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Por outro lado, o local do atual mercado já estava aterrado e tinha um cais apropriado, pois era ali que os barcos aportavam quando chegavam em Joinville.
Por outro lado, o local do atual mercado já estava aterrado e tinha um cais apropriado, pois era ali que os barcos aportavam quando chegavam em Joinville.


===Abaixo-Assinado nº1===
===Abaixo-Assinado nº 1===
Illmo. sr. Presidente do Conselho Municipal e srs. membros do Conselho Municipal de Joinville.
Illmo. sr. Presidente do Conselho Municipal e srs. membros do Conselho Municipal de Joinville.


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[[Eduardo Schwartz]], [[Miguel Vogelsanger]], Jacob Vogelsanger, Ernesto Gifthoru, Salvador Gonçalves Corrêa, Edgardo Schutel, Frederico Hudler, Frederico Vogelsanger, Martin Stamm, Jorge Spitzner, Pedro Mayerle, Paulo Mayerle, Adolfo Colin, Gustav Kupper, Arnoldo Grossenbacher, Carlos Grinsch, Peter G. Mayerle, João Fettback, Rudolto Múller. Adriano Schoondermark, Carlos J. Etzold, W. Schröder, [[João Adolto Müller]].
[[Eduardo Schwartz]], [[Miguel Vogelsanger]], Jacob Vogelsanger, Ernesto Gifthoru, Salvador Gonçalves Corrêa, Edgardo Schutel, Frederico Hudler, Frederico Vogelsanger, Martin Stamm, Jorge Spitzner, Pedro Mayerle, Paulo Mayerle, Adolfo Colin, Gustav Kupper, Arnoldo Grossenbacher, Carlos Grinsch, Peter G. Mayerle, João Fettback, Rudolto Múller. Adriano Schoondermark, Carlos J. Etzold, W. Schröder, [[João Adolto Müller]].
===Abaixo-Assinado nº 2===
Ilmos. srs. Presidente e mais membros do Conselho Municipal de Joinville.
Os abaixo assignados, moradores desta cidade de Joinville, sorprehendidos pela apresentação de um projecto mudando para um brejo o local do mercado que sempre entenderam devia ser edificado no porto da cidade e no largo já denominado do mercado, vem respeitosamente representar á V. Sas. que o projecto annula de facto a lei do mesmo Conselho que autorisou construcção do mercado, visto como sua edificação no dito brejo excederia em muito à verba fixada na lei, parecendo portanto que o fim unico do projecto é impedir agora à construção do mesmo mercado.
Pedem a V. Sas. considerar o peixe, os mariscos, as frutas e outros generos que sempre affluem no actual largo do mercado, se deterioram rapidamente, expostos como estão, ás ardentias do sol e prejudicam muito a saude da população menos abastada da cidade.
Rogam à V. Sas. não privar, por mais tempo, a população de um melhoramento hoje indispensavel e esperam que V. Sas. se esforçarão para que o mercado seja immediatamente construido em seu local natural no largo do mesmo nome.
E.R.M.
Joinville, 28 de Janeiro de 1906,
[[Francisco Machado da Luz]], [[João Eugênio Moreira|João Eugenio Moreira]], Leopoldo Corrêa, Carlos Otto Krelling, José Alves Machado, [[João Eugênio Moreira Júnior|João Eugenio Moreira Junior]], Alvin Stamm, Ricardo Scheidemantel, Alexandre Ernesto d'Oliveira, Gustavo Krause, Livino Machado d'Oliveira, Manoel Sabino de Miranda, Paulo Douat, Firmino José da Silva, Genoviano Rodrigues, Octavio Rosa, H. Douat, Mario Lobo, Trajano Ribeiro, Franc. José Ribeiro, Procopio Moreira.


