Mudanças entre as edições de "Conrado de Mira"

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Em Joinville, [[Conrado de Mira]] foi vereador da [[3ª Legislatura]] pós-Era Vargas.
=Vereador=
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Em Joinville, [[Conrado de Mira]] foi vereador da [[3ª Legislatura]] pós Era Vargas.  
[[Arquivo:Conrado de mira campanha vereador.jpg|180px|miniaturadaimagem|Conrado em Campanha para vereador, em 1954. (Jornal de Joinville, 12 de setembro de 1954)]]
'''3ª Legislatura (1955-1959)''': Mira foi o 3º vereador mais votado nas eleições de 1954, fazendo 837 votos.<ref>Quais os Cidadãos Escolhidos por Joinville para a Futura Câmara. Jornal de Joinville, 09 de outubro de 1954.</ref><ref>Resultados Oficiais em Joinville. A Notícia, 09 de outubro de 1954.</ref> Ele foi Presidente da Comissão de Redação e Leis e em 1956 foi 2º Secretário da Mesa diretora.<ref>Eleita Ante-Ontem a Nova Mesa da Câmara Municipal de Joinville. Jornal de Joinville, 09 de fevereiro de 1956.</ref> Era do PTB, e foi eleito pela AST, uma aliança eleitoral de seu partido com o PSD.
Conrado se caracterizou como autor de vários projetos e indicações. Por exemplo, em maio de 1955 ele pedia abertura de crédito para cobrir indenizações de servidores municipais, um projeto para criar uma casa para abrigar menores desamparados, aumentando o salário-família dos servidores, a criação de um departamento de trânsito, remodelação de ruas, e outros mais.<ref>Câmara Municipal - Debatido o Caso da Interrupção da Rodovia Joinville-Itajaí. Jornal de Joinville, 27 de maio de 1955.</ref>
 
Quando entendeu que a Aliança o traiu no primero ano da legislatura, Mira articulou a resposta no ano seguinte. Em 1955, o PSD fez acordos com a UDN sem seu consentimento ou conhecimento. No ano seguinte, Mira buscou unir-se aos udenistas, que formando maioria não mais precisariam de acordos com os pessedistas.
(Ver também: "'''[[3ª Legislatura#A AST se desfaz|A AST se desfaz]]'''" e "'''[[3ª Legislatura#UDN domina as Comissões|A UDN domina as Comissões]]'''", no artigo da [[3ª Legislatura]].


Mira foi o 3º vereador mais votado nas eleições de 1954, fazendo 777 votos. Resultados das eleições: <ref>Correio do Povo '''Terminados os trabalhos de apuração em Joinville'''.  Edição 1812, de 10 de outubro de 1954. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=886440&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=8555. Visitado em 09/12/2021</ref> Ele foi Presidente da Comissão de Redação e Leis e Segundo Secretário da Mesa diretora.
Em agosto de 1958, Mira propôs a criação de mais dois feriados municipais: Corpus Christi e Assunção de Nossa Senhora. O projeto foi aprovado e se tornou a [http://leismunicipa.is/rikhb lei 484/1958]. Mira já havia feito a mesma proposta em 1955, mas sem sucesso naquela ocasião.<ref>Projeto 495/1958, arquivado na Câmara de Vereadores.</ref> Muitos anos mais tarde, em 1991, Baltasar Buschle disse que a ideia era colocá-lo numa sinuca: Sancionar o feriado e desagradar os católicos, ou vetar e contrariar os luteranos. Buschle disse que essa era mais uma das artimanhas da oposição na Câmara, que era maioria.<ref name="Mudança">Mudança de Feriado Provoca Polêmica. A Notícia, 6 de novembro de 1991.</ref> Se o projeto foi de Mira, e se Buschle entendia como vindo da oposição, isso parece indicar que Mira deixou novamente de apoiar o PSD, flutuando entre as bancadas conforme lhe fosse conveniente. Justamente em num projeto de lei de 1958, Mira assina como Vereador e Líder do PSP na Câmara Municipal, o que indica que em dado momento ele abandonou o PTB e trocou de sigla.<ref>Projeto 494/1958, arquivado na Câmara de Vereadores.</ref>
{{Ver Também}} ''[[Feriados Municipais em Joinville]]''


