Avelino Alves de Carvalho
Avelino Alves de Carvalho | |
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Foto: Álbum do Centenário de Joinville. | |
Partido(s) | |
Legislaturas | 11ª legislatura da Primeira República |
Em Joinville, Avelino Alves de Carvalho foi vereador da 11ª Legislatura da Primeira República.
Vereador
- 11ª Legislatura da Primeira República (1923-1927): Nas eleições de 1922, Avelino conquistou 863 votos, sendo eleito vereador.[1]
Eleições Perdidas
1914 - 533 votos. Avelino obtivera a mesma votação de Luiz Niemeyer e Guilherme Walther. Walther foi diplomado porque era o mais velho dos três.[2]
Informações Biográficas
Avelino nasceu em 10 de novembro de 1874.[3] Ele foi professor, lecionando português, aritmética, geografia e escrituração mercantil. Avelino começou suas aulas noturnas na casa de um tal João dos Santos, que morava na então rua Conselheiro Mafra, atual Abdon Baptista[4] e depois passo a lecionar na rua do Meio, atual XV de Novembro.
Como jornalista, ele foi redator e colaborador de diversos jornais joinvilenses.[5] Por exemplo, em 1907 ele era um dos redatores da Gazeta de Joinville, jornal de propriedade de Eduardo Schwartz.[6] Avelino é Patrono de uma das cadeiras da Academia Joinvilense de Letras.[5]
Avelino também foi despachante na Estação da Estrada de Ferro, providenciado o envio de cargas para os negociantes joinvilenses, mediante "módica comissão", de acordo com seu anúncios nos jornais. Caso precisasse, ligar para seu escritório, o número telefônico era 50.[7]
Outros Fatos Importantes
- 1907 - Avelino foi eleito presidente da "Liga Operária e Classes Annexas".[8]
- 1909 - Defendeu Luiz Cordeiro no caso do assassinato de Manoel Roth, em Hansa, atual Corupá.[9]
Ver artigo principal: O assassinato de Manoel Roth
- 1910 - Falece em 14 de março, ainda menino, Brazil Tupynambá de Carvalho, filho de Avelino.[10]
- 1911 - O grupo espírita Dias da Cruz é instalado por Avelino na sua residência. Este é possivelmente o primeiro centro espírita da cidade.[11]
- 1915 - Avelino consta como secretário do Club União Joinvillense, uma das três agremiações que se uniriam para formar o Clube Joinville.[12]
Ver Também: Formação do Clube Joinville.
- 1918 - Uma nota do Clube Joinville publicada em jornal é assinada por Avelino, na qualidade de secretário.[13]
Avelino Combate o Ensino Católico nas Escolas
Em 1925, o deputado federal Plínio Marques, do Paraná, apresentou duas emendas constitucionais visando resgatar privilégios perdidos pela igreja católica no Brasil. Um deles previa novamente a oficialização do catolicismo como igreja oficial do país, enquanto a segunda queria introduzir o ensino religioso facultativo nas escolas públicas.[14]
Escrevendo para o Jornal A Notícia, Avelino combateu as ideias de Plínio e da bancada católica, argumentando que países e governante notadamente católicos estavam entre os mais monstruosos da história. Avelino comentou a noite de São Bartholomeu, na França onde huguenotes foram massacrados por católicos, perpassou métodos que a católica Áustria usava para manter subordinadas várias nações ao seu império, e terminou mencionando a inquisição praticada nos reinos ibéricos. Por fim, Avelino recordou que as nações que se envolveram na guerra mundial (a primeira) eram nações que tinham religião, ou cujos cidadãos usualmente são religiosos. Isso não impediu a deflagração dos conflitos. Avelino entende que não seria o ensino religioso nas escolas que melhorariam o caráter dos homens.[15]
Vale a pena recordar que Avelino era espírita e, segundo se relata, foi fundador do primeiro centro espírita da cidade.[3]
O "Meeting" de 1907
