Miguel Vogelsanger
Miguel Vogelsanger | |
Partido(s) | |
Legislaturas | 4ª e 8ª legislaturas da Primeira República |
Em Joinville, Miguel Vogelsanger foi vereador da 4ª e da 8ª Legislatura da Primeira República.
Vereador
- 4ª Legislatura da Primeira República (1895-1899): Recebendo 177 votos nas eleições de abril de 1895, Miguel Vogelsanger foi eleito vereador.[1] Em 1896, ele foi eleito 1º secretário da Câmara.[2]
- 8ª Legislatura da Primeira República (1911-1914): Nas eleições para essa legislatura, houve duas apurações. Na considerada ilegal, Vogelsanger obteve 60 votos[3] e na legal, 23 votos.[4] Vogelsanger deve ter participado de alguma eleição suplementar, já que ele acabou integrando a legislatura.[5] Na época, A legislação eleitoral então vigente ordenava a realização de eleições para cobrir renúncias ou mortes, em vez de ordenar a posse dos suplentes.
- Ver artigo principal: Polêmica nas Eleições de 1910
Eleições Perdidas
- 1914 - 24 votos. O eleito menos votado fez 533 votos.[6]
Informações Biográficas
Miguel Vogelsanger nasceu em 26 de novembro de 1848, em Beggingen, Schaffhausen, Suíça.[7] Ele migrou para Joinville ainda criança com o pai, mãe e irmão em 1852, pelo navio Swea.[8]
Em 1875, Miguel e seu irmão Jacob instalaram uma serraria na região do rio Piraí. Arinor Vogelsanger, que também foi vereador em Joinville e presidiu a Câmara, descende de Jacob. Em entrevista ao historiador Dilney Cunha, Arinor deu curiosos detalhes da labuta dos irmãos para conseguirem iniciar seu empreendimento:
"Então, a viúva e os dois filhos, na faixa de 15, 16 anos, adentraram a região da Estrada dos Morros e começaram lá a desmatar, plantar cana e também a primeira atividade era fazer melado e cachaça. Mas o objetivo deles era madeira, era serrar. E aí o meu avô sempre contava (...) que não havia dinheiro, não tinha recursos para comprar, de repente, um eixo de ferro ou um mancal, alguma coisa que precisavam para construir sua serraria. A roda-d'água, tudo bem, poderiam fazer com a madeira que tinha lá, o rancho poderia se fazer com madeira, mas alguma coisa eles precisavam comprar: a própria serra, os mancais serragem (...) e eles não tinham recursos (...) trabalho até que havia em Joinville, mas não havia quem remunerasse, quem pagasse esse trabalho. E aí eles souberam que em Curitiba tinha serviço, em Curitiba podia-se ganhar dinheiro.
Então, eles investiram numa viagem a Curitiba, o objetivo era ficar por um ano lá, deixando a mãe aqui, a viúva sozinha (...) e os dois jovens, numa caminhada de 16 dias, ida e volta (...) era um caminho por Fragosos, Piên (...) e aí o meu avô sempre contou que eles não precisaram chegar até Curitiba; eles ficaram em Lapa e na família de um cidadão, de um fazendeiro chamado Pacheco (...) e o Pacheco contratou-os para eles serrarem tábuas de pinho, tábuas de madeira, para construir galpões e casas para os peões, essa madeira era serrada a mão (...) ficaram um ano trabalhando (...) e aí aquele senhor Pacheco pagou eles em ouro (...) as peças de ouro chamavam-se onças (...) e vindo então para Joinville depois de um ano, havia aqui, isso o meu avô contava, o sr. Jordan (...) uma pessoa que tinha dinheiro e que convertia então essas onças (...) esse ouro em dinheiro; e aí os dois jovens tinham dinheiro para continuar ou para começar a construção da sua serraria. Mas o dinheiro não chegou pra terminar.
