Mudanças entre as edições de "A Questão de Limites em 1876"

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Em 25 de Junho de 1876 a Câmara de Joinville enviou um telegrama ao presidente da Província de Santa Catarina, Visconde de Taunay, informando que os viajantes da estrada Dona Francisca estavam sendo vítimas de violência. Sem dizer claramente quem eram os criminosos, o telegrama se limitava a dizer que os salteadores estavam armados com pistolas e espingardas, e eram homens com e sem fardamento. Vendo que era iminente um derramamento de sangue, a Câmara pedia medidas protetivas enérgicas para acabar com os abusos cometidos.<ref>Telegrama nº 183, de 26 de junho de 1876, em guarda do Arquivo Historico de Santa Catarina.</ref> O governo da Província respondeu informando que havia solicitado providências ao Governo Central, recomendou prudência e informou que brevemente enviaria um destacamento para conter a violência.<ref>Telegrama de 26 de junho de 1876, em resposta ao telegrama nº 183, em guarda do Arquivo Historico de Santa Catarina.</ref> <ref>Ata da Sessão Ordinária de 3 de julho de 1876, em guarda do Arquivo Historico de Joinville.</ref>
Em 25 de Junho de 1876 a Câmara de Joinville enviou um telegrama ao presidente da Província de Santa Catarina, Visconde de Taunay, informando que os viajantes da estrada Dona Francisca estavam sendo vítimas de violência. Sem dizer claramente quem eram os criminosos, o telegrama se limitava a dizer que os salteadores estavam armados com pistolas e espingardas, e eram homens com e sem fardamento. Vendo que era iminente um derramamento de sangue, a Câmara pedia medidas protetivas enérgicas para acabar com os abusos cometidos.<ref>Telegrama nº 183, de 26 de junho de 1876, em guarda do Arquivo Historico de Santa Catarina.</ref> O governo da Província respondeu informando que havia solicitado providências ao Governo Central, recomendou prudência e informou que brevemente enviaria um destacamento para conter a violência.<ref>Telegrama de 26 de junho de 1876, em resposta ao telegrama nº 183, em guarda do Arquivo Historico de Santa Catarina.</ref> <ref>Ata da Sessão Ordinária de 3 de julho de 1876, em guarda do Arquivo Historico de Joinville.</ref>


[[Arquivo:2 legislatura monarquica telegrama resposta.png|right|188px|miniaturadaimagem|O governo provincial promete enviar ajuda em breve para o problema na Estrada Dona Francisca.]]
[[Arquivo:2 legislatura monarquica telegrama resposta.png|left|188px|miniaturadaimagem|O governo provincial promete enviar ajuda em breve para o problema na Estrada Dona Francisca.]]
O telegrama de Joinville não é claro ao identificar os infratores. Na obra "Aconteceu Nos Ervais", Antonio Dias Mafra informa animosidade entre viajantes São Bento-Joinville e os funcionários da barreira paranaense. Para citar um exemplo, no final de maio do ano de 1876 o responsável pela construção da estrada Dona Francisca reuniu um grupo de 150 pessoas, entre trabalhadores da estrada e colonos imigrantes, cercou a agência fiscal e ordenou ao agente da Encruzilhada “que era preciso fazer retirar as duas placas colocadas no desvio, deixando o povo passar livremente sem pagamento de imposto algum.”<ref>Antonio Dias Mafra. Aconteceu nos Ervais: A Disputa Territorial Entre Paraná e Santa Catarina pela Exploração da Erva-Mate – Região Sul do Vale do Rio Negro. Orientador: Doutor Sandino Hoff. 2008. Dissertação (Mestrado) – Mestre em Desenvolvimento Regional, Universidade do Contestado - UnC.</ref> Os homens fardados citados no telegrama da Câmara joinvilense podem ser os funcionários do governo paranaense destacados para garantir a segurança dos agentes fiscais daquela província.
O telegrama de Joinville não é claro ao identificar os infratores. Na obra "Aconteceu Nos Ervais", Antonio Dias Mafra informa animosidade entre viajantes São Bento-Joinville e os funcionários da barreira paranaense. Para citar um exemplo, no final de maio do ano de 1876 o responsável pela construção da estrada Dona Francisca reuniu um grupo de 150 pessoas, entre trabalhadores da estrada e colonos imigrantes, cercou a agência fiscal e ordenou ao agente da Encruzilhada “que era preciso fazer retirar as duas placas colocadas no desvio, deixando o povo passar livremente sem pagamento de imposto algum.”<ref>Antonio Dias Mafra. Aconteceu nos Ervais: A Disputa Territorial Entre Paraná e Santa Catarina pela Exploração da Erva-Mate – Região Sul do Vale do Rio Negro. Orientador: Doutor Sandino Hoff. 2008. Dissertação (Mestrado) – Mestre em Desenvolvimento Regional, Universidade do Contestado - UnC.</ref> Os homens fardados citados no telegrama da Câmara joinvilense podem ser os funcionários do governo paranaense destacados para garantir a segurança dos agentes fiscais daquela província.



