Mudanças entre as edições de "Aumento no Número de Assessores"
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Ao longo da sua história, a Câmara passou por alterações no número de assessores que cada bancada ou gabinete poderia comissionar. A partir de 2025, esse número passará a ser de nove comissionados. Parte da história desse crescimento ou decréscimo no número de assessores está narrada nesse artigo:<ref group="nota">Este artigo pretende reunir pesquisas históricas sobre o crescimento, ou decréscimo dos assessores comissionados, e irá sendo modificado conforme novas informações forem sendo encontradas.</ref> | |||
=Primeiras Legislaturas Pós-Vargas: Um Só Servidor= | |||
Após a queda do Estado Novo e o restabelecimento da democracia, quando a Câmara de Joinville iniciou sua atual contagem das legislaturas, o poder legislativo municipal contava apenas com um servidor, Alpheu Carneiro Lins, ativo membro da UDN local. Lins era Diretor de Expediente, e seu nome está incluído em praticamente todo projeto de lei constante no arquivo da Câmara, quando ele confirmava o trânsito da indicação entre as comissões.<ref name="coluna">Coluna "Comentário do Dia". A Notícia, 18 de agosto de 1959.</ref> Este funcionário não era assessor de vereadores, mas um servidor da Câmara de Vereadores. | |||
=1988: Comissionados por Bancada= | |||
Cerca de trinta anos depois, os vereadores indicavam servidores comissionados para bancadas, não para seus gabinetes como é hoje. Partidos com três vereadores ou mais tinham direito a assessor e secretário. Partidos com dois ou menos, só teriam direito ao assessor de bancada.<ref>[http://leismunicipa.is/ckrhj Lei Municipal nº 2280], de 22 de novembro de 1988. Visitado em 18/11/2024</ref> | |||
=1989: PT Retaliado?= | |||
[[Arquivo:Joao fachini 1990.jpg|170px|miniaturadaimagem|Fachini entendeu que foi alvo de vingança.]] | |||
Em 1989, [[João Fachini]] e o presidente [[João Pessoa Machado]] divergiram sobre o pagamento de sessões, ordinárias para o petista, e extraordinárias para o presidente da CVJ. Fachini decidiu devolver a importância paga a mais, e pediu um parecer jurídico da casa.<ref>Requerimento Questiona a Sessão Extra. A Notícia, 7 de abril de 1989.</ref> A divergência entre eles chegou aos tribunais, com derrota para Fachini.<ref>Sessões Extras Forma Consideradas Legais. A Notícia, 26 de abril de 1990.</ref> | |||
Na esteira dos acontecimentos, Wilmar D'angelis, assessor do PT, foi exonerado pelo presidente da casa, João Pessoa, após receber requerimento de autoria de [[Vilson João Renzetti|Renzetti]], assinado por outros vereadores. Simultaneamente, a mesa diretora apresentou o projeto de lei 27/89,<ref group="nota">O jornalista Toninho Neves afirmou no ano seguinte que o autor do projeto era João Luiz Sdrigotti. Se foi assim, o projeto foi de origem da mesa, mas seu mentor fora o vice-presidenta da casa. Neves disse que Sdrigotti fizera o PL com intuito de se vingar de Fachini, na questão da denúncia das Sessões Extraordinárias. Tais informações estão na coluna Alça de Mira, do jornal A Notícia, 18 de março de 1990.</ref> que aumentaria o número de assessores para partidos com mais de dois membros, mas retiraria o assessor de partidos com um só vereador.<ref name="Pressao">Pressão de Lideranças Exonera Assessor do PT. A Notícia, 4 de junho de 1989.</ref> Carlito Merss, presidente do PT, entendeu que tal decisão fora: | |||
<blockquote>''(...) apelativa e antidemocrática.''</blockquote> | |||
Ele também considerou um absurdo o projeto que retiraria do PT o direito de ter um assessor, que nesse caso substituiria Wilmar D'angelis. Merss afirmou que a atitude era:<ref>PT Protesta Pela Saída de Assessor. A Notícia, 6 de junho de 1989.</ref> | |||
<blockquote>''Um ato arbitrário, de retaliação à postura do PT no legislativo municipal, por levantar suspeitas quanto à legalidade do pagamento sistemático de sessões extraordinárias(...) .''</blockquote> | |||