=Outros Cargos Políticos=
=Outros Mandatos=
==Prefeito==
==Prefeito==
===Eleições perdidas===
===Eleições perdidas===
Em 1955 Mira tentaria ser o chefe do executivo municipal, mas fez apenas 153 votos. Seus adversários, João Colin e Jota Gonçalves fizeram respectivamente 8603 e 6116 votos. <ref>Correio do Povo '''Resultados Finais das Eleições em Joinville'''. Edição 1861, de 9 de outubro de 1955. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=886440&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=8831. Visitado em 09/12/2021</ref>
*1947 - PTB - 324 votos. 3º mais votado. O vencedor, João Colin, fez pela UDN 5.266 votos. Norberto Bahchmann fez 3.068 votos pelo PSD.<ref>[http://memoria.bn.gov.br/DocReader/884120/79321 Resultados Finais das Eleições em Joinville]. O Estado. Florianópolis. Edição de 11/05/1958. Visitado em 09/12/2021.</ref>
*1955 - 153 votos. 3º mais votado. Novamente vencedor, o udenista João Colin fez 8.603 votos. Segundo mais votado, Jota Gonçalves fez 6.116 votos.<ref>[http://memoria.bn.gov.br/DocReader/886440/8831 Eleições em Joinville]. O Estado. Florianópolis. Edição de 09/10/1955. Visitado em 02/05/2024.</ref>


Mira tentaria novamente a prefeitura no pleito de 1958, fazendo 624 votos. Seus adversários, João Colin e Norberto Bachmann fizeram respectivamente 5266 e 3068 votos. Também participou do pleito Rodolfo Meyer, com 452 votos. <ref>O Estado de Florianópolis '''Eleições em Joinville'''.  Edição 13335, de 11 de maio de 1958. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=884120&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=85899. Visitado em 09/12/2021</ref>
=Homenagens=
No bairro [https://goo.gl/maps/LeCGWA7nfXAy6iXp8 Costa e Silva, uma rua] leva o nome do vereador Conrado de Mira.  


=Outras informações=
[[Arquivo:Rua vereador conrado.png|miniaturadaimagem|A rua Vereador Conrado de Mira]]
Conrado era sindicalista e sua força política derivava do operariado. Foi presidente da Associação Profissional dos Trabalhadores nas Indústrias de Olaria, Cerâmica e derivados de Joinville. <ref>O Estado de Florianópolis '''Promissores os Primeiros Movimentos de Celso Ramos'''.  Edição 14119, de 2 de março de 1961. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=884120&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=793211. Visitado em 09/12/2021</ref> Em 1936 ele era secretário do Círculo Operário de Joinville. <ref>A Notícia.  Edição 2450, de 28 de novembro de 1936. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=12032. Visitado em 09/12/2021</ref> Já em 1939, seu nome consta como presidente do "Syndicato Operários da Construcção Civil". <ref>A Notícia.  Edição 2739, de 20 de novembro de 1937. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=14856. Visitado em 09/12/2021</ref>
=Informações Biográficas=
Conrado era sindicalista e sua força política derivava do operariado. Foi presidente da Associação Profissional dos Trabalhadores nas Indústrias de Olaria, Cerâmica e derivados de Joinville.<ref>O Estado de Florianópolis '''Promissores os Primeiros Movimentos de Celso Ramos'''.  Edição 14119, de 2 de março de 1961. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=884120&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=793211. Visitado em 09/12/2021</ref> Em 1936 ele era secretário do Círculo Operário de Joinville. <ref>A Notícia.  Edição 2450, de 28 de novembro de 1936. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=12032. Visitado em 09/12/2021</ref> Já em 1939, seu nome consta como presidente do "Syndicato Operários da Construcção Civil",<ref>A Notícia.  Edição 2739, de 20 de novembro de 1937. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=14856. Visitado em 09/12/2021</ref> entidade da qual ele foi um dos membros fundadores, em 1931.<ref name="GN">Gente Nossa: Histórias de gente que fez e faz a cidade. Salvador Neto. Joinville: Legere / Nova Letra, 2014. ISBN: 978-85-67447-05-6</ref>


