Max Colin
Max Colin | |
Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville. | |
Partido(s) | |
Legislaturas | 12ª da primeira república e da Era vargas |
Assinatura |
Em Joinville, Max Colin, ou Max Johannes Colin, foi vereador da 8ª e 12ª Legislatura da Primeira República, membro do Conselho Consultivo e vereador da Legislatura da Era Vargas.
Vereador
- 12ª Legislatura da Primeira República (1927-1930): Em 1926, Max computou 1902 votos, elegendo-se vereador.[1]
- Conselho Consultivo (1931-1934): Max foi nomeado conselheiro em novembro de 1931. O posto não tinha equivalência com cargos do legislativo e o conselheiro era membro do poder executivo. Porém, algumas atribuições se assemelhavam a dos então extintos vereadores.[2] Max ficou no cargo até 1934, quando então foi nomeado prefeito de Joinville.[3]
- Legislatura da Era Vargas (1936-1947): Nessa legislatura, Max foi compôs a mesa diretora como 2º secretário.[4]
Eleito, renunciou
8ª Legislatura da Primeira República (1911-1914): Nas eleições para essa legislatura, houve duas apurações. Na considerada ilegal, Max obteve 348 votos[5] e na legal, 203 votos.[6] Max e Augusto Stock Filho renunciaram ao cargo em 1911, antes de tomar posse, abrindo vaga no legislativo municipal.[7] A legislação eleitoral então vigente, em vez de ordenar a posse dos suplentes (chamados na época de imediatos), comandava que se fizessem novas eleições para preencher as vagas abertas, vencidas por Eugênio Moreira e Eduardo Schwartz.[8] O Memória CVJ não conseguiu a apurar os motivos da renúncia de Max, mas é possível que ele não tenha aceitado a decisão que anulou a apuração que talvez ele considerasse a correta.
- Ver artigo principal: Polêmica nas Eleições de 1910
Conselho Consultivo
(1931-1934) Durante o Governo Provisória da Era Vargas, Max foi nomeado membro do Conselho Consultivo em novembro de 1931, sendo eleito presidente. O posto não tinha equivalência com cargos do legislativo e o conselheiro era membro do poder executivo. Porém, algumas atribuições se assemelhavam a dos então extintos vereadores.[9] Max ficou no cargo até 1934, quando então foi nomeado prefeito de Joinville.[3]
Outros Mandatos
Prefeito
1934-1936: Em junho de 1934, Max foi nomeado prefeito, por decreto do interventor Aristiliano Ramos. Ele substituiu João Acácio Gomes de Oliveira.[3] foi na administração de Max Colin que se decidiu pela construção do prédio dos Correios e Telégrafos na atual praça Nereu Ramos. Na esteira dessa decisão, veio a criação da praça em terras pertencentes à prefeitura, bem como a mudança da sede do poder municipal daquele terreno para a escola Conselheiro Mafra.[10] Max ficou no cargo até as eleições de 1936 e o breve retorno dos prefeitos eleitos.
Deputado Estadual
- 1ª Legislatura (1947-1951): Max elegeu-se deputado com 5044 votos, pela UDN. Nessa condição, ele integrou a Assembleia Constituinte de 1947.[11]
Informações Biográficas
Max Colin nasceu em 25 de abril de 1885 e era natural de Joinville.[12] A família Colin tinha DNA empreendedor, e seu pai foi bem-sucedido comerciante.
Em 1905, Max prestou exame de telegrafia em Florianópolis,[13] Ele iniciando sua carreira de telegrafista do Telégrafo Nacional.[11] Em 1908 ele atuava como telégrafo em Porto Alegre, quando foi chamado para regressar aos negócios familiares.[14]
No campo cultural, Max foi exímio violonista e participou de apresentações musicais com a banda Guarany.[15]
Max e o Partido Liberal
Max Colin era membro do partido Liberal Catarinense e inclusive presidiu o diretório municipal.[16] Tal partido nasceu a partir da Aliança Liberal, que apoiava a candidatura de Getúlio Vargas e João Pessoa à presidência e vice-presidência nas eleições de 1930. O Partido Liberal ganhou força após a vitória getulista na revolução de 1930. Isso explica sua manutenção nos quadros políticos joinvilenses. Numa época sem eleições, primeiro ele foi membro do seleto grupo de membros do Conselho Consultivo (conforme indicado mais acima), depois ele ocupou a prefeitura, ambos os cargos por nomeação.