=Sessões de 5 e 19 de Fevereiro de 1906=
=Sessões de 5 e 19 de Fevereiro de 1906=

Edição das 12h58min de 12 de agosto de 2024

Em 1906, durante a 6ª Legislatura da Primeira República, houve polêmica em torno do local da construção do Mercado Público. Um projeto apresentado ao Conselho Municipal sugeria que o local escolhido deveria ser entre as atuais ruas Jerônimo Coelho (outrora rua Paris) e 9 de Março (antiga rua do Porto), nas terras que Frederico Bruestlein estava doando à municipalidade. O lugar era um charco, facilmente inundava e precisaria de aterro, o rio ali era mais raso e não havia um cais adequado.[1]

Sessão de 1º de Fevereiro de 1906

Schneider tentou aprovar a construção nas terras doadas por Brüstlein.(Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)

Tal projeto foi apresentado na sessão de 1º Fevereiro, uma sessão longa de três horas que acabou ficando suspensa. Retiraram-se então o superintendente Procópio Gomes e o presidente do Conselho, Ernesto Canac, talvez porque a longa sessão e as constantes discussões os tenha cansado. A sessão ficou suspensa. Porém, estando ausente o presidente, o Vice-presidente Oscar Schneider assumiu a presidência vacante e deu continuidade à sessão, aprovando o projeto sem considerar três abaixo-assinados que juntos somavam 247 assinaturas contrárias ao mesmo e sem dar importância aos argumentos de Procópio Gomes, também contrário ao projeto.[2]

Por outro lado, o local do atual mercado já estava aterrado e tinha um cais apropriado, pois era ali que os barcos aportavam quando chegavam em Joinville.

Abaixo-Assinado nº 1

Illmo. sr. Presidente do Conselho Municipal e srs. membros do Conselho Municipal de Joinville.

Os abaixo assignados, moradores e propictarios desta cidade, vem apresentar seus protestos contra o projecto de lei que foi apresentado na ultima sessão desta Conselho, mudando o lugar do mercado para o terreno doado pelo sr. Dr. Frederico Brustlein, na rua de Paris. Sendo em bem de toda a população que o mercado seja construido no porto desta cidade que se acha em condições vantajosas pelo lado financeiro do municipio é um grande erro da administração municipal de não aproveitar estas vantagens. Por isso pedem os abaixo assignados que não seja tomado em consideração o dito projecto.

Joinville, 29 de Janeiro de 1906.

Eduardo Schwartz, Miguel Vogelsanger, Jacob Vogelsanger, Ernesto Gifthoru, Salvador Gonçalves Corrêa, Edgardo Schutel, Frederico Hudler, Frederico Vogelsanger, Martin Stamm, Jorge Spitzner, Pedro Mayerle, Paulo Mayerle, Adolfo Colin, Gustav Kupper, Arnoldo Grossenbacher, Carlos Grinsch, Peter G. Mayerle, João Fettback, Rudolto Múller. Adriano Schoondermark, Carlos J. Etzold, W. Schröder, João Adolto Müller.

Abaixo-Assinado nº 2

Ilmos. srs. Presidente e mais membros do Conselho Municipal de Joinville. Os abaixo assignados, moradores desta cidade de Joinville, sorprehendidos pela apresentação de um projecto mudando para um brejo o local do mercado que sempre entenderam devia ser edificado no porto da cidade e no largo já denominado do mercado, vem respeitosamente representar á V. Sas. que o projecto annula de facto a lei do mesmo Conselho que autorisou construcção do mercado, visto como sua edificação no dito brejo excederia em muito à verba fixada na lei, parecendo portanto que o fim unico do projecto é impedir agora à construção do mesmo mercado.

Pedem a V. Sas. considerar o peixe, os mariscos, as frutas e outros generos que sempre affluem no actual largo do mercado, se deterioram rapidamente, expostos como estão, ás ardentias do sol e prejudicam muito a saude da população menos abastada da cidade.

Rogam à V. Sas. não privar, por mais tempo, a população de um melhoramento hoje indispensavel e esperam que V. Sas. se esforçarão para que o mercado seja immediatamente construido em seu local natural no largo do mesmo nome.

