Mudanças entre as edições de "Proclamação da República em Joinville"

De Memória CVJ
Ir para navegação Ir para pesquisar
Linha 2: Linha 2:
Pelo que se relata, o primeiro cidadão em Joinville a saber da proclamação foi Ignacio Bastos, beneficiado pelo fato de ser telegrafista. Às 18h recebeu Bastos uma informação vinda de Morretes, dando conta da proclamação ocorrida de manhã do Rio de Janeiro. Um telegrama do governo provisório, assinado por Quintino Bocaiúva, Benjamim Constant e Deodoro da Fonseca davam crédito à informação.
Pelo que se relata, o primeiro cidadão em Joinville a saber da proclamação foi Ignacio Bastos, beneficiado pelo fato de ser telegrafista. Às 18h recebeu Bastos uma informação vinda de Morretes, dando conta da proclamação ocorrida de manhã do Rio de Janeiro. Um telegrama do governo provisório, assinado por Quintino Bocaiúva, Benjamim Constant e Deodoro da Fonseca davam crédito à informação.


Depois disso, Bastos encontrou [[Victorino de Souza Bacellar]] no escritório de [[Ernesto Canac]], que se localizava na esquina das ruas Princesa Isabel e do Príncipe. Depois, outros foram sendo gradativamente avisados. Às 18h45 começava o estouro de rojões. Comentou [[Plácido Olímpio de Oliveira]]:
Depois disso, Bastos encontrou [[Victorino de Souza Bacellar]] no escritório de [[Ernesto Canac]], que se localizava na esquina das ruas Princesa Isabel e do Príncipe. Então outros foram sendo gradativamente avisados. Às 18h45 começava o estouro de rojões. Comentou [[Plácido Olímpio de Oliveira]]:


  João Leal, impaciente, ás seis e três quartos saudou a nova era republicana, queimando os primeiros rojões sob os céus da Pacata ex-Colônia, defronte ao Hotel Ipiranga, na antiga rua d’Agua, hoje Abdon Batista. Pouco depois a foguetada era correspondida da casa de Canac. As ruas, momentos após o espoucar dos rojões, sob o lusco fusco da quela tarde memorável e histórica, regorgitavam de gente. Grupos comentavam o acontecimento. Enquanto isso na casa de Canac, as congratulações de regozijo entre os batalhadores da idéia, espandiam-se na alegria de um sonho realisado, entre vivas à República, e estabelecia-se o plano do governo local... Depois começaram as adesões... a possibilidade do aproveitamento de posições...<ref>Sociedade de Amigos de Joinville. '''Álbum do Centenário de Joinville'''. 1951. Curitiba: Gráf. Mundial.</ref>
  João Leal, impaciente, ás seis e três quartos saudou a nova era republicana, queimando os primeiros rojões sob os céus da Pacata ex-Colônia, defronte ao Hotel Ipiranga, na antiga rua d’Agua, hoje Abdon Batista. Pouco depois a foguetada era correspondida da casa de Canac. As ruas, momentos após o espoucar dos rojões, sob o lusco fusco da quela tarde memorável e histórica, regorgitavam de gente. Grupos comentavam o acontecimento. Enquanto isso na casa de Canac, as congratulações de regozijo entre os batalhadores da idéia, espandiam-se na alegria de um sonho realisado, entre vivas à República, e estabelecia-se o plano do governo local... Depois começaram as adesões... a possibilidade do aproveitamento de posições...<ref>Sociedade de Amigos de Joinville. '''Álbum do Centenário de Joinville'''. 1951. Curitiba: Gráf. Mundial.</ref>

Edição das 03h08min de 12 de abril de 2023

A Notícia da Proclamação Chega a Joinville

Pelo que se relata, o primeiro cidadão em Joinville a saber da proclamação foi Ignacio Bastos, beneficiado pelo fato de ser telegrafista. Às 18h recebeu Bastos uma informação vinda de Morretes, dando conta da proclamação ocorrida de manhã do Rio de Janeiro. Um telegrama do governo provisório, assinado por Quintino Bocaiúva, Benjamim Constant e Deodoro da Fonseca davam crédito à informação.