Fachini também afirmou que a extinção do cargo de assessor para seu partido fora uma medida "''revanchista e discricionária''".<ref>Coelho na Cartola. A Notícia, 8 de junho de 1989.</ref> | |||
Grande parte dos vereadores, porém, não queriam exatamente o que o projeto da Mesa Diretora propunha. Eles preferiam a nomeação de um assessor para cada vereador.<ref name="Pressao"></ref> A lei nº 2322, porém, deixou claro que a vontade da mesa diretora prevaleceu, e Fachini ficou mesmo sem nenhum assessor. Dizia ela: | |||
"Art. 11 A nomeação de Assessores de Bancada e de Secretário de Bancada, cargos previstos na letra "b" do Anexo I, será efetuada após ouvido o Líder de Bancada de cada partido político que tiver representação na Câmara de Vereadores de Joinville com direito à Assessoria e Secretaria, obedecendo o seguinte critério: | |||
- 01 (um) Assessor para Bancada com número de 02(dois) a 04(quatro) Vereadores; | |||
- 02 (dois) Assessores para Bancada com número de 05(cinco) a 08(oito) Vereadore:s; | |||
- 03 (três) Assessores para Bancada com número de 09(nove) a 12(doze) Vereadores; | |||
- 04 (quatro) Assessores para Bancada com mais de 12(doze) Vereadores; | |||
- 01 (um) Secretário para Bancada com número de 03(três) a 05(cinco) Vereadores; | |||
- 02 (dois) Secretários para Bancada com número de 06(seis) a 09(nove) Vereadores; | |||
- 03 (três) Secretários para Bancada com número de 10(dez) a 12(doze) Vereadores; | |||
- 04 (quatro) Secretários para Bancada com mais de 12(doze) Vereadores.<ref>[http://leismunicipa.is/jkdrh Lei Municipal nº 2322], de 20 de junho de 1989. Visitado em 19/11/2024</ref> | |||
{{Artigo Principal}} ''[[Pagamento por Sessões Extraordinárias em 1989]]'' | |||
=1990 - Trem da Alegria= | |||
[[Arquivo:Joao luiz sdrigotti 1990.jpg|170px|miniaturadaimagem|Sdrigotti em partido grande achava que bancada com um vereador não precisava de assessor. Sdrigotti em partido com um vereador achava que tais bancadas precisavam de assessor.]] | |||
Em 1989, qual membro da mesa diretora, [[João Luiz Sdrigotti|Sdrigotti]] apoiava que partidos com um membro não tivesse direito a assessores. Porém, ele deixara o PMDB e agora era do PDT, partido com um só vereador, e iniciara um movimento para reverter a lei que ele mesmo ajudara a criar. A ideia de um assessor por vereador fora retomada. A imprensa, porém, apelidou a medida que possibilitava o aumento de assessores comissionados de "Trem da Alegria".<ref>Antonio Neves. Coluna Alça de Mira. A Notícia, 18 de março de 1990.</ref> | |||
[[Arquivo:Sergio silva foto wagner jorge.jpg|180px|miniaturadaimagem|Sérgio Silva era contra o "Trem da Algeria" (Foto: Wagner Jorge/A Notícia).]] | |||
É claro que Fachini apoiaria o projeto, mas [[Sérgio de Souza Silva|Sérgio Silva]] afirmou que o aumento no número de assessores: | |||
<blockquote>''(...) não significa que os vereadores vão trabalhar mais em benefício da comunidade. Significa, isso sim, que de agora em diante eles vão trabalhar menos.''</blockquote> | |||
Sérgio Silva disse também que se o "Trem da Alegria" fosse aprovado, abriria mão desse direito, já que ganhava muito bem para contratar sua assessoria. [[Altair Carlos Pereira]], [[Nestor Westrupp]] e [[Vilson João Renzetti|Vilson Renzetti]] também se posicionaram contrários ao projeto.<ref>Câmara de Joinville Aprova Trem da Alegria. A Notícia, 14 de março de 1989.</ref> | |||
Mas, após pressões dos munícipes, o "Trem da Alegria" descarrilou. Em vez de um assessor para cada vereador, a lei aprovada em abril apenas devolveu o assessor para bancadas com um vereador, para a alegria de Fachini e de Sdrigotti.<ref>[http://leismunicipa.is/rekjh Lei Municipal nº 2391], de 6 de abril de 1990. Visitado em 19/11/2024</ref> | |||
=2007: Até Treze Assessores= | |||
