Mudanças entre as edições de "Jacob Richlin"
(27 revisões intermediárias por 2 usuários não estão sendo mostradas) | |||
Linha 3: | Linha 3: | ||
| align="center" colspan=2 bgcolor="#ffffff" style="border-bottom:1px solid gray; font-size:150%;" | <span style="color: #000000;">'''Jacob Richlin'''</span><br> | | align="center" colspan=2 bgcolor="#ffffff" style="border-bottom:1px solid gray; font-size:150%;" | <span style="color: #000000;">'''Jacob Richlin'''</span><br> | ||
|- | |- | ||
| bgcolor=#ffffff align="center" colspan="2" | [[Arquivo: | | bgcolor=#ffffff align="center" colspan="2" | [[Arquivo:Jacob richlin.png|100px]] | ||
|- | |- | ||
| align="center" colspan="2" | Arquivo Histórico de Joinville | | align="center" colspan="2" | Arquivo Histórico de Joinville | ||
Linha 10: | Linha 10: | ||
| bgcolor="#ffffff" | | | bgcolor="#ffffff" | | ||
|- valign="top" | |- valign="top" | ||
| style="text-align: right;" | ''' | | style="text-align: right;" | '''Legislaturas''' | ||
| bgcolor="#ffffff" | 1ª | | bgcolor="#ffffff" | 1ª e 6ª legislaturas Monárquicas | ||
|- valign="top"0 | |- valign="top"0 | ||
| style="text-align: right;" | '''Assinatura''' | | style="text-align: right;" | '''Assinatura''' | ||
| bgcolor="#ffffff" | [[Arquivo: | | bgcolor="#ffffff" | [[Arquivo:Jacob richlin assina.jpg|200px]] | ||
|- valign="top" | |- valign="top" | ||
|} | |} | ||
Em Joinville, '''Jacob Richlin''' foi vereador da [[1869-1874 - 1ª Legislatura Monárquica|1ª Legislatura Monárquica]]. | Em Joinville, '''Jacob Richlin''' foi vereador da [[1869-1874 - 1ª Legislatura Monárquica|1ª]] e da [[1887-1890 - 6ª Legislatura Monárquica|6ª Legislatura Monárquica]]. | ||
=Vereador= | =Vereador= | ||
*'''1ª Legislatura monárquica (1869-1874):''' Nas eleições de 1868, Jacob Richlin ficou na suplência, mas foi convocado em 1873 para preencher o número legal de vereadores, já que Frederico Jordan precisaria se ausentar por pouco tempo. Das seis sessões | *'''1ª Legislatura monárquica (1869-1874):''' Nas eleições de 1868, Jacob Richlin ficou na suplência, mas foi convocado em 1873 para preencher o número legal de vereadores, já que Frederico Jordan precisaria se ausentar por pouco tempo. Das seis sessões ordinárias de abril, Richlin aparece nas últimas cinco.<ref>Atas da Sessões Ordinárias de abril de 1873, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref> | ||
*'''6ª Legislatura Monárquica (1887-1890):''' Em 1889, [[Francisco Gomes de Oliveira]] foi nomeado Coletor das Rendas Provinciais, cargo incompatível com o de vereador. Para substituí-lo, foi designado o dia 8 de setembro daquele ano para nova eleição.<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/709603/9817 Parte Official - Governo da Província]. A Regeneração, 24 de julho de 1889. Visitado em 30/10/2023</ref> Nesse período, a Lei Saraiva, no seu artigo 22, parágrafo 3, rezava que caso algum vereador precisasse ser substituído, não seria chamado nenhum suplente, e uma eleição seria realizada. Jacob Richlin venceu esse pleito suplementar, com 38 votos.<ref>Ata da Sessão de 16 de setembro de 1889, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref> | |||
=Informações Biográficas= | =Informações Biográficas= | ||
===Imigração=== | |||
=== | O suíço Jacob Richlin chegou à colônia Dona Francisca em julho de 1851, trazido pela embarcação Emma & Louise, sendo este o segundo desembarque de imigrantes na colônia Dona Francisca. Jacob tinha 28 anos na ocasião, e com ele veio sua esposa. Ele veio listado como sapateiro.<ref>Helena Remina Richlin, Maria Thereza Böbel. [https://www.joinville.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/06/Listas-de-imigrantes-de-Joinville-de-1851-a-1891-e-de-1897-a-1902.pdf Lista Digitalizada de Imigrantes], Arquivo Histórico de Joinville.</ref> | ||
===Jacob e seu Curtume=== | |||
[[Arquivo:Jacob richlin casa.png|288px|miniaturadaimagem|Casa do sapateiro Jacob Richlin na rua do Príncipe, em 1866.<ref>Foto de Otto Louis Niemeyer, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref>]] | |||
[[Arquivo:Jacbo richlin rua.jpg|288px|miniaturadaimagem|Rua Jacob, em vermelho no mapa de 1886]] | |||
Fiel à profissão, Jacob continou trabalhando com couro. Segundo o historiador Dilney Cunha (2003, p.143): | |||
