O assassinato de Manoel Roth
Em 1906 o assassinato de Manoel levou aos tribunais o cidadão Luiz Cordeiro. No julgamento acabaram envolvidas três pessoas que ocuparam o cargo de conselheiro municipal: Avelino Alves de Carvalho como advogado de defesa, Cesar Pereira de Souza como promotor público e Francisco Tavares da Cunha Mello Sobrinho como juiz.
O Assassinato
Em 22 ou 23 de novembro de 1906, na estrada Bonplandt, em Hansa (atual Corupá), o itajaiense Manoel Roth[nota 1] foi assassinado por Augusto Zeni,[1] empreiteiro da estrada de Ferro São Paulo Rio grande.[2] Pelo que se relatou, Zeni devia a Roth a quantia de 23 mil réis. Cobrado o devedor, este decidiu matar o credor para se ver livre da dívida. Depois, Zeni perguntou do caminho para Curitiba, para evadir-se.[1] Segundo alguns, Zeno teria sido auxiliado por um tal Luiz Cordeiro.
Nos Tribunais
Primeiro Julgamento
Zeni parece conseguido se evadir, já que deixa de ser mencionado pelos jornais, mas Luiz Cordeiro não. Levado aos tribunais, Luiz foi condenado em primeiro julgamento a 24 anos de prisão, decisão que ele recorreu.
Segundo Julgamento
Em 27 de janeiro de 1909 ocorreu o segundo julgamento. Agora defendido habilmente por Avelino Alves de Carvalho, que seria mais tarde vereador em Joinville, Luiz acabou sendo absolvido por 11 dos 12 jurados. A promotoria recorreu ao Supremo Tribunal. O advogado de defesa e futuro vereador enfrentou no tribunal outro advogado e futuro vereador, o promotor Cesar Pereira de Souza.[3]
Terceiro Julgamento
Em 20 de outubro de 1909 aconteceu o terceiro julgamento. O juiz era o dr. Bento Emilio Portella. Promotor e advogado de defesa já foram apresentados no substituto acima. o jornal Gazeta de Joinville informa que a sessão foi iniciado às 10 horas. Chamados os jurados, sete deles não comparecem a foram multados, entre eles, Guilherme Walther.
Recebendo a palavra o promotor Cesar Pereira de Souza, este com denodo se esforçou em provar a cumplicidade de Luiz no assassinato de Roth, trazendo à atenção de todos o testemunho de três testemunhas. Elas afirmavam que terem visto Luiz segurar a vítima para que Zeni pudesse alvejá-la no peito.
Convidada a se manifestar, a defesa apresentada por Avelino fez as testemunhas caírem em contradição. Além disso, ele demonstrou de alguma maneira não especificada pelos jornais que seria impossível que Luiz ter abraço a vítima para segurá-la, baseada nos testemunhos apresentados.
As 14 horas veio a sentença: Oito dos 12 jurados decidiram pela absolvição do acusado. Mas o promotor não se deu por satisfeito, e decidiu apresentar outro recurso.[4]
Quarto Julgamento
Por fim, nos dias 5 e 6 de abril de 1910, ocorreu o quarto e definitivo julgamento. Nesse dia foi envolvido no caso um terceiro cidadão ligado à Câmara Municipal. Quem presidiu a sessão do Jury foi Francisco Tavares Sobrinho, que na ocasião era o presidente dos conselho. Sem dar muitos detalhes, a gazeta de Joinville informa que o defensor de Luiz era o mesmo Avelino, e que Luiz fora condenado em quatro anos e quatro meses de prisão. Nem tanto nem tão pouco... nem vinte e quatro anos, nem absolvição.[5]
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. O assassinato de Manoel Roth. Memória CVJ, 2025. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=O_assassinato_de_Manoel_Roth>. Acesso em: 19 de março de 2025. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2025) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2025) |
Notas
- ↑ Algumas matérias o chamavam de Emannuel Roth.
Referências
- ↑ Ir para: 1,0 1,1 Noticias Locaes – Assassinato. Gazeta de Joinville, 6 de outubro de 1906. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes – Jury. Gazeta de Joinville, 30 de janeiro de 1909. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes – Jury. Gazeta de Joinville, 30 de janeiro de 1909. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes – Juri. Gazeta de Joinville, 23 de outubro de 1909. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes – Jury. Gazeta de Joinville, 9 de abril de 1910. Visitado em 18/03/2025.