Em 2007, durante [[15ª Legislatura]], foi aprovada a Resolução Nº 3, que permitia que os gabinetes tivessem treze assessores comissionados, desde que um valor específico, corrigido ano a ano, não fosse ultrapassado (12 mil reais, no ano da publicação da lei). | |||
=2014/2015: TAC - Sete no Máximo= | =2014/2015: TAC - Sete no Máximo= | ||
[[Arquivo:17 leg tac.jpg|200px|left|miniaturadaimagem|João Carlos Gonçalves (esq.) e Rodrigo Fachini (dir.), presidentes do mandato que estava findando e do por vir, | [[Arquivo:17 leg tac.jpg|200px|left|miniaturadaimagem|João Carlos Gonçalves (esq.) e Rodrigo Fachini (dir.), presidentes do mandato que estava findando e do por vir, assinaram acordo com o MP, em 2014]] | ||
Em dezembro de 2014, foi assinado um Termo de Ajuste de Conduta pela Câmara de Vereadores, se comprometendo com o Ministério Público em limitar os assessores comissionados em no máximo sete. Além disso, seria criada normas claras sobre o controle de ponto e relatórios de atividades externas.<ref>[https://web.archive.org/web/20241112123255/https://camara.joinville.br/noticias/noticias-da-presidencia/assinado-tac-do-numero-de-comissionados/ Assinado TAC do número de comissionados.] Câmara de Vereadores de Joinville. Arquivado do [https://camara.joinville.br/noticias/noticias-da-presidencia/assinado-tac-do-numero-de-comissionados/ original]. Visitado em 12/11/2024.</ref> | Em dezembro de 2014, estando a CVJ na sua [[17ª Legislatura]], foi assinado um Termo de Ajuste de Conduta pela Câmara de Vereadores, se comprometendo com o Ministério Público em limitar os assessores comissionados em no máximo sete. Além disso, seria criada normas claras sobre o controle de ponto e relatórios de atividades externas.<ref>[https://web.archive.org/web/20241112123255/https://camara.joinville.br/noticias/noticias-da-presidencia/assinado-tac-do-numero-de-comissionados/ Assinado TAC do número de comissionados.] Câmara de Vereadores de Joinville. Arquivado do [https://camara.joinville.br/noticias/noticias-da-presidencia/assinado-tac-do-numero-de-comissionados/ original]. Visitado em 12/11/2024.</ref> | ||
=2019: Redução | =2019: Outra Redução?= | ||
Em 2019, [[Ninfo König]] apresentou o [https://sc-joinville-camara.sistemalegislativo.com.br/documento/projeto-de-resolucao-no-12-2019-252 Projeto de Resolução nº 12/2019], que pretendia diminuir de sete para quatro o número de assessores comissionados lotados nos gabinetes. Ninfo dizia que seu gabinete era a prova de que tal diminuição era possível.<ref>[https://sc-joinville-camara.sistemalegislativo.com.br/documento/projeto-de-resolucao-no-12-2019-252 Projeto de Resolução Nº 12/2019], Câmara de Vereadores de Joinville. Visitado em 12/11/2024</ref> | [[Arquivo:Ninfo konig.png|180px|miniaturadaimagem|Ninfo: Reduzir é possível.]] | ||
Em 2019, durante a [[18ª Legislatura]], [[Ninfo König]] apresentou o [https://sc-joinville-camara.sistemalegislativo.com.br/documento/projeto-de-resolucao-no-12-2019-252 Projeto de Resolução nº 12/2019], que pretendia diminuir de sete para quatro o número de assessores comissionados lotados nos gabinetes. Ninfo dizia que seu gabinete era a prova de que tal diminuição era possível. A proposta passou por algumas comissões, mas em 2023 ficou trancada na Comissão de Finanças, aguardando relatoria, conforme o último movimento registrado (verificado em 2024).<ref>[https://sc-joinville-camara.sistemalegislativo.com.br/documento/projeto-de-resolucao-no-12-2019-252 Projeto de Resolução Nº 12/2019], Câmara de Vereadores de Joinville. Visitado em 12/11/2024</ref> | |||
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Em dezembro de 2022, a Câmara aprovou uma mudança no [http://leismunicipa.is/mkufi Resolução nº 30], que dispõe | Em dezembro de 2022, durante a [[19ª Legislatura]], a Câmara aprovou uma mudança no [http://leismunicipa.is/mkufi Resolução nº 30], que dispõe sobre a Assessoria Parlamentar. A alteração aumentaria de sete para oito o número de Assessores que cada gabinete poderia ter.<ref>[http://leismunicipa.is/089nd Resolução nº 99], de 20 de dezembro de 2022. Visitado em 12/11/2024</ref> | ||
