Mudanças entre as edições de "Pagamento por Sessões Extraordinárias em 1989"

De Memória CVJ
Ir para navegação Ir para pesquisar
Linha 2: Linha 2:


==Entendimentos Divergentes==
==Entendimentos Divergentes==
[Arquivo:11 legislatura pagamento de extraordinarias.jpg|200px|miniaturadaimagem|Pessoa Machado e Fachini: Entendimentos divergentes sobre Extraordináiras. (Foto: Jornal A Notícia)]]
[[Arquivo:11 legislatura pagamento de extraordinarias.jpg|200px|miniaturadaimagem|Pessoa Machado e Fachini: Entendimentos divergentes sobre Extraordináiras. (Foto: Jornal A Notícia)]]
Em abril de 1989, Fachini decidiu devolver 403 cruzados novos e 20 centavos que recebeu por ter comparecido a quatro sessões consideradas extraordinárias pela mesa diretora, mas ordinárias pelo vereador petista. Para Fachini, sessões ocorridas de terça à quinta eram ordinárias, já que ocorreriam em dias determinados pelo regimento interno. Não ultrapassavamo máximo de sessões ordinárias, porque não havia tal estipulação na lei.
Em abril de 1989, Fachini decidiu devolver 403 cruzados novos e 20 centavos que recebeu por ter comparecido a quatro sessões consideradas extraordinárias pela mesa diretora, mas ordinárias pelo vereador petista. Para Fachini, sessões ocorridas de terça à quinta eram ordinárias, já que ocorreriam em dias determinados pelo regimento interno. Não ultrapassavamo máximo de sessões ordinárias, porque não havia tal estipulação na lei.



Edição das 16h46min de 12 de março de 2024

Em 1989, durante a 11ª Legislatura, o vereador João Fachini expôs seus descontentamento com o pagamento a vereadores por sessões extraordinárias, o que ele considerava ilegal. A Lei Orgânica dos Municípios, que era na ocasião uma lei estadual, fixava em dez o número mínimo de sessões ordinárias que uma cidade como Joinville deveria realizar por mês. O máximo não era especificado, o que dificultava dizer a partir de quantas sessões elas deixariam de ser ordinárias. O Regimento Interno fixava os dias da semana para a realização delas: terças, quartas e quintas-feiras. A partir disso, seria fácil entender que sessões nas segundas ou nas sextas-feiras seriam extraordinárias, independente do mínimo de ordinárias já realizadas. Dizia ainda o mesmo regulamento que as extraordinárias deveriam ser realizadas sempre que houvesse matéria de interesse relevante para deliberação.

Entendimentos Divergentes

Pessoa Machado e Fachini: Entendimentos divergentes sobre Extraordináiras. (Foto: Jornal A Notícia)

Em abril de 1989, Fachini decidiu devolver 403 cruzados novos e 20 centavos que recebeu por ter comparecido a quatro sessões consideradas extraordinárias pela mesa diretora, mas ordinárias pelo vereador petista. Para Fachini, sessões ocorridas de terça à quinta eram ordinárias, já que ocorreriam em dias determinados pelo regimento interno. Não ultrapassavamo máximo de sessões ordinárias, porque não havia tal estipulação na lei.

O presidente da casa, João Pessoa Machado, no entanto, alegava que o procedimento por ele adotado era o realizado desde 1983. Ele entendeu que depois de atendidas as dez sessões ordinárias estabelecidas na Lei Orgânica, as outras quatro seriam extraordinárias. [1]

Pareceres Jurídicos

Fachini decidiu levar o caso adiante e fez um requerimento questionando o amparo legal para tais pagamentos. Aprovado mesmo sob protestos, o requerimento obrigou Pessoa Machado a apresentar um parecer jurídico. Por isso, o presidente designou dois assessores para viajar à Florianópolis e consultar a Alesc sobre o tema. Os mesmos assessores também viajariam ao Rio de Janeiro para consultar o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM).[2]

Como o parecer do IBAM não foi mais mencionado, é possível que os assessores tenham ficado satisfeitos com o parecer da procuradoria da Alesc. Tanto este último órgão quanto a assessoria juridica da CVJ consideravam as sessões que passavam de dez como sendo extras, sendo legal o pagamento a mais por essas sessões.

Inconformado, Fachini buscou um parecer do Centro de Estudos e Pesquisas de Administação Municipal (CEPAM), órgão vinculado ao governo do estado de São Paulo. Os juristas que assinaram o documento afirmaram ser indevido e inconstitucional o pagamento de sessões como extras, quando ocorriam em dias e horários pré-fixados para a realização de ordinárias. O parecer ainda recomendava ao presidente que recolhesse aos cofres públicos os valores já pagos, para evitar pena de sanções legais aplicáveis.[3]

Os Pagamentos Continuaram Como Antes

Pessoa Machado, no entanto, ignorou o parecer do CEPAM, apresentado por Fachini. Em uma coletiva de imprensa, Pesoa Machado divulgou os pareceres das casas legislativas de Joinville e do Estado, e disse que ambos recocheciam tais pagamentos como sendo absolutamente legais. Disse o presidente da CVJ:

Não posso rejeitar um pronunciamento oficial da Assembleia Legislativa do Estado, assinado pela unanimidade de seus procuradoresm apenar porque o vereador petista está fazendo uma interpretação equivocada da legislaç]ao em vigor (...)[4]

Apesar dos protestos de Fachini, os pagamentos continuaram como vinham sendo feitos.




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Pagamento por Sessões Extraordinárias em 1989. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Pagamento_por_Sess%C3%B5es_Extraordin%C3%A1rias_em_1989>. Acesso em: 16 de maio de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)


Referências

  1. Sessão Extraordinária é Polêmica na Câmara. A Notícia, 6 de abril de 1989.
  2. Requerimento Questiona a Sessão Extra. A Notícia, 7 de abril de 1989.
  3. Pagamento das Sessões Extras Não Foi Legal. A Notícia, 29 de abril de 1989.
  4. Sessões Extras Podem Ser Pagas como Normais. A Notícia, 9 de junho de 1989.