E.R.M. Joinville, 28 de Janeiro de 1906,

Francisco Machado da Luz, João Eugenio Moreira, Leopoldo Corrêa, Carlos Otto Krelling, José Alves Machado, João Eugenio Moreira Junior, Alvin Stamm, Ricardo Scheidemantel, Alexandre Ernesto d'Oliveira, Gustavo Krause, Livino Machado d'Oliveira, Manoel Sabino de Miranda, Paulo Douat, Firmino José da Silva, Genoviano Rodrigues, Octavio Rosa, H. Douat, Mario Lobo, Trajano Ribeiro, Franc. José Ribeiro, Procopio Moreira.

Sessões de 5 e 19 de Fevereiro de 1906

O Superintendente Procópio Gomes queria evitar o charco doado por Brüstlein.(Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)

Na sessão do dia 5 de fevereiro, foram lidos os três requerimentos da população que ficaram de fora da Sessão do dia primeiro.[3] Então, na sessão de 19 de fevereiro, Procópio Gomes compareceu munido de um parecer da comissão de Obras Públicas interna e externa, que designava como local de construção o largo do porto, e não o charco nas terras de Brüstlein. O parecer ia ao encontro do clamor popular.

Uma comissão interna era composta por conselheiros (vereadores), enquanto a externa era composta por outros cidadãos de fora do poder público municipal. O parecer foi aprovado por unanimidade na câmara, tendo se ausentado da reunião o conselheiro Schneider, alegando motivo de saúde. Após encerrada a sessão, o presidente retomou a palavra recomendando que dois engenheiros fossem ouvidos, o que ajudaria o conselho a tomar uma decisão pontuada por opiniões técnicas.

Mercado Público, aprox. 1910. (Foto: Eugen Currilin, Livreiro Editor, acervo do AHJ.)

Aqui ou Ali... Mas Seria Construído

Seja qual fosse o local escolhido, o mercado seria construído, por isso, em 21 de fevereiro a superintendência municipal lançou edital para concorrência de fornecimento de madeira (preço por metro) e tijolos (preço por milheiro).[4] Com propostas contendo preços elevados e prazo de março vencido, a municipalidade anulou a primeira concorrência e lançou novo edital nas mesmas condições, que encerraria no dia 19 de Abril.

No que se refere à madeira, Gustavo Witt venceu a concorrência com Harry Monich, os dois únicos a enviarem propostas. Vencida essa etapa, a próxima naturalmente era contratar o carpinteiro. Por isso, o edital de 25 de abril abria concorrência para a execução desse serviço, e as propostas deveriam ser encaminhadas até o dia 12 de maio.[5]

Local Definido, Mãos à Obra

Na sessão ordinária de 7 de maio, o Conselho Municipal leu o parecer dos engenheiros major Eugenio Franco e Dr. Ignacio de Oliveira, que expuseram que o melhor lugar para a edificação do Mercado Público era mesmo o aterro do porto.[6] Com isso, foi publicada a Resolução Nº 112, que designava o aterro do largo do Porto para receber tal construção. Em novembro a construção já estava bem adiantada, faltando por terminar a cobertura e a praça já estava sendo arborizada.




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Um Local para o Mercado Público. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Um_Local_para_o_Mercado_P%C3%BAblico>. Acesso em: 5 de abril de 2025.

Citação com autor incluído no texto

Pinheiro (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)


Referências

  1. Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
  2. Projeto Absurdo. Gazeta de Joinville, 07 de agosto de 2024. Visitado em 07/08/2024
  3. Ata da Sessão de 5 de fevereiro de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  4. Edital. Gazeta de Joinville, 24 de fevereiro de 1906.
  5. Edital. Gazeta de Joinville, 28 de fevereiro de 1906.
  6. Ata da Sessão de 7 de maio de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.