João Colin

De Memória CVJ
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João Colin
Joao colin.png
Foto: Jornal de Joinville, 07-10-1955.
Partido(s) UDN
Legislaturas 2ª e 3ª

Em Joinville, João Herbert Érico Colin foi eleito vereador para a e 3ª Legislatura pós-Era Vargas, mas não assumiu a vaga em nenhuma das duas ocasiões.

Vereador

Eleito, renunciou

Nas duas ocasiões em que foi eleito, João Colin renunciou ao cargo sem tomar posse:

  • 2ª Legislatura (1951-1955): Fazendo 644 votos, João Colin foi eleito vereador.[1]Como ele também havia sido eleito deputado estadual, Colin cedeu sua vaga à Paulo Henk.[2][nota 1]

Outros Mandatos

Prefeito

Posse do prefeito João Colin, em 1947. Foto: Studio Briese.
Obras do calçamento da rua João Colin, que na época se chamava de rua Duque de Caxias. Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.

Colin foi prefeito municipal em duas ocasiões:

  • Mandato 1947-1950: Eleições de 1947 - UDN - 5.266 votos (55,96% dos votos válidos). O segundo mais votado, Norberto Bachmann, fez 3.068 votos.[5] Colin recebeu reconhecimento por seus esforços em calçar as ruas do centro de Joinville.[6]
Manchete do Jornal de Joinville, 30 de março de 1950
Renúncia: Em 1950, com as eleições estaduais se aproximando, Colin se tornou um dos possíveis candidatos da UDN ao governo do estado.[7] Irineu Bornhausen era outro nome forte, e houve comentários de um possível racha intrapartidário.[8] O político Colin tratou de não externar as diferenças ocorridas no seio do partido. Disse ele ao Jornal de Joinville:
"Tudo o que por aí se escreve não passa de simples exploração política. Na UDN, tanto estadual quanto municipal, não há divergências. Vou mais longe: se há um partido unido e coeso, esse é o nosso. Tudo o mais é conversada fiada"[9]
Talvez não fosse bem assim. Nova reportagem informou que havia duas correntes dentro da UDN: Uma considerava Bornhausen como o candidato natural do partido, enquanto outra entendia que se devia dar chances a um novo nome, já que Bornhausen já havia tido a sua em 1947, e perdido.[10]
Enquanto se evadia de dar respostas claras, João Colin anunciou que renunciaria à prefeitura,[11] o que o fez logo em seguida,[12] num claro indício que desejava se concentrar na campanha para governador.[13][nota 3]
  • Mandato 1956-1957: Eleições em 1955 - UDN - 8.603 votos.[14] Espalhou-se a ideia de que o diretório municipal udenista tinha planos de lançá-lo candidato ao governo do estado em 1955,[15] um plano desmentido mais tarde, mas que pode muito bem ter sido verdade.[16] Como sabemos, Colin disputou as eleições de 1955 para prefeito, e não para governador. João Colin, faleceu no fim do ano de 1957, no cargo de prefeito.

Deputado Estadual

2ª Legislatura (1951-1955): Fazendo 7.807 votos pela UDN, Colin elegeu-se Deputado Estadual, licenciando-se ainda em 1951 para assumir por dois anos a Secretaria de Estado da Viação, Obras Públicas e Agricultura.[17] Colin foi o deputado mais votado naquele pleito, sendo que o segundo melhor votado não alcançou sequer os 5 mil votos. Ele renunciou ao cargo em novembro de 1954,[18] quando a UDN municipal estava se distanciando do diretório estadual.[19][nota 4]

Informações Biográficas

João Colin com o Brigadeiro Eduardo Gomes, Irineu Bornhausen, Rolf Colin e Plácido Olímpio de Oliveira. Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.
Casa de João Colin, na rua Rolf Colin. Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.

João Colin nasceu em 2 de agosto de 1911 e é natural de Joinville-SC. Ele iniciou seus estudos na Deutsche Schule (escola alemã), em Joinville. Sua formação passou pelo Colégio Catarinense, em Florianópolis, e por fim João bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro-RJ. Em Joinville, João atuou como advogado e empresário, dirigindo várias indústrias em Joinville (Indústrias Colin e Cia., Fiação Joinvilense, Ambalit, Cotonifício e uma indústria de felpudos).