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Estando a [[19ª Legislatura]] no seu epílogo, em novembro de 2024, a Câmara aprovou um aumento no número de assessores, de oito para nove por gabinete. Em 4 de novembro de 2024, a mesa diretora e outros vereadores co-assinaram o projeto de Resolução nº 3/2024. A justificativa era de que a população de Joinville tinha uma população estimada em 654.888 habitantes, mas somente 19 vereadores. Com as demandas da sociedade sempre crescendo, mas o número de vereadores se mantendo inalterado, entenderam os vereadores que o número de assessores por gabinete era inadequado para recepcionar os anseios dos munícipes.<ref>[https://sc-joinville-camara.sistemalegislativo.com.br/documento/projeto-de-resolucao-no-3-2024-4567257 Projeto de Resolução Nº 3/2024]. Câmara de Vereadores de Joinville. Visitado em 11/11/2024.</ref> | |||
No dia 6 de novembro de 2024, o plenário aprovou a alteração, permitindo que a partir de 2025 cada vereador possa ter nove assessores. O projeto foi aprovado com 11 votos favoráveis e cinco contra. | No dia 6 de novembro de 2024, o plenário aprovou a alteração, permitindo que a partir de 2025 cada vereador possa ter nove assessores. O projeto foi aprovado com 11 votos favoráveis e cinco contra. | ||
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Edição atual tal como às 12h56min de 3 de dezembro de 2024
Ao longo da sua história, a Câmara passou por alterações no número de assessores que cada bancada ou gabinete poderia comissionar. A partir de 2025, esse número passará a ser de nove comissionados. Parte da história desse crescimento ou decréscimo no número de assessores está narrada nesse artigo:[nota 1]
Primeiras Legislaturas Pós-Vargas: Um Só Servidor
Após a queda do Estado Novo e o restabelecimento da democracia, quando a Câmara de Joinville iniciou sua atual contagem das legislaturas, o poder legislativo municipal contava apenas com um servidor, Alpheu Carneiro Lins, ativo membro da UDN local. Lins era Diretor de Expediente, e seu nome está incluído em praticamente todo projeto de lei constante no arquivo da Câmara, quando ele confirmava o trânsito da indicação entre as comissões.[1] Este funcionário não era assessor de vereadores, mas um servidor da Câmara de Vereadores.
1988: Comissionados por Bancada
Cerca de trinta anos depois, os vereadores indicavam servidores comissionados para bancadas, não para seus gabinetes como é hoje. Partidos com três vereadores ou mais tinham direito a assessor e secretário. Partidos com dois ou menos, só teriam direito ao assessor de bancada.[2]
1989: PT Retaliado?
Em 1989, João Fachini e o presidente João Pessoa Machado divergiram sobre o pagamento de sessões, ordinárias para o petista, e extraordinárias para o presidente da CVJ. Fachini decidiu devolver a importância paga a mais, e pediu um parecer jurídico da casa.[3] A divergência entre eles chegou aos tribunais, com derrota para Fachini.[4]
Na esteira dos acontecimentos, Wilmar D'angelis, assessor do PT, foi exonerado pelo presidente da casa, João Pessoa, após receber requerimento de autoria de Renzetti, assinado por outros vereadores. Simultaneamente, a mesa diretora apresentou o projeto de lei 27/89,[nota 2] que aumentaria o número de assessores para partidos com mais de dois membros, mas retiraria o assessor de partidos com um só vereador.[5] Carlito Merss, presidente do PT, entendeu que tal decisão fora:
(...) apelativa e antidemocrática.
Ele também considerou um absurdo o projeto que retiraria do PT o direito de ter um assessor, que nesse caso substituiria Wilmar D'angelis. Merss afirmou que a atitude era:[6]
Um ato arbitrário, de retaliação à postura do PT no legislativo municipal, por levantar suspeitas quanto à legalidade do pagamento sistemático de sessões extraordinárias(...) .