Em 1941, Conrado de Mira viu-se envolvido num incidente que repercutiu na mídia, quando ofereceu-se para ajudar na organização da recém criada Associação dos Tecelões. O presidente Guilherme Corrêa acusou Mira de manipulador e alegou que ele pareceu querer ajudar em benefício próprio. Segundo o acusador, Mira acabou usando sua experiência não só para conseguir empregar-se na Associação com bom ordenado, como também de imiscuir-se onde não devia, tentando tomar as rédeas da situação. Mira também foi acusado de ser uma mau elemento, criador de casos e alguém que maltratava os associados. Mira acabou demitido. <ref>A Notícia. '''A Associação dos Tecelões.'''  Edição 3512, de 9 de julho de 1941. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=5666. Visitado em 09/12/2021</ref> Usando seu direito de resposta, Mira alegou iria processar Guilherme por caluniá-lo e chamá-lo de mau elemento, sendo que quando saiu, mira recebeu uma declaração que atestava "relevantes e perfeitos os serviços prestados pelo snr. Conrado de Mira a esta Associação. Entre muitos outros argumentos, Mira ainda lembrou que ser empregado (como ele foi da Associação) não é crime e que o próprio acusador era um. <ref>A Notícia. '''A Associação dos Tecelões.'''  Edição 3513, de 10 de julho de 1941. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&Pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&pagfis=5672. Visitado em 09/12/2021</ref>
Em 1941, Conrado de Mira viu-se envolvido num incidente que repercutiu na mídia, quando ofereceu-se para ajudar na organização da recém criada Associação dos Tecelões. O presidente Guilherme Corrêa acusou Mira de manipulador e alegou que ele pareceu querer ajudar, mas manipulou os assuntos em benefício próprio. Segundo o acusador, Mira acabou usando sua experiência não só para conseguir empregar-se na Associação com bom ordenado, como também de imiscuir-se onde não devia, tentando tomar as rédeas da situação. Mira também foi acusado de ser uma mau elemento, criador de casos e alguém que maltratava os associados. Mira acabou demitido.<ref>A Notícia. '''A Associação dos Tecelões.'''  Edição 3512, de 9 de julho de 1941. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=5666. Visitado em 09/12/2021</ref> Usando seu direito de resposta, Mira informou que iria processar Guilherme por caluniá-lo e chamá-lo de mau elemento, sendo que quando saiu, mira recebeu uma declaração que atestava "relevantes e perfeitos os serviços prestados pelo snr. Conrado de Mira a esta Associação. Entre muitos outros argumentos, Mira ainda lembrou que ser empregado (como ele foi da Associação) não é crime e que o próprio acusador era um.<ref>A Notícia. '''A Associação dos Tecelões.'''  Edição 3513, de 10 de julho de 1941. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&Pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&pagfis=5672. Visitado em 09/12/2021</ref>


Em 1945 Mira constava no quadro de conselheiros fiscais do Caxias Futebol Clube. <ref>Correio do Povo '''Caixas F.C.'''.  Edição 1307, de 6 de dezembro de 1945. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=886440&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=5857. Visitado em 09/12/2021</ref>
Em 1945 Mira constava no quadro de conselheiros fiscais do Caxias Futebol Clube.<ref>Correio do Povo '''Caixas F.C.'''.  Edição 1307, de 6 de dezembro de 1945. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=886440&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=5857. Visitado em 09/12/2021</ref>