Jacob utilizava a resina das folhas do mangue, planta abundante na região, para obter um couro resistente e sólido, com o qual confeccionava solas de sapato.<ref name="Suíços">Cunha, Dilney Fermino. Suíços em Joinville - O Duplo Desterro. 2 Ed. Joinville: Impressora Ipiranga, 2003. ISBN: 8578020197</ref> | |||
Carlos Ficker (1965, p.86) dá outros detalhes sobre o cortume de Jacob, informando que este era: | |||
(...) o primeiro curtume da Colônia, aproveitando uma pequena lagoa no local da hoje Rua Padre Carlos, na altura da Prefeitura Municipal. Descia do morro, hoje em parte aplainado e ocupado pelo Colégio Santos Anjos e pela sede do Corpo de Bombeiros, um riacho de águas límpidas e murmurantes à sombra de árvores seculares e densa vegetação. Os produtos dêsse curtume, couro de solas, constituiu a primeira mercadoria transportada, a lombo de burros, de Joinville, serra acima para Curitiba, em 15 de julho de 1865.<ref name="Ficker">Ficker, Carlos. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.</ref> | |||
O negócio prosperou. Na década de 1880, Jacob e seus filhos já tinham adquirido terras na margem esquerda do rio Cachoeira, na região do Boa Vista, para onde transferiram seu curtume. | |||
===Outros | ===Outros Fatos Importantes=== | ||
* | *1877: Richlin esteve entre os que fizeram donativos para ajudar os enfermos de São Francisco do Sul, onde grassou uma epidemia de febre amarela. Ele contribuiu com 5 mil réis.<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/711608/108 Annuncios] Gazeta de Joinville, 2 de abril de 1878. Visitado em 22/11/2022</ref> | ||
===Morte=== | |||
[[Arquivo:Jacob richlin tumulo.JPG|288px|miniaturadaimagem|Túmulo de Jacob Richlin e esposa, no Cemitério dos Imigrantes de Joinville]] | |||
Richlin morreu em maio de 1901. Uma nota no jornal República, de Florianópolis, noticiou sua morte, citando-o como um respeitável e honrado ancião.<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=892319&pesq=%22jacob%20richlin%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=12279 Jacob Richlin]. República, 7 de maio de 1901. Visitado em 11/11/2022</ref> | |||
===Família=== | ===Família=== | ||
Jacob era pai de Gustavo Adolfo Richlin, superintendente de Joinville, cargo comparável ao de atual prefeito.<ref>Maria Cristina Dias. Casa Richlin, Um Negócio Comandado pela Família há Quatro Gerações. [https://web.archive.org/web/20221112030647/https://ndmais.com.br/noticias/casa-richlin-um-negaocio-comandado-pela-famailia-a-quatro-geraacaoes/ NDmais], arquivado do [https://ndmais.com.br/noticias/casa-richlin-um-negaocio-comandado-pela-famailia-a-quatro-geraacaoes/ original]. Visitado em 12/11/2022.</ref> | |||
=Homenagens= | |||
Uma [https://goo.gl/maps/E5Br2DBPMpvvMGYu6 rua no centro de Joinville], que sai da rua do Príncipe, homenageia o vereador Jacob Richlin. | |||
=Galeria de Imagens= | |||
<gallery> | |||
Arquivo:Jacob richlin rua.png|A atual rua Jacob Richlin, vista a partir da Rua do Príncipe | |||
Arquivo:Jacob richlin curtume.JPG|Curtume de Jacob Richlin à beira do rio Cachoeira, já na região do Boa Vista. | |||
Arquivo:Jacob richlin e o filho augusto na canoa rio cubataoahj 777.JPG|Jacob Richlin em primeiro plano e o filho Augusto na Canoa. | |||
</gallery> | |||
{{:Quadro_1ª Legislatura Monárquica}} | {{:Quadro_1ª Legislatura Monárquica}} | ||
{{Autor}} | {{Autor}} | ||
=Referências= | =Referências= | ||
[[Category:Vereadores do Período Monárquico]] | [[Category:Vereadores do Período Monárquico]] | ||
Linha 43: | Linha 66: | ||
[[Category:1ª Legislatura do Período Monárquico]] | [[Category:1ª Legislatura do Período Monárquico]] | ||
[[Category:Vereadores da 1ª Legislatura do Período Monárquico]] | [[Category:Vereadores da 1ª Legislatura do Período Monárquico]] | ||
[[Category:6ª Legislatura do Período Monárquico]] | |||
[[Category:Vereadores da 6ª Legislatura do Período Monárquico]] |
Edição atual tal como às 14h41min de 25 de março de 2024
Jacob Richlin | |
Arquivo Histórico de Joinville | |
Partido(s) | |
Legislaturas | 1ª e 6ª legislaturas Monárquicas |
Assinatura |
Em Joinville, Jacob Richlin foi vereador da 1ª e da 6ª Legislatura Monárquica.