Em 1935, já dentro da vigência da Constituição Federal de 1934, o partido Liberal sofreu um racha, quando ficou polarizado entre Aristiliano Ramos e Nereu Ramos. Era o momento de voltar temporariamente aos governadores eleitos, mesmo que indiretamente, e os dois próceres estaduais do partido queriam se candidatar. Num primeiro momento, Max Colin decidiu não tomar posição.[17] Depois, Max pendeu para o lado de Aristiliano, que na ocasião era o interventor federal, ou seja, era quem governava o estado e podia nomear e remover prefeitos. Os principais políticos, como Plácido Olímpio de Oliveira, fizeram o mesmo.[18]
Aristiliano perdeu a queda de braço com Nereu, porém, Max continuou no cargo até as eleições de 1936 indicarem novo prefeito. Max chegou a solicitar sua demissão após a vitória de Nereu, o que não foi aceito. Francisco de Almeida, na época deputado estadual, bem como o joinvilense Guilherme Urban, pediram à Nereu que mantivesse Max no cargo. Segundo Urban, Max era digno da confiança de todos os joinvilenses, inclusive dos adversários.[19]
Outros Fatos Importantes
- 1909: Max se casou em 17 de junho de 1909, com Irma Von Zeska.[12]
- 1914: O pai João deixa a sociedade da firma João "Colin & Cia". Max e Otto a renomeiam para "Colin Irmãos".[20]
- 1915: Devido a uma seca no norte do país, joinvilenses foram incentivados a darem donativos para auxiliar as vítimas. Max ajudou com cinco mil réis.[21]
- 1938: Max foi designado presidente do Instituto Princesa Isabel, como a Escola Alemã passaria a ser chamada a partir de então. Era a época da campanha de nacionalização, e o atual colégio Bom Jesus passou por modificações para se acomodar às novas diretrizes. As alterações se deram no campo docente e na diretoria, que substituída, proporcionando que Max fosse alçado ao cargo de presidente.[22]
Morte
Max Colin faleceu em 8 de outubro de 1951, em Joinville.[11] Na sessão de17 de outubro daquele ano, Oswaldo Altino Doria requereu a inserção de um voto de pesar por esse fato.[23]
Família
Max era filho de João Colin (avô do prefeito homônimo), conhecido empreendedor e ex-vereador em Joinville. Seu filho, Rolf Colin, foi vereador e presidente da Câmara (1947-1951) e prefeito em Joinville (1951-1956). A marido de sua neta Lilian (filha de Rolf) foi Luiz Gomes, prefeito em Joinville (1989-1992). Dua sobrinha, Ingeborg, foi a segunda mulher a tomar posse do cargo de Deputada Estadual em Santa Catarina.[24] o irmão de Inge, João Colin, foi um dos prefeitos mais relembrados na história da cidade.
Homenagens
- Em Joinville, uma rua leva o nome do ex-vereador.[25] A indicação para a homenagem partiu de Arno Waldemar Döhler, autor do projeto 299/51. Nele, Döhler solicitava alterar o nome da rua Frederico Huebner para a atual denominação de Max Colin.[26] Mais tarde, pelo projeto 303/51, Döhler indicou a troca do nome da rua Ceará para Frederico Huebner.
- Em 1975, foi criada uma escola no então distrito do Boa Vista (hoje o trecho pertence ao bairro Iririú). A instituição foi denominada de "Escola Municipal de 1º Grau Prefeito Max Colin".[27]
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Max Colin. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Max_Colin>. Acesso em: 2 de dezembro de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
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Referências
- ↑ Eleição Municipal. Jornal de Joinville, 8 de novembro de 1926.
- ↑ Conselho Consultivo de Joinville. A Notícia, 17 de novembro de 1931.
- ↑ 3,0 3,1 3,2 Ata da Sessão de 30 de junho de 1934, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Ata da Sessão Extraordinária de 4 de abril de 1936, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Resultado da Eleição Municipal. Gazeta de Joinville, 11 de dezembro de 1910.
- ↑ Eleição Municipal. Gazeta de Joinville, 21 de janeiro de 1911.
- ↑ Governo Municipal. Commercio de Joinville, 2 de março de 1912. Visitado em 06/10/2024
- ↑ Eleição Municipal. Commercio de Joinville, 16 de março de 1912. Visitado em 06/10/2024
- ↑ Conselho Consultivo de Joinville. A Notícia, 17 de novembro de 1931.
- ↑ Como um Monumento do Nosso Progresso e da Nossa Grandeza. A Notícia, 17 de agosto de 1935. Visitado em 07/10/2024
- ↑ 11,0 11,1 11,2 Memória Política de Santa Catarina. Visitado em 04/10/2024
- ↑ 12,0 12,1 Max Colin. Familysearch. Visitado em 04/10/2024
- ↑ Notícias Locaes. Gazeta de Joinville, 21 de outubro de 1905. Visitado em 04/10/2024
- ↑ Correspondencia de Laguna. Commercio de Joinville, 25 de abril de 1905. Visitado em 04/10/2024
- ↑ Notícias. Gazeta de Joinville, 17 de junho de 1905. Visitado em 04/10/2024
- ↑ Defenidos os campos da Política Joinvillense. A Notícia, 13 de abril de 1932. Visitado em 04/10/2024
- ↑ A Situação no Estado. A Notícia, 21 de março de 1935. Visitado em 07/10/2024
- ↑ Baterias Descobertas. A Notícia, 21 de março de 1935. Visitado em 07/10/2024
- ↑ Os Factos Se Explicam. A Notícia, 12 de maio de 1935. Visitado em 07/10/2024
- ↑ Ao Commercio. Gazeta do Commercio, 21 de fevereiro de 1914. Visitado em 04/10/2024
- ↑ Em Pról da Victimas da Secca. Gazeta do Commercio, 17 de julho de 1915. Visitado em 24/09/2024
- ↑ Em Favor da Nacionalização do Ensino. A Notícia, 3 de junho de 1938. Visitado em 07/10/2024
- ↑ 7 Votos de Pezar pelo Falecimento dos Srs. Max Colin e Eugenio Lepper. Jornal de Joinville, 19 de outubro de 1950.
- ↑ Memória Política de Santa Catarina. Ingeborg_Colin. Visitado em 15/09/2022
- ↑ Lei nº 297, de 27 de outubro de 1951. Visitado em 04/10/2024
- ↑ A Notícia, edição de 18 de outubro de 1951.
- ↑ Decreto Municipal nº 3078, de 5 de setembro de 1975. Visitado em 04/10/2024