Getulista, nas comemorações de 10 de Novembro Conrado de Mira proferiu um discurso de apoio ao presidente Vargas. <ref>A Notícia. '''Echos das commemorações'''. Edição 3334, de 15 de novembro de 1939. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=20851. Visitado em 09/12/2021</ref> 10 de Novembro celebrava a data da instalação da 3ª república, em 1957.
Getulista, nas comemorações de 10 de Novembro Conrado de Mira proferiu um discurso de apoio ao presidente Vargas.<ref>A Notícia. '''Echos das commemorações'''. Edição 3334, de 15 de novembro de 1939. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=20851. Visitado em 09/12/2021</ref> 10 de Novembro celebrava a data da instalação da 3ª república, em 1957.


Sua esposa dona Irany, descreveu Mira como sendo alguém muito animado, festeiro e alvoroçado. “Ele não parava nunca! Trabalhava direto, no sindicato, e trazia trabalho prá casa. Não tinha ano novo, nada. Só descansou quando morreu mesmo”. Nos anos da ditadura civil-militar, Mira foi preso enquanto estava no sindicato, levado para Florianópolis e depois para o Rio de Janeiro. Foi liberado só meses depois. Conrado de Mira faleceu de infarto fulminante em 1981
Sua esposa dona Irany, em entrevista ao jornalista Salvador Neto, descreveu Mira como sendo alguém muito animado, festeiro e alvoroçado. “Ele não parava nunca! Trabalhava direto, no sindicato, e trazia trabalho prá casa. Não tinha ano novo, nada. Só descansou quando morreu mesmo”. Nos anos da ditadura civil-militar, Mira foi preso enquanto estava no sindicato, levado para Florianópolis e depois para o Rio de Janeiro. Foi liberado só meses depois. Conrado de Mira faleceu de infarto fulminante em 1981. <ref>[http://www.palavralivre.com.br/2012/04/memoria-conrado-de-mira-o-organizador-do-sindicalismo-joinvilense/ Memória: Conrado de Mira, o organizador do sindicalismo joinvilense] Palavra Livre. Salvador Neto. Visitado em 14/12/2021</ref>


{{:Quadro_3ªLegislatura}}
{{:Quadro_3ªLegislatura}}


==Referências==
{{Autor 2025}}
Ternes, A; Vicenzi, H. '''Legislativo de Joinville - Subsídios para sua história'''. 2 Ed. Joinville: Editora Letra D'Água, 2006. ISBN: 85-87648-09-8
<br>Bitencourt, R. '''Da Comuna aos Tempos Atuais: A História do Legislativo de Joinville'''. Joinville: Fábrica de Comunicação. ISBN: 978-85-99833-04-9


=Referências=
[[Category:Vereadores Pós Era Vargas]]
[[Category:Vereadores Pós Era Vargas]]
[[Category:Vereadores]]
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[[Category:Vereadores do PTB]]
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Edição atual tal como às 14h57min de 8 de janeiro de 2025

Conrado de Mira
Conrado de mira.jpg
Foto: Arquivo CVJ
Partido(s) PTB e PSP
Legislatura
Assinatura Conrado de mira assina.png

Em Joinville, Conrado de Mira foi vereador da 3ª Legislatura pós-Era Vargas.

Vereador

Conrado em Campanha para vereador, em 1954. (Jornal de Joinville, 12 de setembro de 1954)

3ª Legislatura (1955-1959): Mira foi o 3º vereador mais votado nas eleições de 1954, fazendo 837 votos.[1][2] Ele foi Presidente da Comissão de Redação e Leis e em 1956 foi 2º Secretário da Mesa diretora.[3] Era do PTB, e foi eleito pela AST, uma aliança eleitoral de seu partido com o PSD.

