José Navarro Lins
José Navarro Lins | |
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Jornal A Notícia - Foto de 1927 | |
Partido(s) | |
Legislaturas | 10ª legislatura da Primeira República |
Em Joinville, o major José Wanderley Navarro Lins foi vereador da 10ª Legislatura da Primeira República.
Vereador
- 10ª Legislatura da Primeira República (1919-1923): Em 1918, Navarro Lins foi eleito vereador ao conquistar 225 votos.[1] Ele foi eleito vice-presidente da casa em 1922.[2]
Informações Biográficas
Navarro Lins, que ostentava o título de major da guarda nacional,[3] nasceu em 12 de outubro de 1881, em Olinda–PE.[4]
Em Santa Catarina, Navarro Lins foi despachante aduaneiro em São Francisco do Sul.[3]. Em Joinville, foi contratado pela A. Baptista & Co.[5] Ele também dirigiu em Joinville o Asylo de Orphãos e Desvalidos (Atual Lar Abdon Baptista). Mais tarde, por muitos anos, atuou como coletor federal em Joinville.[3] Ele também dirigiu em Joinville o Asylo de Orphãos e Desvalidos (Atual Lar Abdon Baptista).[6]
O Caso da Coletoria
Responsável pela 2ª Collectoria Federal, em Joinville, em 1931 Major Navarro Lins foi surpreendido por denúncias de irregularidades. No dia 21 de agosto daquele ano, aquela repartição pública amanheceu guarnecida por praças, enquanto o major e Rubens Lobo, outro funcionário da coletoria, passaram a noite nas dependências do Fórum.[nota 1]
Tendo recém-chegado à Joinville, o inspetor José Conrado de Veiga fez uma verificação e constatou a ausência de 14 contos de réis e tomou as medidas que entendeu serem adequadas, a pesar de que o jornal A Notícia as considerou fora de proporção, sendo a diferença fruto possivelmente de algum lançamento equivocado. Importante lembrar que o major e o jornal eram aliados.[7]
No dia seguinte, o mesmo jornal informou que o caso foi que Ruben Lobo pedira adiantamentos, aprovados pelo Major. Nos documentos estavam os vales, indicando que o valor seria devidamente compensado.[8]
Boatos correram pela cidade. Porém, em 1932, o mesmo funcionário que realizara a sindicância nas contas da 2ª Coletoria fora exonerado por vários motivos. Em Florianópolis, a Associação Comercial pedira que o Ministro da Fazenda tomasse providência contra ele, que agia de forma arbitrária. No início de abril daquele ano, o mesmo ministro devolvia os cargos de escrivão e de coletor, respectivamente, à Rubem e ao Major. "Não há, pois, razão para os inculpados permanecerem afastados (...)" dizia o despacho do ministro.[9]
A Vila Amazilda
No início do século 20, o Major Navarro Lins mandou edificar a residência conhecida como por "Vila Amazilda" (foto ao lado), hoje pertencente à clínica São Marcos na rua Abdon Batista, foi comprada mais tarde por Ademar Garcia.[3] Amazilda era esposa do major e filha de Abdon Baptista, que por um tempo fora seu patrão e mais tarde, seu sogro.
Outros Fatos Importantes
- 1910 - Era secretário do Clube Joinville.[10]
- 1910: Em novembro a luz elétrica era instalada na igreja católica, graças à doação de alguns cidadãos. Navarro Lins figurou entre os doadores, auxiliando com vinte e cinco mil réis.[11]
- 1910: Navarro Lins passou a representar a Casa Standar, do Rio de Janeiro. Vendia Pianos e Máquinas de Escrever.[12] Ele também se tornou agente da Companhia Previdência do Sul.[13]
Morte
José Navarro Lins faleceu em 28 de junho 1954.[4]
Família

O pai do Major Navarro Lins, o pernambucano Antonio Wanderley Navarro Lins, foi advogado e atuou como juiz de direito em Itajaí, Lages, Brusque e Florianópolis. Antônio foi também desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (1909–1911) e seu presidente (dezembro de 1913–dezembro de 1917). Por cinco dias (20 a 24 de junho de 1915) Antônio foi governador interino de Santa Catarina, na ocasião do afastamento de Felipe Schmidt. A esposa do Major, como comentado, era filha de Abdon Baptista.[14] Um dos filhos do casal, o Dr. José Antônio Navarro Lins, é o médico que empresta nome a uma escola no bairro Espinheiros.[15]
Homenagens
Antes de 1964, a rua Paraná nascia na Getúlio Vargas e continuava com o mesmo nome depois do encontro com a rua Pedro Mayerle. Após 1964, o segmento em direção à Gothard Kaesemodel passou a se chamar rua Major Navarro Lins.[16]
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de José Navarro Lins. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Jos%C3%A9_Navarro_Lins>. Acesso em: 1 de abril de 2025. |
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(PINHEIRO, 2024) |
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Notas
- ↑ Pernoitar no Fórum possivelmente foi um eufemismo, para não dizer diretamente que eles foram presos.
Referências
- ↑ Notícias Locaes – Eleições. Actualidade, 6 de agosto de 1918.
- ↑ Ata da Sessão de 1º de janeiro de 1922, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Ir para: 3,0 3,1 3,2 3,3 Maria Cristina Dias. A história da vila Amazilda, uma casa portuguesa na Joinville alemã. ND+. Arquivado do original. Visitado em 12/12/2024.
- ↑ Ir para: 4,0 4,1 Major José Wanderley Navarro Lins. Familysearch. Visitado em 12/12/2024
- ↑ Consorcio. Commercio de Joinville, 11 de janeiro de 1908. Visitado em 12/12/2024
- ↑ A Sagração da Imagem de Santa Terezinha. A Notícia, 2 de abril de 1927. Visitado em 12/12/2024
- ↑ O que Se Passa na Collectoria Federal. A Notícia, 21 de agosto de 1931. Visitado em 13/12/2024
- ↑ Ainda o Caso da Collectoria Federal. A Notícia, 22 de agosto de 1931. Visitado em 13/12/2024
- ↑ Reassumiram as Funcções de Seus Cargos na Collectoria Federal. A Notícia, 2 de abril de 1932. Visitado em 2/04/2024
- ↑ Annuncios. Gazeta de Joinville, 22 de janeiro de 1910. Visitado em 12/12/2024
- ↑ Lista. Commercio de Joinville, 19 de março de 1910. Visitado em 20/09/2024
- ↑ Commercio de Joinville, 4 de junho de 1910. Visitado em 13/12/2024
- ↑ Commercio de Joinville, 24 de dezembro de 1910. Visitado em 13/12/2024
- ↑ Memória Política de Santa Catarina. Visitado em 13/12/2024
- ↑ Lei nº 5569, de 13 de março de 1987. Visitado em 12/12/2024
- ↑ Lei nº 689, de 1 de setembro de 1964. Visitado em 12/12/2024