Então eles foram, investiram por mais um ano para uma viagem a Lapa e (...) no Pacheco, eles tinham, eu diria assim, portas abertas e lá ficaram mais um ano trabalhando e novamente o mesmo processo e aí voltaram e concluíram o seu empreendimento aqui, a pequena serraria, que, em 5 de abril de 1875 foi, eu diria assim, inaugurada, com a presença de alguns vizinhos (...) e foi então, segundo informações, num domingo, que eles lançaram a primeira vez a água sobre a roda-d'água que eles tinham construído, e fizeram esse engenho funcionar; e na segunda-feira, serraram a primeira tábua, a primeira madeira"
Conta ainda o historiador Dilney Cunha que Miguel (Michael) se retirou do empreendimento em 1880. Ele foi para o centro da cidade, onde montou uma fábrica de barricas para mate e camarão. Ele também oferecia a venda de melado em barricas. Miguel também possuía um depósito de cal.[9] Mais tarde seu nome é ligado a construção de pontes (vide exemplo abaixo, em 1905). Além disso, Miguel matinha uma pensão na rua XV de Novembro, nas proximidades do atual cemitério dos imigrantes.
Outros fatos importantes
- 1892: Miguel fez parte da comissão que tomou à liderança em conclamar o povo para ajudar na criação do Corpo de Bombeiros de Joinville.[10]
- 1883: Miguel adquiriu três terrenos na rua do meio (XV de Novembro). Um de Anacleto Ladislao Ribeiro e dois de Koch. Ele solicitou à Câmara que se juntasse todos num só terreno.[11]
- 1905: Ele construiu uma ponte sobre o Rio Cerro (Na época, Rio Serro), em Jaraguá.[12]
- 1906: Quando a Câmara Municipal estava decidindo construir o Mercado Público em local diverso do anteriormente acordado, Müller esteve entre os que protestaram formalmente contra isso. O novo local era pantanoso e inadequado.[13]
- 1906: Com a autorização do governo do estado, Miguel foi contratado para edificar a ponte sobre o rio Jaraguá, numa obra orçada em 7:937$838 réis.[14]
Morte
Miguel faleceu em 6 de novembro de 1913 e foi sepultado em Joinville.[7]
Família
Jacob, irmão de Miguel, é avô de Arinor Vogelsanger, ex-vereador.
- Ver artigo principal: Um Local para o Mercado Público
Vereadores da 4ª Legislatura da Primeira República |
Albino Kohlbach • Ernesto Canac • Fernando Lepper • Frederico Hudler • Henrique Hänsch • Miguel Vogelsanger • Otto Boehm • Pedro José de Souza Lobo |
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Miguel Vogelsanger. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Miguel_Vogelsanger>. Acesso em: 2 de dezembro de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
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Referências
- ↑ Das Wahlresultat. Kolonie Zeitung, 09 de abril de 1895.
- ↑ Ata da Sessão de 17 de abril de 1895, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Resultado da Eleição Municipal. Gazeta de Joinville, 11 de dezembro de 1910.
- ↑ Eleição Municipal. Gazeta de Joinville, 21 de janeiro de 1911.
- ↑ A Posse dos Conselheiros Municipaes e Juízes de Paz. Commercio de Joinville, 19 de agosto de 1911. Visitado em 26/08/2024
- ↑ Gazeta do Commercio. 2 de setembro de 1914.
- ↑ 7,0 7,1 Michael Vogelsanger. Familysearch. Visitado em 05/09/2024
- ↑ Helena Remina Richlin, Maria Thereza Böbel. Lista Digitalizada de Imigrantes, Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Dilney Fermino Cunha. Suíços em Joinville - O Duplo Desterro. 2 Ed. Joinville: Impressora Ipiranga, 2003.
- ↑ Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
- ↑ Extracto - Sessão Ordinária de 28 de abril de 1883. Gazeta de Joinville, 6 de junho de 1883. Visitado em 05/09/2024
- ↑ Ata da Sessão de 7 de agosto de 1905. Gazeta de Joinville, 19 de agosto de 1905. Visitado em 05/09/2024
- ↑ Mercado. Gazeta de Joinville, 10 de fevereiro de 1906. Visitado em 07/08/2024
- ↑ Vias de Comunicação. Gazeta de Joinville, 9 de junho de 1906. Visitado em 05/09/2024