Conrado se caracterizou como autor de vários projetos e indicações. Por exemplo, em maio de 1955 ele pedia abertura de crédito para cobrir indenizações de servidores municipais, um projeto para criar uma casa para abrigar menores desamparados, aumentando o salário-família dos servidores, a criação de um departamento de trânsito, remodelação de ruas, e outros mais.[4]

Quando entendeu que a Aliança o traiu no primero ano da legislatura, Mira articulou a resposta no ano seguinte. Em 1955, o PSD fez acordos com a UDN sem seu consentimento ou conhecimento. No ano seguinte, Mira buscou unir-se aos udenistas, que formando maioria não mais precisariam de acordos com os pessedistas. (Ver também: "A AST se desfaz" e "A UDN domina as Comissões", no artigo da 3ª Legislatura.

Em agosto de 1958, Mira propôs a criação de mais dois feriados municipais: Corpus Christi e Assunção de Nossa Senhora. O projeto foi aprovado e se tornou a lei 484/1958. Mira já havia feito a mesma proposta em 1955, mas sem sucesso naquela ocasião.[5] Muitos anos mais tarde, em 1991, Baltasar Buschle disse que a ideia era colocá-lo numa sinuca: Sancionar o feriado e desagradar os católicos, ou vetar e contrariar os luteranos. Buschle disse que essa era mais uma das artimanhas da oposição na Câmara, que era maioria.[6] Se o projeto foi de Mira, e se Buschle entendia como vindo da oposição, isso parece indicar que Mira deixou novamente de apoiar o PSD, flutuando entre as bancadas conforme lhe fosse conveniente. Justamente em num projeto de lei de 1958, Mira assina como Vereador e Líder do PSP na Câmara Municipal, o que indica que em dado momento ele abandonou o PTB e trocou de sigla.[7]

Magnifying glass 01.svg.png Ver Também: Feriados Municipais em Joinville

Outros Mandatos

Prefeito

Eleições perdidas

  • 1947 - PTB - 324 votos. 3º mais votado. O vencedor, João Colin, fez pela UDN 5.266 votos. Norberto Bahchmann fez 3.068 votos pelo PSD.[8]
  • 1955 - 153 votos. 3º mais votado. Novamente vencedor, o udenista João Colin fez 8.603 votos. Segundo mais votado, Jota Gonçalves fez 6.116 votos.[9]

Homenagens

No bairro Costa e Silva, uma rua leva o nome do vereador Conrado de Mira.

A rua Vereador Conrado de Mira

Informações Biográficas

Conrado era sindicalista e sua força política derivava do operariado. Foi presidente da Associação Profissional dos Trabalhadores nas Indústrias de Olaria, Cerâmica e derivados de Joinville.[10] Em 1936 ele era secretário do Círculo Operário de Joinville. [11] Já em 1939, seu nome consta como presidente do "Syndicato Operários da Construcção Civil",[12] entidade da qual ele foi um dos membros fundadores, em 1931.[13]

Em 1941, Conrado de Mira viu-se envolvido num incidente que repercutiu na mídia, quando ofereceu-se para ajudar na organização da recém criada Associação dos Tecelões. O presidente Guilherme Corrêa acusou Mira de manipulador e alegou que ele pareceu querer ajudar, mas manipulou os assuntos em benefício próprio. Segundo o acusador, Mira acabou usando sua experiência não só para conseguir empregar-se na Associação com bom ordenado, como também de imiscuir-se onde não devia, tentando tomar as rédeas da situação. Mira também foi acusado de ser uma mau elemento, criador de casos e alguém que maltratava os associados. Mira acabou demitido.[14] Usando seu direito de resposta, Mira informou que iria processar Guilherme por caluniá-lo e chamá-lo de mau elemento, sendo que quando saiu, mira recebeu uma declaração que atestava "relevantes e perfeitos os serviços prestados pelo snr. Conrado de Mira a esta Associação. Entre muitos outros argumentos, Mira ainda lembrou que ser empregado (como ele foi da Associação) não é crime e que o próprio acusador era um.[15]

Em 1945 Mira constava no quadro de conselheiros fiscais do Caxias Futebol Clube.[16]

Getulista, nas comemorações de 10 de Novembro Conrado de Mira proferiu um discurso de apoio ao presidente Vargas.[17] 10 de Novembro celebrava a data da instalação da 3ª república, em 1957.