Jornal de Joinville anunciando a morte de João Colin, em 13 de dezembro de 1947.

O diretório local da UDN (Partido União Democrática Nacional) foi fundado em 1949 por Colin. Ele foi vice-presidente do diretório estadual em 1957.[20] De 1951-1952 ele assumiu a Secretaria de Estado da Viação, Obras Públicas e Agricultura.[nota 5]

A Saúde de Colin passou a se deteriorar. Ele sofreu um infarto e teve úlceras estomacais. A depressão pode ter prejudicado seu quadro. Ele pegou uma pneumonia em 1957, da qual não recuperou,[21] vindo a falecer em 12 de dezembro, em São Paulo/SP.[17]

Família

João era filho de Otto Colin e de Ingeborg Hermann Colin. Otto e seu irmão Max (tio de João) eram proprietários da Indústria Colin e Cia. Max, inclusive, foi prefeito municipal (1934-1936). Max também foi deputado constituinte na Alesc, quando o país e os estados criavam as constituições de redemocratização (pós-Era Vargas).[22] Seu avô Johann Colin, aportuguesado para João Colin como o neto, foi vereador durante o período monárquico.

A irmã de João, Ingeborg, foi a segunda mulher a tomar posse do cargo de Deputada Estadual em Santa Catarina.[23] Seu primo, Rolf Colin, foi vereador e presidente da Câmara (1947-1951) e prefeito em Joinville (1951-1956).

João Colin casou-se com a viúva Paula Hings Paul, com quem teve Rose-Marie Colin Storrer. João também adotou como seu o filho da esposa, Pedro Colin, que foi vereador em Joinville (1959-1962) e presidente da Câmara. Pedro também foi Deputado Estadual e Deputado Federal por Santa Catarina.[17]

Homenagens

Escultura de João Colin, por Fritz Alt. Foto: Hans Dieter Gross, 1987.
Magnifying glass 01.svg.png Ver artigo principal: Escola João Colin
  • Uma escola no Itaum homenageou o ex-prefeito João Colin.
Magnifying glass 01.svg.png Ver artigo principal: Rua Dr. João Colin
  • Uma das principais ruas da cidade foi renomeada para Rua Dr. João Colin, em dezembro de 1957.
  • João Colin é retratado numa escultura feita pelo artista Fritz Alt. Através da lei Nº 846, 1º de março de 1967, a praça que hospeda a escultura também passou a levar o nome do ex-prefeito.


Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de João Colin. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Jo%C3%A3o_Colin>. Acesso em: 28 de abril de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)


Notas

  1. Colin havia se candidatado, ao mesmo tempo, para deputado estadual e vereador, o quer dizer que a legislação permitia que figurões políticos se candidatassem a dois cargos ao mesmo tempo. Obviamente, se conquistasse a cadeira na Alesc, Colin não assumiria o mandato de vereador, mas tal candidatura puxaria votos para a sigla e permitia que a renúncia do eleito colocasse na câmara um colega de partido que talvez de outro modo não conquistaria a cadeira.
  2. Colin se candidatou em 1954 buscando repetir o feito de 1950: Puxar votos para a legenda. Sendo deputado estadual, cotado para o executivo de Santa Catarina, obviamente João Colin não tinha intenção de assumir o cargo de vereador.
  3. A coesão intrapartidária propagada por João Colin foi desmitificada quando o diretório de Joinville se declarou dissidente por ter divergências com Irineu Bornhausen. Colin já havia deixado a pasta da Viação, Obras Públicas e Agricultura, e renunciado ao cargo de deputado. Seu desgosto com a política estadual talvez tenha que ver com desentendimentos com Bornhausen, já que Colin apoiou a dissidência municipal, que começou a se desenhar em junho de 1954, segundo a matéria "Não foi Ainda Solucionado o Caso Político de Joinville", do Jornal de Joinville de 09 de junho de 1954. O rompimento foi anunciado em fevereiro de 1955. Colin não mais era um membro do diretório, mas era um dos políticos de maior peso no diretório municipal da UDN. A informação foi trazida a público na matéria "O diretório Municipal da UDN Rompeu com o Governador", do Jornal de Joinville de 27 de fevereiro de 1955.
  4. No Arquivo Histórico de Joinville há uma pasta com clipagens sobre João Colin, contendo uma cópia de uma página extraída da Obra "Os precursores do Progresso do Brasil", de 1959, página 352. Na Obra, é dito que o João Colin renunciou por problemas de saúde. Que ela estava debilitada, esse artigo do Memória CVJ deixa evidente na seção biográfica. Porém, está bem documentado que houve um racha entre os próceres udenistas estaduais, o que deve ter contribuido fortemente para a renúncia de João Colin. Se fosse um caso de saúde, é mais provável que ele pedisse somente uma licença para o tratamento.
  5. Na obra citada na nota acima é dito que o governador Irineu Bornhausen ficou impressionado com as evidentes qualidades de João Colin, e por isso o designou para a secretaria de Viação, Obras Públicas e Agricultura. O texto não fala de que qualidades está se referindo e se alude à qualidade administrativa, não negamos que elas existiam, mas o cargo foi um alinhamento político pré-existente. Dentro do partido, Colin era adversário de Irineu na corrida pelo cargo de canditado ao governo estadual. Fez parte dos acordos que, ao apoiar Irineu, João Colin ganharia essa pasta caso aquele fosse eleito.

