Mudanças entre as edições de "O Rapto da menina Marisa Ganzemuller"

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Para cuidar da pequena Marisa, Mario Ganzemuller e sua esposa Milicia contrataram uma babá, a Maria Emilia de Quadros. Maria era conhecida da família, inclusive quando ia à Morretes, Mario se hospedava na casa dos pais dela. Por ter cometido infrações quando menor, Maria de Quadros tinha sido internada num reformatório, mas conseguiu fugir de lá. Maria de Quadros foi pedir ajuda e emprego na casa de Mario, em Joinville, dizendo que estava passando por dificuldades.<ref name="jj28ago">Detida em Curitiba, Afinal, A raptora da Menina Marisa. Jornal de Joinville, 28 de agosto de 1957.</ref>
Para cuidar da pequena Marisa, Mario Ganzemuller e sua esposa Milicia contrataram uma babá, a Maria Emilia de Quadros. Maria era conhecida da família, inclusive quando ia à Morretes, Mario se hospedava na casa dos pais dela. Por ter cometido infrações quando menor, Maria de Quadros tinha sido internada num reformatório, mas conseguiu fugir de lá. Ela então foi pedir ajuda e emprego na casa de Mario, em Joinville, dizendo que estava passando por dificuldades.<ref name="jj28ago">Detida em Curitiba, Afinal, A raptora da Menina Marisa. Jornal de Joinville, 28 de agosto de 1957.</ref>


Em 5 de agosto, Maria Emilia de Quadros e a criança Marisa desapareceram sem deixar rastros.<ref name="jj13ago"></ref>  
Em 5 de agosto, Maria Emilia de Quadros e a criança Marisa desapareceram sem deixar rastros.<ref name="jj13ago"></ref>  

Edição das 13h08min de 17 de janeiro de 2024

Em 1957, durante a 3ª legislatura, a menina Marisa Ganzemuller, filha e Mario Ganzemuller, foi raptada de sua casa. O assunto ocupou a atenção da cidade durante muitos dias, repercutindo no estado e no país.[1] A criança foi depois encontrada e devolvida aos pais.

O Rapto

Marisa Ganzemuller (foto: A Notícia, 10-08-1957)
A raptora Maria de Quadros (foto: Jornal de Joinville, 28-08-1957)

Para cuidar da pequena Marisa, Mario Ganzemuller e sua esposa Milicia contrataram uma babá, a Maria Emilia de Quadros. Maria era conhecida da família, inclusive quando ia à Morretes, Mario se hospedava na casa dos pais dela. Por ter cometido infrações quando menor, Maria de Quadros tinha sido internada num reformatório, mas conseguiu fugir de lá. Ela então foi pedir ajuda e emprego na casa de Mario, em Joinville, dizendo que estava passando por dificuldades.[2]

Em 5 de agosto, Maria Emilia de Quadros e a criança Marisa desapareceram sem deixar rastros.[3]

Começou uma busca policial pela criança na cidade, no estado e na região sul. A mãe, Milicia Ganzemuller, teve crise nervosa e se recusava a alimentar-se, sendo por isso recolhida ao Hospital Dona Helena, recebendo alta no dia 14, depois de prometer voltar a comer.[4] O pai, aparentemente mais calmo que a mãe, afirmou que não suspeitou em momento algum que sua babá pudesse praticar tamanho crime. Também afirmou estar um tanto conformado e que confiava em Deus para o desfecho do caso.[3]

Desejando voltar à Curitiba, Maria contou mais tarde que aceitou carona de alguém que disse estar indo para lá, e como não queria perder a oportunidade, e tendo a impressão que o motorista não a esperaria levar a criança para casa, a inconsequente Maria de Quadros levou consigo a menina Marisa. Do dia 5 ao dia 8, ela acompanhou o motorista, que precisou cuidar de assuntos em Blumenau, e somente dia 8 eles chegaram em Curitiba.[2]

Na capital paranaense, sob o falso nome de Maria Teresa e Souza, ela deu entrada num Albergue no dia 9. Maria nomeou a criança como Maria Elena, disse que o pai se chamava Nilton Zacarias de Souza e a registrou como nascida em Morretes. Curiosamente, Maria estava abandonando a criança ali, sob o pretexto de que fora abandonada pelo marido e não podia trabalhar e cuidar da criança ao mesmo tempo.

