Eduardo Krisch

De Memória CVJ
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Eduardo Krisch
Eduardo krisch.jpg
Foto: Atelier Kehm. Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.
Partido
Legislatura 6ª legislatura Monárquica
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Em Joinville, Eduardo Krisch foi vereador da 6ª Legislatura Monárquica.

Vereador

  • 6ª Legislatura Monárquica (1887-1890): Nas eleições de 1886, Krisch conquistou 16 votos, sendo o vereador mais votado naquele pleito.[1] Diferentes atas das reuniões da câmara registram sua ausência, o que mostra que ele faltava bastante, com e sem aviso prévio. Krisch foi um dos vereadores presentes na sessão que votou e aderiu unanimemente ao governo provisório de Santa Catharina e à recém proclamada república.[2]

Eleições Perdidas

1895 - 145 votos - O menos votado eleito, Henrique Hänsch, conquistou 159 votos.[3]

Informações Biográficas

Casamento de Eduardo, em 1864. Em destaque, a dispensa do impedimento de consanguinidade.

Eduardo Krisch nasceu em Römerstadt, Morávia (Império Austríaco, hoje dentro da Tchéquia) e imigrou no navio Caroline, em 1863, com seu pai, mãe e irmãos.[4] Ele se casou em Joinville com Gabriela Krisch, em 17 de julho de 1864. O sobrenome da noiva, o local de origem de ambos, e a dispensa de parentesco que consta no registro de casamento evidenciam a consanguinidade do casal.[5]

Uma Família Empreendedora

O lote 1169 da Estrada Blumenau, adquirido pelos Krichs. O proprietário das terras ao norte era o Príncipe de Schoenburg-Waldenburg.

Eduardo e seu pai, João (Johann) tinham um plano bem definido: Empreender na estrada Blumenau, nas proximidades de onde se intencionava abrir a estrada para Serra acima. As perspectivas de contato com o planalto e a proximidade com Joinville tornavam a ideia um bom projeto. Os Krischs montaram serraria, engenhos de açúcar e de aguardente. Mas, e a estrada? Estagnou nas proximidades de Neudorf, isolando os empreendimentos, que fracassaram.[6] O planalto acabou sendo conectado via estrada Imperial Dona Francisca, passando por Pirabeiraba, diminuindo muito a importância de Neudorf e da Estrada Blumenau.

Eduardo foi contratado pela “Sociedade Colonizadora de Hamburgo” para substituir o engenheiro Frederico Heeren na continuação da construção da Estrada do Sul, atual Rodovia do Arroz, de Brüderthal para adiante. Ele também executou os projetos para Hansa-Humbold, atual Corupá, e foi nomeado administrador da localidade. Nas suas muitas idas e vindas entre sua casa e Hansa-Humbold, Eduardo adoeceu, e pediu demissão da função.

Quando a Sociedade Colonizadora adquiriu as terras do Príncipe Schoenburg-Waldenburg, Eduardo foi contratado para organizar a colonização daquelas terras, no chamado "Distrito Piraí". A saúde dele havia melhorado sensivelmente. No desmatamento da região, valiosa foi a ajuda de seu filho João, que estava ainda em plena saúde. Isso permitiu a Eduardo concentrar-se em atividades mais administrativas, como confecção de mapas e demarcação de lotes.

Mais tarde, Eduardo foi convidado a integrar a administração da colônia Hamônia, em Blumenau, hoje cidade de Ibirama. Chegando lá, Krisch náo andou bem de saúde, e a conselho do Dr. Wigando Engelke, médico que residira na colônia Dona Francisca, Krisch regressou a Joinville. Ele faleceu 8 dias depois do regresso, aos 68 anos de idade, em 1903.[7]

Perdidas no Mato

Em 1880, duas moças de Neudorf foram visitar colonos recém-instalados no Caminho do Sul, atual Rodovia do Arroz. Como as duas não voltaram para casa, Eduardo Krisch reuniu um grupo de 8 homens e os 9 foram em busca das perdidas. Descobriram os rastros delas numa árvore onde elas dormiram. Como foram longe e não tinham mantimentos, os homens voltaram, e no dia seguinte, com o engenheiro August Heeren e um grupo entre 40 e 50 pessoas, voltaram às buscas. As duas moças foram encontradas três dias depois numa casa perto das margens do rio Itapocu. Elas ouviram um canto de um galo e seguiram nessa direção, até encontrar a casa de um brasileiro. Com a barreira do idioma, o anfitrião partiu em busca de um intérprete, mas avistou a expedição. Para alívio dos pais, as meninas voltaram para casa sãs e salvas.[8]

Homenagens

Convergindo a esquerda na rua Itaiópolis, entramos na rua Eduardo Krisch)

Um logradouro no bairro América leva o nome de Rua Eduardo Krisch. O nome anterior era Rua Vitória.[9]


Vereadores da 6ª Legislatura Monárquica
Alberto KröhneCarlos KumlehnEduardo KrischJoão Eugênio Moreira JúniorFernando RognerFrancisco Gomes de OliveiraFrederico BrüstleinJohann ColinLudolfo Schultz




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Eduardo Krisch. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Eduardo_Krisch>. Acesso em: 27 de abril de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

Referências

  1. Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. 1951. Curitiba: Gráf. Mundial.
  2. Ata da Sessão de 18 de novembro de 1889, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  3. Das Wahlresultat. Kolonie Zeitung, 09 de abril de 1895.
  4. Listas de Imigrantes, Arquivo Histórico de Joinville.
  5. Casamento de Eduardo Krisch com Gabriela Krisch. Familysearch. Visitado em 11/05/2023
  6. Famílias brasileiras de origem germânica: Subsídios Genealógicos. Volume III. Publicação conjunta do Instituto Genealógico Brasileiro e do Instituto Hans Staden. São Paulo: Instituto Genealógico Brasileiro, 1964
  7. Nelci Seibel. Eduardo Krisch. Academia Joinvilense de Letras. Visitado em 22/03/2023
  8. Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 3 de agosto de 1880. Visitado em 11/05/2023
  9. Mapa da Prefeitura de Joinville, 1964. Desenhista D. U. Krüger. Prefeito Helmut Fallgatter.