo, de Canoinhas, veio à Joinville para propôr ao delegado e à família a criação de um prêmio para quem pudesse dar informações sobre o paradeiro da criança.<ref name="jj13ago"></ref> Parece que a Câmara de Vereadores achou interessante a ideia, já que em Sessão que o caso do rapto foi comentado, o vereador [[Eugênio Gilgen]] apresentou à mesa um projeto que buscava instituir um prêmio de 20 mil cruzeiros a quem pudesse dar informação correta sobre o paradeiro da raptora. [[José (Jota) Gonçalves|Jota Gonçalves]], elogiando a indicação, sugeriu aumentar a quantia para 30 mil cruzeiros, o que foi aprovado pelos pares.
Um cidadão anônimo, de Canoinhas, veio à Joinville para propor ao delegado e à família a criação de um prêmio para quem pudesse dar informações sobre o paradeiro da criança.<ref name="jj13ago"></ref> Parece que a Câmara de Vereadores achou interessante a ideia, já que em Sessão que o caso do rapto foi comentado, o vereador [[Eugênio Gilgen]] apresentou à mesa um projeto que buscava instituir um prêmio de 20 mil cruzeiros a quem pudesse dar informação correta sobre o paradeiro da raptora. [[José (Jota) Gonçalves|Jota Gonçalves]], elogiando a indicação, sugeriu aumentar a quantia para 30 mil cruzeiros, o que foi aprovado pelos pares.
Juntou-se à câmara o Sr. [[Curt Alvino Monich]], que enviou mais 10 mil cruzeiros para o fundo.<ref name="jj15ago"></ref>
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==A Criança é Encontrada==
==A Criança é Encontrada==
No dia 24 de agosto a agonia da família Ganzemuller chegou ao fim, pois a criana foi encontrada em Curitiba. Um repórter do "O Estado do Paraná", Bernado Halfeld, soube que havia uma criança abandonada num albergue da cidade. Avisado de que a menina Marisa tinha uma queimadura no braço esquerdo, Halfeld foi averiguar a criança albergada e ela tinha queimadura, mas no braço direito. Decidido a deixar tudo muito claro, o repórter ligou para a delegacia de Joinville, que afirmou que a queimadura era no braço direito, e não no esquerdo, como disseram a Halfeld. Diante dessa confimação, Halfeld não tinha mais dúvidas de que esteva perante Marisa Ganzemuller.<ref name="jj27ago"></ref>
No dia 24 de agosto a agonia da família Ganzemuller chegou ao fim, pois a criança foi encontrada em Curitiba. Um repórter do "O Estado do Paraná", Bernado Halfeld, soube que havia uma criança abandonada num albergue da cidade. Avisado de que a menina Marisa tinha uma queimadura no braço esquerdo, Halfeld foi averiguar a criança albergada e ela tinha queimadura, mas no braço direito. Decidido a deixar tudo muito claro, o repórter ligou para a delegacia de Joinville, que afirmou que a queimadura era no braço direito, e não no esquerdo, como disseram a Halfeld. Diante dessa confirmação, Halfeld não tinha mais dúvidas de que estava perante Marisa Ganzemuller.<ref name="jj27ago"></ref>


No mesmo dia, o aliviado pai foi buscar Marisa na capital paranaense.<ref name="jj25ago">Ultima Hora - Encotrada a Menina Marisa. Jornal de Joinville, 25 de agosto de 1957.</ref> Ao ser a criança colocada no colo da sofrida mãe, as emoções chegaram ao clímax, com choro intenso misturado à ruidosas manifestações de júbilo.<ref name="jj27ago"></ref> Um desfecho feliz para um dos eventos mais marcantes de Joinville, em 1857.
No mesmo dia, o aliviado pai foi buscar Marisa na capital paranaense.<ref name="jj25ago">Ultima Hora - Encotrada a Menina Marisa. Jornal de Joinville, 25 de agosto de 1957.</ref> Ao ser a criança colocada no colo da sofrida mãe, as emoções chegaram ao clímax, com choro intenso misturado à ruidosas manifestações de júbilo.<ref name="jj27ago"></ref> Um desfecho feliz para um dos eventos mais marcantes de Joinville, em 1857.

Edição das 17h51min de 16 de janeiro de 2024

Em 1957, durante a 3ª legislatura, a menina Marisa Ganzemuller, filha e Mario Ganzemuller, foi raptada de sua casa. O assunto ocupou a atenção da cidade durante muitos dias, repercutindo no estado e no país.[1] A criança foi depois encontrada e devolvida aos pais.