A encarregada do Albergue desconfiou da situação e se lembrou do rapto em Joinville, ordenou ao guarda que detivesse a raptora, consultou a delegacia de menores, mas fora informada de que era um menino que fora raptado. O grave erro de informação a fez liberar Maria. A criança foi enviada para outra instituição.[5]

Em 15 de agosto, chegou à delegacia uma informação de que raptora e raptada foram vistas na fronteira entre o Paraná e São Pulo, em Santo Antonio de Coruá, mas a informação não procedia.[4]

A Câmara de Vereadores se Envolve no Assunto

Um cidadão anônimo, de Canoinhas, veio à Joinville para propor ao delegado e à família a criação de um prêmio para quem pudesse dar informações sobre o paradeiro da criança.[3] Parece que a Câmara de Vereadores achou interessante a ideia, já que na Sessão que o caso do rapto foi comentado, o vereador Eugênio Gilgen apresentou à mesa um projeto que buscava instituir um prêmio de 20 mil cruzeiros a quem pudesse dar informação correta sobre o paradeiro da raptora. Jota Gonçalves, elogiando a indicação, sugeriu aumentar a quantia para 30 mil cruzeiros, o que foi aprovado pelos pares. Seguiu o exemplo da câmara o Sr. Curt Alvino Monich, que enviou mais 10 mil cruzeiros para o fundo.[4]

A Criança é Encontrada

Mario segura sua resgatada filha. O Segundo da esquerda para a direita é Bernado Halfeld, o jornalista que a encontrou.(foto: Jornal de Joinville, 27-08-1957)

No dia 24 de agosto a agonia da família Ganzemuller chegou ao fim, pois a criança foi encontrada em Curitiba. Um repórter do "O Estado do Paraná", Bernado Halfeld, soube que havia uma criança abandonada num albergue da cidade. Avisado de que a menina Marisa tinha uma cicatriz de queimadura no braço esquerdo, Halfeld foi averiguar a criança albergada e ela tinha cicatriz, mas no braço direito. Decidido a deixar tudo muito claro, o repórter ligou para a delegacia de Joinville, que afirmou que a queimadura ocorreu no braço direito, e não no esquerdo, como disseram a Halfeld. Diante dessa confirmação, Halfeld não tinha mais dúvidas de que estava perante Marisa Ganzemuller.[5]

No mesmo dia, o aliviado pai foi buscar Marisa na capital paranaense.[6] Ao ser a criança colocada no colo da sofrida mãe, as emoções chegaram ao clímax, com choro intenso misturado à ruidosas manifestações de júbilo.[5] Um desfecho feliz para um dos eventos mais marcantes de Joinville, em 1857.

Maria Emilia de Quadros, a raptora, foi depois encontrada e encaminhada à polícia de Joinville.



Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. O Rapto da menina Marisa Ganzemuller. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=O_Rapto_da_menina_Marisa_Ganzemuller>. Acesso em: 6 de junho de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

Referências

  1. Menina de 8 Meses Raptada pela Babá. Correio da Manhã, 27 de agosto de 1957. Visitado em 16/01/2024
  2. 2,0 2,1 Detida em Curitiba, Afinal, A raptora da Menina Marisa. Jornal de Joinville, 28 de agosto de 1957.
  3. 3,0 3,1 3,2 Permanece o Misterio e Torno do Rapto de Marisa. Jornal de Joinville, 13 de agosto de 1957.
  4. 4,0 4,1 4,2 Ignorado Ainda o Destino de Maria Emilia Quadros. Jornal de Joinville, 15 de agosto de 1957.
  5. 5,0 5,1 5,2 Desfecho Feliz do Rapto da Menina Marisa. Jornal de Joinville, 27 de agosto de 1957.
  6. Ultima Hora - Encotrada a Menina Marisa. Jornal de Joinville, 25 de agosto de 1957.