Vereador
- 1ª Legislatura monárquica (1869-1874): Nas eleições de 1868, Jacob Richlin ficou na suplência, mas foi convocado em 1873 para preencher o número legal de vereadores, já que Frederico Jordan precisaria se ausentar por pouco tempo. Das seis sessões ordinárias de abril, Richlin aparece nas últimas cinco.[1]
- 6ª Legislatura Monárquica (1887-1890): Em 1889, Francisco Gomes de Oliveira foi nomeado Coletor das Rendas Provinciais, cargo incompatível com o de vereador. Para substituí-lo, foi designado o dia 8 de setembro daquele ano para nova eleição.[2] Nesse período, a Lei Saraiva, no seu artigo 22, parágrafo 3, rezava que caso algum vereador precisasse ser substituído, não seria chamado nenhum suplente, e uma eleição seria realizada. Jacob Richlin venceu esse pleito suplementar, com 38 votos.[3]
Informações Biográficas
Imigração
O suíço Jacob Richlin chegou à colônia Dona Francisca em julho de 1851, trazido pela embarcação Emma & Louise, sendo este o segundo desembarque de imigrantes na colônia Dona Francisca. Jacob tinha 28 anos na ocasião, e com ele veio sua esposa. Ele veio listado como sapateiro.[4]
Jacob e seu Curtume
Fiel à profissão, Jacob continou trabalhando com couro. Segundo o historiador Dilney Cunha (2003, p.143):
Jacob utilizava a resina das folhas do mangue, planta abundante na região, para obter um couro resistente e sólido, com o qual confeccionava solas de sapato.[6]
Carlos Ficker (1965, p.86) dá outros detalhes sobre o cortume de Jacob, informando que este era:
(...) o primeiro curtume da Colônia, aproveitando uma pequena lagoa no local da hoje Rua Padre Carlos, na altura da Prefeitura Municipal. Descia do morro, hoje em parte aplainado e ocupado pelo Colégio Santos Anjos e pela sede do Corpo de Bombeiros, um riacho de águas límpidas e murmurantes à sombra de árvores seculares e densa vegetação. Os produtos dêsse curtume, couro de solas, constituiu a primeira mercadoria transportada, a lombo de burros, de Joinville, serra acima para Curitiba, em 15 de julho de 1865.[7]
O negócio prosperou. Na década de 1880, Jacob e seus filhos já tinham adquirido terras na margem esquerda do rio Cachoeira, na região do Boa Vista, para onde transferiram seu curtume.
Outros Fatos Importantes
- 1877: Richlin esteve entre os que fizeram donativos para ajudar os enfermos de São Francisco do Sul, onde grassou uma epidemia de febre amarela. Ele contribuiu com 5 mil réis.[8]
Morte
Richlin morreu em maio de 1901. Uma nota no jornal República, de Florianópolis, noticiou sua morte, citando-o como um respeitável e honrado ancião.[9]
Família
Jacob era pai de Gustavo Adolfo Richlin, superintendente de Joinville, cargo comparável ao de atual prefeito.[10]
Homenagens
Uma rua no centro de Joinville, que sai da rua do Príncipe, homenageia o vereador Jacob Richlin.
Galeria de Imagens
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Jacob Richlin. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Jacob_Richlin>. Acesso em: 9 de maio de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
PINHEIRO (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
Referências
- ↑ Atas da Sessões Ordinárias de abril de 1873, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Parte Official - Governo da Província. A Regeneração, 24 de julho de 1889. Visitado em 30/10/2023
- ↑ Ata da Sessão de 16 de setembro de 1889, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Helena Remina Richlin, Maria Thereza Böbel. Lista Digitalizada de Imigrantes, Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Foto de Otto Louis Niemeyer, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Cunha, Dilney Fermino. Suíços em Joinville - O Duplo Desterro. 2 Ed. Joinville: Impressora Ipiranga, 2003. ISBN: 8578020197
- ↑ Ficker, Carlos. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
- ↑ Annuncios Gazeta de Joinville, 2 de abril de 1878. Visitado em 22/11/2022
- ↑ Jacob Richlin. República, 7 de maio de 1901. Visitado em 11/11/2022
- ↑ Maria Cristina Dias. Casa Richlin, Um Negócio Comandado pela Família há Quatro Gerações. NDmais, arquivado do original. Visitado em 12/11/2022.