O Rapto

Para cuidar da pequena Marisa, a Família de Mario Ganzemuller contratou uma babá, chamada de Maria Emilia de Quadros. Em 5 de agosto, Maria Emilia e Marisa desapareceram sem deixar rastros.[2] Começou uma busca policial pela criança na cidade, no estado e na região sul. A mãe, Milicia Ganzemuller, teve crise nervosa e se recusava a alimentar-se, sendo por isso recolhida ao Hospital Dona Helena, recebendo alta no dia 14, depois de prometer voltar a comer.[3] O pai, aparentemente mais calmo que a mãe, afirmou que não suspeitou em momento algum que sua babá pudesse praticar tamanho crime. Também afirmou estar um tanto conformado e que confiava em Deus para o desfecho do caso.[2] Sem que ninguém soubesse, Maria Emilia levou a criança à Curitiba e no dia 9, sob o falso nome de Maria Teresa e Souza, deu entrada num Albergue. Maria nomeou a criança como Maria Elena, disse que o pai se chamava Nilton Zacarias de Souza e a registrou como nascida em Morretes. Curiosamente, Maria estava abandonando a criança ali, sob o pretexto de que fora abandonada pelo marido e não podia trabalhar e cuidar da criança ao mesmo tempo.

A encarregada do Albergue desconfiou da situação e se lembrou do rapto em Joinville, ordenou ao guarda que detivesse a raptora, consultou a delegacia de menores, mas fora informada de que era um menino que fora raptado. O grave erro de informação a fez liberar Maria. A criança foi enviada para outra instituição.[4]

Em 15 de agosto, chegou à delegacia uma informação que raptora e raptada foram vistas na fronteira entre o Paraná e São Pulo, em Santo Antonio de Coruá, mas a informação não procedia.[3]

A Câmara de Vereadores se Envolve no Assunto

Um cidadão anônimo, de Canoinhas, veio à Joinville para propor ao delegado e à família a criação de um prêmio para quem pudesse dar informações sobre o paradeiro da criança.[2] Parece que a Câmara de Vereadores achou interessante a ideia, já que em Sessão que o caso do rapto foi comentado, o vereador Eugênio Gilgen apresentou à mesa um projeto que buscava instituir um prêmio de 20 mil cruzeiros a quem pudesse dar informação correta sobre o paradeiro da raptora. Jota Gonçalves, elogiando a indicação, sugeriu aumentar a quantia para 30 mil cruzeiros, o que foi aprovado pelos pares. Juntou-se à câmara o Sr. Curt Alvino Monich, que enviou mais 10 mil cruzeiros para o fundo.[3]

A Criança é Encontrada

No dia 24 de agosto a agonia da família Ganzemuller chegou ao fim, pois a criança foi encontrada em Curitiba. Um repórter do "O Estado do Paraná", Bernado Halfeld, soube que havia uma criança abandonada num albergue da cidade. Avisado de que a menina Marisa tinha uma queimadura no braço esquerdo, Halfeld foi averiguar a criança albergada e ela tinha queimadura, mas no braço direito. Decidido a deixar tudo muito claro, o repórter ligou para a delegacia de Joinville, que afirmou que a queimadura era no braço direito, e não no esquerdo, como disseram a Halfeld. Diante dessa confirmação, Halfeld não tinha mais dúvidas de que estava perante Marisa Ganzemuller.[4]

No mesmo dia, o aliviado pai foi buscar Marisa na capital paranaense.[5] Ao ser a criança colocada no colo da sofrida mãe, as emoções chegaram ao clímax, com choro intenso misturado à ruidosas manifestações de júbilo.[4] Um desfecho feliz para um dos eventos mais marcantes de Joinville, em 1857.



Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. O Rapto da menina Marisa Ganzemuller. Memória CVJ, 2023. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=O_Rapto_da_menina_Marisa_Ganzemuller>. Acesso em: 5 de abril de 2025.

Citação com autor incluído no texto

Pinheiro (2023)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2023)

Referências

  1. Menina de 8 Meses Raptada pela Babá. Correio da Manhã, 27 de agosto de 1957. Visitado em 16/01/2024
  2. Ir para: 2,0 2,1 2,2 Permanece o Misterio e Torno do Rapto de Marisa. Jornal de Joinville, 13 de agosto de 1957.
  3. Ir para: 3,0 3,1 3,2 Ignorado Ainda o Destino de Maria Emilia Quadros. Jornal de Joinville, 15 de agosto de 1957.
  4. Ir para: 4,0 4,1 4,2 Desfecho Feliz do Rapto da Menina Marisa. Jornal de Joinville, 27 de agosto de 1957.
  5. Ultima Hora - Encotrada a Menina Marisa. Jornal de Joinville, 25 de agosto de 1957.