Fachini também afirmou que a extinção do cargo de assessor para seu partido fora uma medida "revanchista e discricionária".[7]
Grande parte dos vereadores, porém, não queriam exatamente o que o projeto da Mesa Diretora propunha. Eles preferiam a nomeação de um assessor para cada vereador.[5] A lei nº 2322, porém, deixou claro que a vontade da mesa diretora prevaleceu, e Fachini ficou mesmo sem nenhum assessor. Dizia ela:
"Art. 11 A nomeação de Assessores de Bancada e de Secretário de Bancada, cargos previstos na letra "b" do Anexo I, será efetuada após ouvido o Líder de Bancada de cada partido político que tiver representação na Câmara de Vereadores de Joinville com direito à Assessoria e Secretaria, obedecendo o seguinte critério: - 01 (um) Assessor para Bancada com número de 02(dois) a 04(quatro) Vereadores; - 02 (dois) Assessores para Bancada com número de 05(cinco) a 08(oito) Vereadore:s; - 03 (três) Assessores para Bancada com número de 09(nove) a 12(doze) Vereadores; - 04 (quatro) Assessores para Bancada com mais de 12(doze) Vereadores; - 01 (um) Secretário para Bancada com número de 03(três) a 05(cinco) Vereadores; - 02 (dois) Secretários para Bancada com número de 06(seis) a 09(nove) Vereadores; - 03 (três) Secretários para Bancada com número de 10(dez) a 12(doze) Vereadores; - 04 (quatro) Secretários para Bancada com mais de 12(doze) Vereadores.[8]
Ver artigo principal: Pagamento por Sessões Extraordinárias em 1989
1990 - Trem da Alegria
Em 1989, qual membro da mesa diretora, Sdrigotti apoiava que partidos com um membro não tivesse direito a assessores. Porém, ele deixara o PMDB e agora era do PDT, partido com um só vereador, e iniciara um movimento para reverter a lei que ele mesmo ajudara a criar. A ideia de um assessor por vereador fora retomada. A imprensa, porém, apelidou a medida que possibilitava o aumento de assessores comissionados de "Trem da Alegria".[9]
É claro que Fachini apoiaria o projeto, mas Sérgio Silva afirmou que o aumento no número de assessores:
(...) não significa que os vereadores vão trabalhar mais em benefício da comunidade. Significa, isso sim, que de agora em diante eles vão trabalhar menos.
Sérgio Silva disse também que se o "Trem da Alegria" fosse aprovado, abriria mão desse direito, já que ganhava muito bem para contratar sua assessoria. Altair Carlos Pereira, Nestor Westrupp e Vilson Renzetti também se posicionaram contrários ao projeto.[10]
Mas, após pressões dos munícipes, o "Trem da Alegria" descarrilou. Em vez de um assessor para cada vereador, a lei aprovada em abril apenas devolveu o assessor para bancadas com um vereador, para a alegria de Fachini e de Sdrigotti.[11]
2007: Até Treze Assessores
Em 2007, durante 15ª Legislatura, foi aprovada a Resolução Nº 3, que permitia que os gabinetes tivessem treze assessores comissionados, desde que um valor específico, corrigido ano a ano, não fosse ultrapassado (12 mil reais, no ano da publicação da lei).
2014/2015: TAC - Sete no Máximo
Em dezembro de 2014, estando a CVJ na sua 17ª Legislatura, foi assinado um Termo de Ajuste de Conduta pela Câmara de Vereadores, se comprometendo com o Ministério Público em limitar os assessores comissionados em no máximo sete. Além disso, seria criada normas claras sobre o controle de ponto e relatórios de atividades externas.[12]
2019: Outra Redução?
Em 2019, durante a 18ª Legislatura, Ninfo König apresentou o Projeto de Resolução nº 12/2019, que pretendia diminuir de sete para quatro o número de assessores comissionados lotados nos gabinetes. Ninfo dizia que seu gabinete era a prova de que tal diminuição era possível. A proposta passou por algumas comissões, mas em 2023 ficou trancada na Comissão de Finanças, aguardando relatoria, conforme o último movimento registrado (verificado em 2024).[13]
2022: De Sete para Oito
Em dezembro de 2022, durante a 19ª Legislatura, a Câmara aprovou uma mudança no Resolução nº 30, que dispõe sobre a Assessoria Parlamentar. A alteração aumentaria de sete para oito o número de Assessores que cada gabinete poderia ter.[14]
Passou a dizer o caput do artigo 2º da referida resolução:
"Art. 2º Fica limitado em oito (8) o total de Assessores por Gabinete, sendo um (1) Chefe de Gabinete, dois (2) Assessores Parlamentares de Apoio Técnico, quatro (4) Assessores Parlamentares de Apoio Operacional e (1) um Assessor que poderá ser de Apoio Técnico ou de Apoio Operacional, devendo o Parlamentar, no ato de nomeação do oitavo servidor, definir seu regime de trabalho e suas atribuições, inclusive para que coincidam com as de Assessor Parlamentar de Apoio Técnico ou Assessor Parlamentar de Apoio Operacional."