Em 1906, havia falecido o afamado Pare Carlos Boegershausen, professor e vigário em Joinville. Entre os beneficiários do seu testamento, padre Carlos colocou o bispado. O responsável pelo inventário era o Padre Topp, que solicitou ao governo do estado isenção de imposto sobre a parte que cabia à igreja. Sendo laico o estado, muitos joinvilenses não concordaram com isso e realizaram uma reunião para esclarecer tais pontos de vista. A reunião ocorreu no Salão Berner, sendo acompanhada por um bom número de joinvilenses. Entre os líderes desse "meeting" estava Avelino, que foi quem convocara a todos. Ernesto Canac e Hermann August Lepper foram outros que tomaram a palavra naquele dia. A reunião foi acompanhada pelo Padre José Sundrupp, que estava lá para defender a posição da igreja.[3]
Um causo: um cão, uma criada e os filhos de Avelino
Era um anoitecer de 30 de maio na tranquila Joinville. Passeavam em frente à casa de Carlos Schneider, na rua do Príncipe, dois filhos de Avelino. Do imóvel, uma criada instigou o cachorro a atacar os meninos e o animal cravou os dentes no primeiro dos meninos que encontrou. Das páginas do jornal onde trabalhava, Avelino mandou o aviso:[16]
Chamamos a attenção do Snr. Carlos Schneider para que proíba semelhante proceder de sua creada sob pena de lhe chamarmos as contas se continuar. Aqui, fica, o nosso aviso.
Nomes de filhos um Tanto Incomuns
Avelino gostava de dar uns nomes inusitados aos filhos. Já comentamos acima que um dos seus filhinhos que morreu cedo se chamava Brazil Tupynambá. Outro deles foi chamado de Montezuma Guarany.[3] Uma de suas filhas ganhou o nome de América,[17] outra foi nomeada Eneida.[18]
Morte
Avelino faleceu em 1930.[5]
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Avelino Alves de Carvalho. Memória CVJ, 2025. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Avelino_Alves_de_Carvalho>. Acesso em: 1 de abril de 2025. |
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Pinheiro (2025) |
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(PINHEIRO, 2025) |
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Referências
- ↑ Demonstratives Wahlresultat vom 12 d. N. Joinvilenser Zeitung, 15 de novembro de 1922.
- ↑ Acta. Gazeta do Commercio, 2 de setembro de 1941. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Ir para: 3,0 3,1 3,2 3,3 Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.
- ↑ Annuncios. Gazeta de Joinville, 17 de agosto de 1907. Visitado em 17/03/2025.
- ↑ Ir para: 5,0 5,1 5,2 Avelino Alves de Carvalho. Academia Joinvilense. Visitado em 17/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 21 de Dezembro de 1907. Visitado em 17/03/2025.
- ↑ Despachante. Gazeta de Joinville, 9 de julho de 1910. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 15 de junho de 1907. Visitado em 17/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes – Jury. Gazeta de Joinville, 30 de janeiro de 1909. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 19 de março de 1910. Visitado em 17/03/2025.
- ↑ Federação Catarinense Espírita. Arquivado do original. Visitado em 19/03/2025.
- ↑ Club União Joinvillense. Gazeta do Commercio, 16 de janeiro de 1915. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Club Joinville. Gazeta do Commercio, 2 de fevereiro de 1918. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Névio de Campos. Debate sobre o ensino religioso na capital paranaense: entre a tribuna e a imprensa (1922-1931). Universidade Federal do Paraná, Paraná. Visitado em 18/03/2023
- ↑ O Ensino Religioso nas Escolas. A Notícia, 3 de outubro de 1925. Visitado em 18/03/2025.
- ↑ Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 6 de junho de 1908. Visitado em 17/03/2025.
- ↑ Gazeta de Joinville. Edição 143. Visitado em 19/03/2025.
- ↑ A Notícia. Edição 357. Visitado em 19/03/2025.