Edição das 12h59min de 6 de junho de 2023

A Questão de Limites - O Contestado

Telegrama da Câmara comunicando a situação preocupante na Estrada Dona Francisca.

Na segunda metade do século 19, Joinville viu reacender a afamada Questão de Limites, que colocava em lados opostos o Paraná e Santa Catarina. Com dúvidas sobre a delimitação exata das fronteiras, os dois estados disputavam muitas terras e vilas, requerendo para si o direito de governá-las. Como o Paraná entendia que a Serra era um limite natural que demarcava tais limites, aquela província afirmava que Campo Alegre e Sâo Bento do Sul lhe pertenciam. Por isso, durante a 2ª Legislatura monárquica de Joinville o governo paranaense decidiu colocar no local denominado Encruzilhada, em Campo Alegre, uma barreira fiscal para cobrar tributos provinciais de produtos que fluíam da Serra para Joinville e São Franscisco do Sul. No entanto, São Bento integrava a Colônia Dona Francisca e tal ponto fiscal cortava em duas partes a colônia.

Em 25 de Junho de 1876 a Câmara de Joinville enviou um telegrama ao presidente da Província de Santa Catarina, Visconde de Taunay, informando que os viajantes da estrada Dona Francisca estavam sendo vítimas de violência. Sem dizer claramente quem eram os criminosos, o telegrama se limitava a dizer que os salteadores estavam armados com pistolas e espingardas, e eram homens com e sem fardamento. Vendo que era iminente um derramamento de sangue, a Câmara pedia medidas protetivas enérgicas para acabar com os abusos cometidos.[1] O governo da Província respondeu informando que havia solicitado providências ao Governo Central, recomendou prudência e informou que brevemente enviaria um destacamento para conter a violência.[2] [3]

O governo provincial promete enviar ajuda em breve para o problema na Estrada Dona Francisca.

O telegrama de Joinville não é claro ao identificar os infratores. Na obra "Aconteceu Nos Ervais", Antonio Dias Mafra informa animosidade entre viajantes São Bento-Joinville e os funcionários da barreira paranaense. Para citar um exemplo, no final de maio do ano de 1876 o responsável pela construção da estrada Dona Francisca reuniu um grupo de 150 pessoas, entre trabalhadores da estrada e colonos imigrantes, cercou a agência fiscal e ordenou ao agente da Encruzilhada “que era preciso fazer retirar as duas placas colocadas no desvio, deixando o povo passar livremente sem pagamento de imposto algum.”[4] Os homens fardados citados no telegrama da Câmara joinvilense podem ser os funcionários do governo paranaense destacados para garantir a segurança dos agentes fiscais daquela província.




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. A Questão de Limites em 1876. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=A_Quest%C3%A3o_de_Limites_em_1876>. Acesso em: 10 de junho de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)


Referências

  1. Telegrama nº 183, de 26 de junho de 1876, em guarda do Arquivo Historico de Santa Catarina.
  2. Telegrama de 26 de junho de 1876, em resposta ao telegrama nº 183, em guarda do Arquivo Historico de Santa Catarina.
  3. Ata da Sessão Ordinária de 3 de julho de 1876, em guarda do Arquivo Historico de Joinville.
  4. Antonio Dias Mafra. Aconteceu nos Ervais: A Disputa Territorial Entre Paraná e Santa Catarina pela Exploração da Erva-Mate – Região Sul do Vale do Rio Negro. Orientador: Doutor Sandino Hoff. 2008. Dissertação (Mestrado) – Mestre em Desenvolvimento Regional, Universidade do Contestado - UnC.