Referências

  1. Oficialmente Apontados os Nomes dos Candidatos Eleitos em Joinville. Jornal de Joinville, 18 de outubro de 1950.
  2. Câmara Municipal - Instalação, Hoje, dos Trabalhos. Jornal de Joinville, 6 de fevereiro de 1951.
  3. Quais os Cidadãos Escolhidos por Joinville para a Futura Câmara. Jornal de Joinville, 09 de outubro de 1954.
  4. Resultados Oficiais em Joinville. A Notícia, 09 de outubro de 1954.
  5. Jornal de Joinville. Resultado Final das Eleições em Joinville. Edição de 06 de dezembro de 1947.
  6. Terminará no Próximo Ano o Trabalho do Calçamento. Jornal de Joinville, 08 de julho de 1949.
  7. Sabemos o que queremos e para onde vamos - disse ontem o sr. João Colin. Jornal de Joinville, 2 de março de 1950.
  8. Divergem Duas Correntes Udenistas entre Irineu Bornhause e João Colin. Jornal de Joinville, 14 de março de 1950.
  9. Nomes de homens e de partidos devem ser postos à margem. Jornal de Joinville, 15 de março de 1950.
  10. Existe mesmo na UDN duas correntes que desejam candidatos diferentes ao governo. Jornal de Joinville, 18 de março de 1950.
  11. Deixará o Sr. João Colin a prefeitura municipal para tomar parte ativa na campanha eleitoral. Jornal de Joinville, 28 de março de 1950.
  12. Sou homem de partido. Minha renúncia deve ser interpretada como medida de precaução. Jornal de Joinville, 30 de março de 1950.
  13. Renunciou ontem o prefeito João Colin. Jornal de Joinville, 30 de março de 1950.
  14. Resultados Finais das Eleições em Joinville - 72 Urnas Apuradas. Jornal de Joinville, 07 de outubro de 1955.
  15. Aprovada a indicação do Sr. João Colin para candidato ao Govêrno. A Notícia, 08 de maio de 1955.
  16. Comunicado do Diretório da UDN - Candidatura do Sr. João Colin. Jornal de Joinville, 21 de maio de 1955.
  17. 17,0 17,1 17,2 Memória Política de Santa Catarina. João Colin. Visitado em 15/09/2022
  18. Renunciou o Sr. João Colin à Cadeira de Deputado. A Notícia, 14 de novembro de 1954.
  19. Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina. Resenha Eleitoral. Nº 25 e 26. Florianópolis: Janeiro e Fevereiro de 1951.
  20. Eleitos por unanimidade presidente e vice-presidente da UDN os grandes líderes Irineu Bornhausen e João Colin. A Notícia, 26 de março de 1957.
  21. Memória: João Colin 100 anos, o tributo de uma filha. Palavra Livre, por Salvador Neto. Visitado em 22/03/2024
  22. Memória Políticia de Santa Catarina. Max Colin. Visitado em 15/09/2022
  23. Memória Políticia de Santa Catarina. Ingeborg_Colin. Visitado em 15/09/2022