2024: De Oito Para Nove
Estando a 19ª Legislatura no seu epílogo, em novembro de 2024, a Câmara aprovou um aumento no número de assessores, de oito para nove por gabinete. Em 4 de novembro de 2024, a mesa diretora e outros vereadores co-assinaram o projeto de Resolução nº 3/2024. A justificativa era de que a população de Joinville tinha uma população estimada em 654.888 habitantes, mas somente 19 vereadores. Com as demandas da sociedade sempre crescendo, mas o número de vereadores se mantendo inalterado, entenderam os vereadores que o número de assessores por gabinete era inadequado para recepcionar os anseios dos munícipes.[15]
No dia 6 de novembro de 2024, o plenário aprovou a alteração, permitindo que a partir de 2025 cada vereador possa ter nove assessores. O projeto foi aprovado com 11 votos favoráveis e cinco contra.
- Votaram à Favor do Projeto:
Adilson Girardi (MDB) • Cassiano Ucker (PL) • Cláudio Aragão (MDB) • Henrique Deckmann (MDB) • Kiko do Restaurante (PSD) • Lucas Souza (Republicanos) • Nado (PSD) • Ascendino Batista (PSD) • Pelé (MDB) • Tânia Larson (União) • Wilian Tonezi (PL)
- Votaram contra o Projeto:
Alisson (Novo) • Ana Lucia Martins (PT) • Érico Vinicius (Novo) • Luiz Carlos Sales (PRD) • Neto Petters (Novo)
Destes, Ana Lúcia, Érico e Sales constaram entre os autores da proposta. Ana disse que depois verificou a orientação do partido e fez uma reavaliação do assunto, retirando depois disso seu apoio. Érico, como outros vereadores do seu partido, não concordaram com o aumento de assessores, mas ele assinou o projeto como membro da mesa diretora, para dar vazão aos trabalhos.
O presidente Diego Machado só votaria em caso de empate.[16]
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Aumento no Número de Assessores. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Aumento_no_N%C3%BAmero_de_Assessores>. Acesso em: 12 de abril de 2025. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
Notas
- ↑ Este artigo pretende reunir pesquisas históricas sobre o crescimento, ou decréscimo dos assessores comissionados, e irá sendo modificado conforme novas informações forem sendo encontradas.
- ↑ O jornalista Toninho Neves afirmou no ano seguinte que o autor do projeto era João Luiz Sdrigotti. Se foi assim, o projeto foi de origem da mesa, mas seu mentor fora o vice-presidenta da casa. Neves disse que Sdrigotti fizera o PL com intuito de se vingar de Fachini, na questão da denúncia das Sessões Extraordinárias. Tais informações estão na coluna Alça de Mira, do jornal A Notícia, 18 de março de 1990.
Referências
- ↑ Coluna "Comentário do Dia". A Notícia, 18 de agosto de 1959.
- ↑ Lei Municipal nº 2280, de 22 de novembro de 1988. Visitado em 18/11/2024
- ↑ Requerimento Questiona a Sessão Extra. A Notícia, 7 de abril de 1989.
- ↑ Sessões Extras Forma Consideradas Legais. A Notícia, 26 de abril de 1990.
- ↑ Ir para: 5,0 5,1 Pressão de Lideranças Exonera Assessor do PT. A Notícia, 4 de junho de 1989.
- ↑ PT Protesta Pela Saída de Assessor. A Notícia, 6 de junho de 1989.
- ↑ Coelho na Cartola. A Notícia, 8 de junho de 1989.
- ↑ Lei Municipal nº 2322, de 20 de junho de 1989. Visitado em 19/11/2024
- ↑ Antonio Neves. Coluna Alça de Mira. A Notícia, 18 de março de 1990.
- ↑ Câmara de Joinville Aprova Trem da Alegria. A Notícia, 14 de março de 1989.
- ↑ Lei Municipal nº 2391, de 6 de abril de 1990. Visitado em 19/11/2024
- ↑ Assinado TAC do número de comissionados. Câmara de Vereadores de Joinville. Arquivado do original. Visitado em 12/11/2024.
- ↑ Projeto de Resolução Nº 12/2019, Câmara de Vereadores de Joinville. Visitado em 12/11/2024
- ↑ Resolução nº 99, de 20 de dezembro de 2022. Visitado em 12/11/2024
- ↑ Projeto de Resolução Nº 3/2024. Câmara de Vereadores de Joinville. Visitado em 11/11/2024.
- ↑ Vereadores de Joinville aprovam aumento no número de assessores. ND+. Arquivado do [1]. Visitado em 11/11/2024.