Sua esposa dona Irany, em entrevista ao jornalista Salvador Neto, descreveu Mira como sendo alguém muito animado, festeiro e alvoroçado. “Ele não parava nunca! Trabalhava direto, no sindicato, e trazia trabalho prá casa. Não tinha ano novo, nada. Só descansou quando morreu mesmo”. Nos anos da ditadura civil-militar, Mira foi preso enquanto estava no sindicato, levado para Florianópolis e depois para o Rio de Janeiro. Foi liberado só meses depois. Conrado de Mira faleceu de infarto fulminante em 1981. [18]

Vereadores da 3ª Legislatura
Ademar GarciaAluísio Condeixa PiresAloizius SehnenArno Waldemar DöhlerCélio BücheleConrado de MiraDagoberto José de CamposDario Geraldo SallesEugênio JurgensGustavo SchosslandHubert HubnerJosé (Jota) GonçalvesMatilde Amin Ghanem




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Conrado de Mira. Memória CVJ, 2025. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Conrado_de_Mira>. Acesso em: 15 de março de 2025.

Citação com autor incluído no texto

Pinheiro (2025)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2025)

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Referências

  1. Quais os Cidadãos Escolhidos por Joinville para a Futura Câmara. Jornal de Joinville, 09 de outubro de 1954.
  2. Resultados Oficiais em Joinville. A Notícia, 09 de outubro de 1954.
  3. Eleita Ante-Ontem a Nova Mesa da Câmara Municipal de Joinville. Jornal de Joinville, 09 de fevereiro de 1956.
  4. Câmara Municipal - Debatido o Caso da Interrupção da Rodovia Joinville-Itajaí. Jornal de Joinville, 27 de maio de 1955.
  5. Projeto 495/1958, arquivado na Câmara de Vereadores.
  6. Mudança de Feriado Provoca Polêmica. A Notícia, 6 de novembro de 1991.
  7. Projeto 494/1958, arquivado na Câmara de Vereadores.
  8. Resultados Finais das Eleições em Joinville. O Estado. Florianópolis. Edição de 11/05/1958. Visitado em 09/12/2021.
  9. Eleições em Joinville. O Estado. Florianópolis. Edição de 09/10/1955. Visitado em 02/05/2024.
  10. O Estado de Florianópolis Promissores os Primeiros Movimentos de Celso Ramos. Edição 14119, de 2 de março de 1961. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=884120&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=793211. Visitado em 09/12/2021
  11. A Notícia. Edição 2450, de 28 de novembro de 1936. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=12032. Visitado em 09/12/2021
  12. A Notícia. Edição 2739, de 20 de novembro de 1937. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=14856. Visitado em 09/12/2021
  13. Gente Nossa: Histórias de gente que fez e faz a cidade. Salvador Neto. Joinville: Legere / Nova Letra, 2014. ISBN: 978-85-67447-05-6
  14. A Notícia. A Associação dos Tecelões. Edição 3512, de 9 de julho de 1941. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=5666. Visitado em 09/12/2021
  15. A Notícia. A Associação dos Tecelões. Edição 3513, de 10 de julho de 1941. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&Pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&pagfis=5672. Visitado em 09/12/2021
  16. Correio do Povo Caixas F.C.. Edição 1307, de 6 de dezembro de 1945. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=886440&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=5857. Visitado em 09/12/2021
  17. A Notícia. Echos das commemorações. Edição 3334, de 15 de novembro de 1939. Site:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=843709&pesq=%22Conrado%20de%20Mira%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=20851. Visitado em 09/12/2021
  18. Memória: Conrado de Mira, o organizador do sindicalismo joinvilense Palavra Livre. Salvador Neto. Visitado em 14/12/2021