Augusto Stock Filho

De Memória CVJ
Ir para navegação Ir para pesquisar
Augusto Stock Filho
Partido(s)
Legislaturas 8ª da primeira república, sem assumir

Em Joinville, Augusto Stock Filho, foi eleito vereador da 8ª Legislatura da Primeira República, mas não assumiu o cargo.

Vereador

Eleito, renunciou

8ª Legislatura da Primeira República (1911-1914): Nas eleições para essa legislatura, houve duas apurações. Na considerada ilegal, Augusto obteve 268 votos[1] e na legal, 193 votos.[2] Augusto e Max Colin renunciaram ao cargo em 1911, antes de tomar posse, abrindo vaga no legislativo municipal.[3] A legislação eleitoral então vigente, em vez de ordenar a posse dos suplentes (chamados na época de imediatos), comandava que se fizessem novas eleições para preencher as vagas abertas, vencidas por Eugênio Moreira e Eduardo Schwartz.[4] O Memória CVJ não conseguiu a apurar os motivos da renúncia de Augusto, mas é possível que ele não tenha aceitado a decisão que anulou a apuração que talvez ele considerasse a correta.

Magnifying glass 01.svg.png Ver artigo principal: Polêmica nas Eleições de 1910

Informações Biográficas

Augusto era filho do açougueiro e ex-presidente da Câmara August Stock Sênior. Como o pai, o filho também se manteve no negócio do comércio de carne. Augusto também tinha um grande latifúndio de 263 mil metros quadrados na estrada Motucas, hoje zona rural do Vila Nova.[5] Tendo progredido financeiramente, Augusto figurou entre os 15 maiores contribuintes de capital sobre propriedade agrícola, de Joinville.[6] Em 1915, o município adquiriu suas terras na estrada Motucas.[7]

Larápios

Em agosto de 1906, na madrugada do dia 8 para o 9, Augusto foi vítima de roubo. Ladrões entraram no curral dele e roubaram um porco após matá-lo. Um segundo foi suíno foi atacado, mas não puderam levá-lo. Mas o prejuízo não parou aí. Os ladrões ainda foram ao galinheiro e levaram 14 galinhas e um número não contabilizado de ovos.[8]

Memória

1940 pode parecer distante no passado no nosso século 21, e a Joinville dessa época, uma cidadezinha pequena. Para Augusto Stock, no entanto, a diferença da Joinville de sua infância para aquela que ele via em 1940 era grande. Já idoso, ele foi entrevistado pelo jornal A Notícia, e suas lembranças fornecem um vislumbre de Joinville nos seus primórdios. Falando da época que seu pai presidiu a Câmara, ele disse que:[9]

Naqueles tempos Joinville não passava de uma colônia no meio do mato. Minha infância decorreu nesse ambiente inóspito...

Falando da rua XV de Novembro, disse ele:

Naqueles tempos esta via pública possuía apenasmente algumas casas cobertas de palha e construídas a pique.

Sobre sua educação e profissão, Augusto lembrou:

Desde criança fui educado no trabalho e adotei a profissão do meu pai. A instrução escolar era deficiente. Tínhamos uma escola regida pelo professor Loewe, que desconhecia o amor às crianças. As pancadas que levávamos eram bem doídas. A brutalidade desse homem motivou o seu afastamento da modesta escola em nossa cidade. (...) Naquele tempo as nossas "carteiras" era o assoalho frio. Nele nos sentávamos e o professor lecionava. Imagina o senhor, que tempo...

Naqueles dias de consolidação dos direitos trabalhistas, durante a Era Vargas, Augusto comparou a jornada de trabalho de 1940 com a de sua época:

Não posso compreender porque foi reduzido para oito horas diárias. A mocidade de hoje diz que o mundo evolui. Ora, meu caro, isso é conversa mole para boi dormir. Hoje os mais moços trabalham somente oito horas e depois se queixam da vida.

Outros Fatos Importantes

  • 1906 - Quando a população estava fazendo doação de objetos e dinheiro para a inauguração do Hospital de Caridade, atual São José, Augusto ofereceu o valor de 15 mil réis.[10]
  • 1910: Em novembro a luz elétrica era instalada na igreja católica, graças à doação de alguns cidadãos. Augusto figurou entre os doadores, auxiliando com vinte mil réis.[11]

Família

Augusto Stock era filho do ex-presidente da Câmara, Augusto Stock Sênior. Seu irmão, Emílio Stock também foi conhecido homem de negócios em Joinville e vereador durante a primeira república. Augusto filho foi tio de um ex-prefeito, pois o filho de Emílio Stock foi Emílio Stock Júnior, que assumiu a vaga deixada por João Colin em 1950.[12]



Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Augusto Stock Filho. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Augusto_Stock_Filho>. Acesso em: 2 de dezembro de 2024.

Citação com autor incluído no texto

Pinheiro (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

Se você tiver mais informações ou correções sobre o biografado e quiser compartilhá-las, por favor, entre em contato conosco usando os canais descritos nessa página (clique).


Referências

  1. Resultado da Eleição Municipal. Gazeta de Joinville, 11 de dezembro de 1910.
  2. Eleição Municipal. Gazeta de Joinville, 21 de janeiro de 1911.
  3. Governo Municipal. Commercio de Joinville, 2 de março de 1912. Visitado em 06/10/2024
  4. Eleição Municipal. Commercio de Joinville, 16 de março de 1912. Visitado em 06/10/2024
  5. Acta da Sessão de 7 de abril de 1914. Gazeta do Commercio, 18 de abril de 1914. Visitado em 10/10/2024
  6. Editaes. Commercio de Joinville, 6 de janeiro de 1912. Visitado em 10/10/2024
  7. Resolução N. 225. Gazeta do Commercio, 13 de fevereiro de 1915. Visitado em 10/10/2024
  8. Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 11 de agosto de 1906. Visitado em 10/10/2024
  9. Reportagem Por Acaso - Joinville Ha 78 Anos Passados. A Notícia, 25 de outubro de 1941. Visitado em 10/10/2024
  10. Governo Municipal - Relação. Gazeta de Joinville, 17 de fevereiro de 1906. Visitado em 10/10/2024
  11. Lista. Commercio de Joinville, 19 de março de 1910. Visitado em 20/09/2024
  12. Árvore Genealógica de Augusto Stock. Familysearch. Visitado em 24/11/2022