A Bandeira de Gadsden

De Memória CVJ
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Em 2023, durante a 19ª Legislatura, o vereador Cleiton Profeta colocou em seu gabinete a bandeira de Gadsden, com os dizeres “Don’t Tread on Me”, (não pise em mim) e a imagem de uma cascavel. Tal bandeira teve seu uso associado à várias ideologias com o passar das décadas e séculos. Cleiton atribuiu um valor à bandeira, mas muitas pessoas atribuíam valores diversos, causando ataques ao vereador nas redes sociais. Diante disso, a Câmara de Vereadores lançou uma nota de repúdio às ofensas a ele dirigidas.

A Postagem do Vereador Cleiton Profeta

Cleiton e a bandeira de Gadsden

Em sua conta no Instagram, Cleiton postou:

No Gabinete da Liberdade, a bandeira de Gadsden estará presente. Aliás, o primeiro gabinete na história da CVJ a ter a liberdade - literalmente - como bandeira! Mas afinal, o que é essa tal "bandeira de Gadsden"? Criada durante a Revolução Americana, seu nome é uma homenagem ao seu criador. A Revolução Americana, libertou as colônias americanas da metrópole inglesa. A independência foi motivada por sucessivos ataques à liberdade individual, da Inglaterra contra os cidadãos das colônias.
A escrita “Don’t Tread on Me” (“Não Pise em Mim”), com a serpente, é uma referência, o símbolo da cobra como um animal que fica quieto quando deixado em paz, mas que possui presas para atacar quem o incomoda - uma referência ao direito de defesa liberal, em contraposição à ideologia de guerra (atacar inocentes) ou do pacifismo (se render ao ataque), que advoga pelo uso da força para defesa própria ou da nação.
Atualmente a bandeira foi adotada como simbolo do liberalismo e traz com ela a memória e o símbolo de perseverança de pessoas comuns que não abriram mão de seus princípios, mesmo quando as adversidades eram grandes ou significavam ameaça a suas próprias vidas. A frase “Viva livre ou morra. A morte não é o pior dos males”, do General John Stark que lutou na guerra revolucionária americana, traduz bem este sentimento. Não estamos dispostos a abrir mão de nossa liberdade por uma falsa segurança ou comodismo. Queremos nossa liberdade, lutaremos por ela e nos inspiraremos naqueles que fizeram o mesmo.
Refaço a pergunta que fiz em campanha: Eu quero ser LIVRE, e vocês?[1]

Repercussão

O historiador João Klug: A bandeira não mais significa liberdade (Foto: site da UFSC

A postagem dividiu os internautas entre os que aplaudiram e os que diziam que Cleiton não entendia o sentido e uso da bandeira. João Klug, historiador, afirmou que desde seu uso original, a bandeira já foi empregada por grupos extremistas como a Ku Klux Klan e atualmente por neonazistas. Ele também disse que as sufragistas feministas a usaram, num emprego que pode ser considerado positivo. Cleiton recebeu ameaças e ofensas, o que o levou a registrar Boletins de Ocorrência.[2]

Os Comentários Posteriores de Cleiton e da CVJ

Ao jornal "O Município", Cleiton asseverou que empregou a bandeira consonante ao significado que ele atribuía a ela. “Tem uns abobados nazistas com essa bandeira”, comenta, e defende que “a bandeira não passa a ser nazista por causa disso” - Disse ele.

Diante dos ataques que o vereador sofreu, a CVJ lançou uma nota de repúdio que não entrou no mérito das convicções do vereador, nem na significação da bandeira, mas que repudiava os ataques contra a honra e a vida. Dizia a nota:

A Câmara de Vereadores de Joinville repudia os ataques sofridos nas redes sociais pelo vereador Cleiton Profeta (PL). Recentemente, ele fez uma postagem em sua rede social que causou desconforto em algumas pessoas que não concordam com suas convicções. A partir disso, o parlamentar passou a receber ofensas e ameaças.
Este é o segundo episódio ocorrido contra membros do Poder Legislativo de Joinville em menos de 24 horas. A CVJ permanece vigilante e se mantém contrária a quaisquer ataques contra a honra e contra a vida. Novamente lamentamos a forma como o mais um vereador foi tratado e nos colocamos à disposição para lhe prestar o auxílio necessário.
DIEGO MACHADO
Presidente[3]




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. A Bandeira de Gadsden. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=A_Bandeira_de_Gadsden>. Acesso em: 6 de maio de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

Referências

  1. Perfil @cleitonprofeta. Instagram. Visitado em 04/10/2023
  2. Historiador explica bandeira usada por vereador de Joinville que foi alvo de críticas. O Município - Joinville. Arquivado do original. Visitado em 04/10/2023.
  3. Nota de Repúdio. Câmara de Vereadores de Joinville. Arquivado do original. Visitado em 04/10/2023.