Depois disso, Bastos encontrou Victorino de Souza Bacellar no escritório de Ernesto Canac, que se localizava na esquina das ruas Princesa Isabel e do Príncipe. Então outros foram sendo gradativamente avisados. Às 18h45 começava o estouro de rojões. Comentou Plácido Olímpio de Oliveira:

João Leal, impaciente, ás seis e três quartos saudou a nova era republicana, queimando os primeiros rojões sob os céus da Pacata ex-Colônia, defronte ao Hotel Ipiranga, na antiga rua d’Agua, hoje Abdon Batista. Pouco depois a foguetada era correspondida da casa de Canac. As ruas, momentos após o espoucar dos rojões, sob o lusco fusco da quela tarde memorável e histórica, regorgitavam de gente. Grupos comentavam o acontecimento. Enquanto isso na casa de Canac, as congratulações de regozijo entre os batalhadores da idéia, espandiam-se na alegria de um sonho realisado, entre vivas à República, e estabelecia-se o plano do governo local... Depois começaram as adesões... a possibilidade do aproveitamento de posições...[1]

Fim do Período das Legislaturas Monárquicas

Para demarcar a reorganização política a nível estadual e municipal, o governador Lauro Müller encaminhou aos municípios a Resolução nº 61, de 7 de janeiro de 1890, que dissolvia as Câmaras Municipais em toda Santa Catarina.O texto da resolução dizia em parte que as Câmaras achavam-se:

(...) organizadas sob o influxo dos antigos partidos e eleitas por um systema hoje abolido pelo seu caracter aristocratico, as quaes começam por isso mesmo a resignar os seus poderes;

O artigo 1º da resolução dissolveu as Câmaras e criou interinamente o conselho de intendência:

Artigo 1. Ficam dissolvidas todas as Câmaras Municipais do Estado Federal de Santa Catarina. Alterado pela Resolução de 16 de Janeiro de 1892.
Artigo 2. Até definitiva Constituição do Estado ou autos, se assim convier, o poder municipal será exercido por Conselho de Intendências Municipais, compostos de 7 membros na Capital e demais cidades, e de 5 nas vilas, sob a presidência de um deles que será eleito pelo respectivo conselho, devendo os membros das Câmaras para as quais não são nomeados os respectivos Intendentes continuar até que seja nomeado pessoal que os substitua.[2]

Em Joinville, Frederico Brüstlein convocou em 15 de janeiro os demais membros da Câmara para cientificá-los da Resolução nº 61 e declarar dissolvida aquela legislatura. [3] Findava aqui, portanto, a sexta e última das legislaturas do período monárquico.

Início das Legislaturas do Período Republicano

A resolução nº 62, também de 7 de janeiro de 1890, nomeava intendentes municipais nos 14 municípios do estado. O oeste que atualmente integra o estado não é atingido pela resolução, já que era a zona contestada pelo estado do Paraná, estando sob a organização política daquele. Em Joinville, a resolução nomeava os seguintes cidadãos: Carlos Kumlehn, Ernesto Canac, Frederico Brüstlein, Fernando Rogner, Henrique Jordan, João Eugênio Moreira Jr. e Victorino de Souza Bacellar.[2] Estava designada dessa forma a 1ª Legislatura do período republicano, que atuaria interinamente até a promulgação de uma constitução estadual e as consequentes eleições para o cargo de vereador.

Em Joinville, uma hora depois de dissolvida a Câmara, em obediência ao decreto nº 61, iniciava a sessão de posse do agora nomeado Conselho de Intendentes, composto pelos cidadãos nomeados pelo governador.[3]




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Proclamação da República em Joinville. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Proclama%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_em_Joinville>. Acesso em: 18 de maio de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

  1. Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. 1951. Curitiba: Gráf. Mundial.
  2. 2,0 2,1 Parte Official - Governo do Estado de Santa Catharina. República, de Florianópolis, 8 de janeiro de 1890. Visitado em 21/10/2022
  3. 3,0 3,1 Herkenhoff, E. Nossos Prefeitos - 1869-1903. Joinville: Prefeitura de Joinville, 1984.