Mudanças entre as edições de "Um Local para o Mercado Público"
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Após encerrada a sessão, o presidente retomou a palavra recomendando que dois engenheiros fossem ouvidos, o que ajudaria o conselho a tomar uma decisão pontuada por opiniões técnicas. | Após encerrada a sessão, o presidente retomou a palavra recomendando que dois engenheiros fossem ouvidos, o que ajudaria o conselho a tomar uma decisão pontuada por opiniões técnicas. | ||
[[Arquivo:Mercado publico antigo.jpg|288px|miniaturadaimagem|Mercado Público, aprox. 1910. (Foto: Eugen Currilin, Livreiro Editor.)]] | [[Arquivo:Mercado publico antigo.jpg|288px|miniaturadaimagem|Mercado Público, aprox. 1910. (Foto: Eugen Currilin, Livreiro Editor, acervo do AHJ.)]] | ||
=Aqui ou Ali... Mas Seria Construído= | =Aqui ou Ali... Mas Seria Construído= |
Edição das 14h40min de 7 de agosto de 2024
Em 1906, durante a 6ª Legislatura da Primeira República, houve polêmica em torno do local da construção do Mercado Público. Um projeto apresentado ao Conselho Municipal sugeria que o local escolhido deveria ser entre as atuais ruas Jerônimo Coelho (outrora rua Paris) e 9 de Março (antiga rua do Porto), nas terras que Frederico Bruestlein estava doando à municipalidade. O lugar era um charco, facilmente inundava e precisaria de aterro, o rio ali era mais raso e não havia um cais adequado.[1]
Sessão de 1º de Fevereiro de 1906
Tal projeto foi apresentado na sessão de 1º Fevereiro, uma sessão longa de três horas que acabou ficando suspensa. Retiraram-se então o superintendente Procópio Gomes e o presidente do Conselho, Ernesto Canac. O Vice-presidente então, Oscar Schneider, assumiu a presidência vacante e deu continuidade à sessão, aprovando o projeto sem considerar três abaixo-assinados que juntos somavam 247 assinaturas contrárias ao mesmo e sem ouvir argumentos de Procópio Gomes, também contrário ao projeto.[2]
Por outro lado, o local do atual mercado já estava aterrado e tinha um cais apropriado, pois era ali que os barcos aportavam, como deixou claro o retorno de Abdon Batista em novembro de 1905.
Sessões de 5 e 19 de Fevereiro de 1906
Na sessão do dia 5 de fevereiro, foram lidos os três requerimentos da população que ficaram de fora da Sessão do dia primeiro.[3] Então, na sessão de 19 de fevereiro, Procópio Gomes compareceu munido de um parecer da comissão de Obras Públicas interna e externa, que designava como local de construção o largo do porto, e não o charco nas terras de Brüstlein. O parecer ia ao encontro do clamor popular.
Uma comissão interna era composta por conselheiros (vereadores), enquanto a externa era composta por outros cidadãos de fora do poder público municipal. O parecer foi aprovado por unanimidade na câmara, tendo se ausentado da reunião o conselheiro Schneider, alegando motivo de saúde. Após encerrada a sessão, o presidente retomou a palavra recomendando que dois engenheiros fossem ouvidos, o que ajudaria o conselho a tomar uma decisão pontuada por opiniões técnicas.
Aqui ou Ali... Mas Seria Construído
Seja qual fosse o local escolhido, o mercado seria construído, por isso, em 21 de fevereiro a superintendência municipal lançou edital para concorrência de fornecimento de madeira (preço por metro) e tijolos (preço por milheiro).[4] Com propostas contendo preços elevados e prazo de março vencido, a municipalidade anulou a primeira concorrência e lançou novo edital nas mesmas condições, que encerraria no dia 19 de Abril.
No que se refere à madeira, Gustavo Witt venceu a concorrência com Harry Monich, os dois únicos a enviarem propostas. Vencida essa etapa, a próxima naturalmente era contratar o carpinteiro. Por isso, o edital de 25 de abril abria concorrência para a execução desse serviço, e as propostas deveriam ser encaminhadas até o dia 12 de maio.[5]
Local Definido, Mãos à Obra
Na sessão ordinária de 7 de maio, o Conselho Municipal leu o parecer dos engenheiros major Eugenio Franco e Dr. Ignacio de Oliveira, que expuseram que o melhor lugar para a edificação do Mercado Público era mesmo o aterro do porto.[6] Com isso, foi publicada a Resolução Nº 112, que designava o aterro do largo do Porto para receber tal construção. Em novembro a construção já estava bem adiantada, faltando por terminar a cobertura e a praça já estava sendo arborizada.
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Um Local para o Mercado Público. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Um_Local_para_o_Mercado_P%C3%BAblico>. Acesso em: 5 de abril de 2025. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
Referências
- ↑ Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
- ↑ Projeto Absurdo. Gazeta de Joinville, 07 de agosto de 2024. Visitado em 07/08/2024
- ↑ Ata da Sessão de 5 de fevereiro de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Edital. Gazeta de Joinville, 24 de fevereiro de 1906.
- ↑ Edital. Gazeta de Joinville, 28 de fevereiro de 1906.
- ↑ Ata da Sessão de 7 de maio de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.