Legislativo de Joinville - Subsídios para sua História
Legislativo de Joinville - Subsídios para sua História é uma obra dos autores Apolinário Ternes e Herculano Vicenzi, realizada a pedido do então presidente da Câmara Municipal, vereador Arinor Vogelsanger, para fornecer um resgate do legislativo municipal. Este artigo tem a finalidade de apontar as incorreções presentes na obra. Antes, porém, o Projeto Memória CVJ deseja externar a profunda gratidão a historiadores do passado que colocaram os primeiros degraus para que hoje pudéssemos continuar a subida.
Como os próprios autores admitem com nobre sinceridade (página 7), aquela foi uma obra pioneira, e como tal, devia "padecer das sempre possíveis falhas, como eventuais omissões de nomes, datas ou de fatos." É para suprir tais deficiências que o Projeto Memória CVJ criou este artigo.
Página 62
No livro
Falando sobre a 5ª Legislatura Monárquica, a obra informa que os "Vereadores mais votados foram escolhidos para os cargos de presidente e vice, respectivamente, João Paulo Schmalz e Antônio José Ribeiro."
A Correção
João Paulo Schmalz e Antônio José Ribeiro não foram os mais votados, recebendo ambos 9 votos nas eleições de 1882. Os mais votados terminaram empatados com 12 votos cada, sendo eles Carlos Patzsch e José Celestino de Oliveira.[1] João Paulo Schmalz foi o primeiro presidente eleito após a vigência da Lei Saraiva, que inaugurou a eleição para presidentes de câmara municipais. Já que, anteriormente, os presidentes automaticamente eram os vereadores com mais votos na eleições, a autora pode ter feito a suposição de que novamente o presidente teria sido o mais votado, o que nesse caso não aconteceu pela primeira vez na história da Câmara de Joinville. É possível que Ternes e Vicenzi tenham replicado a informação errada já publicada anteriormente na obra Joinville - Nossos Prefeitos 1869-1903, de Elly Herkenhoff.
Páginas 70 e 71
No livro
A publicação anota 9 vereadores como compondo a 2ª Legislatura da Primeira República: Abdon Batista, Antônio José Ribeiro, Bernardo Bemba, Ernesto Canac, Fernando Wagner, Henrique Walter, João Colin, João Schroeder e Jorge Trinks. Depos a publicação informa que o pleito que os elegeu foi anulado, mas a formatação do texto induz o leitor a pensar que estes eram os membros da referida legislatura.
A Correção
Fernando Wagner, Jorge Trinks e Bernardo Bemba não foram eleitos e ficaram na suplência. Além disso, Henrique Hänsch não apareceu na lista dos eleitos. Ele recebeu 340 votos e nenhum dos três citados chegou a 300 votos. Além disso, na época eram em número de sete os vereadores em Joinville, e não nove, como no fim da era monárquica. Eis os eleitos, segundo o jornal Kolonie Zeitung:
- Antônio José Ribeiro - 660 votos
- João Schröder - 522 votos
- João Colin - 504 votos
- Abdon Baptista - 438 votos
- Ernesto Canac - 369 votos
- Henrique Walter - 350 votos
- Henrique Hänsch - 340 votos[2]
Página 74
No livro
A publicação informa que a eleição para a 4ª Legislatura da Primeira República se deu em 26 de fevereiro de 1895.
A Correção
As eleições ocorreram no domingo de 7 de Abril. Na edição de de 4 de Abril, os candidatos estavam anunciando suas candidaturas.[3] Na edição de 09 de abril estavam anuncidos os eleitos.[4]
Página 76
No livro
A publicação informa que a eleição para a 6ª Legislatura da Primeira República ocorreu em 4 de agosto de 1902. Também alista como vereadores eleitos oito nomes: Bernardo Enzmann (presidente), Augusto Urselew, Luís Niemeyer, João A. Mueller, Bernardo Schramm, João Gregório Ribeiro, César Pereira de Souza, Otto Boehm.
A Correção
As eleições ocorreram na verdade no domingo de 7 de dezembro de 1902. Na ocasião, o legislativo joinvilense era composto por sete edis, não oito, já que, por motivos óbvios, o número costuma ser ímpar. A lista de vereadores eleitos não é a apresentada no livro, mas os que aparecem no artigo da 6ª Legislatura da Primeira República.[5]
No livro
A publicação informa que em 1914, oito vereadores foram eleitos; a Câmara era composta por sete, como já comentamos. Os nomes dos eleitos, segundo o livro, eram:
- César Pereira de Souza
- Eduardo Schwartz
- Engelbert Hagemann
- Eugênio Moreira
- Francisco Gomes de Oliveira
- Frederico Hudler
- João Adolpho Muller
- Tavares da Cunha Melo Sobrinho
A Correção
Segundo Ata veiculada no jornal Gazeta do Commercio, os eleitos foram sete, conforme nomes abaixo:
- Eduardo Schwartz
- Emilio Stock
- Eugênio Moreira
- Francisco Gomes de Oliveira
- Guilherme Walther.
- João Adolfo Müller
- Tavares da Cunha Melo Sobrinho[6]
Páginas 78-79
No livro
A publicação informa que os vereadores foram eleitos em 1919 e que assumiram seus cargos em março de 1920.
A Correção
As eleições ocorreram em 1918,[7] para que a legislatura se iniciasse em 1919, e não em 1920.
Ver também
Outros artigos com Correções Historiográficas sobre a política de Joinville.
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Legislativo de Joinville - Subsídios para sua História. Memória CVJ, 2023. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Legislativo_de_Joinville_-_Subs%C3%ADdios_para_sua_Hist%C3%B3ria>. Acesso em: 7 de dezembro de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2023) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2023) |
Referências
- ↑ Noticias Locaes - Eleição Municipal. Gazeta de Joinville, 5 de julho de 1982. Visitado em 12/04/2023
- ↑ Kolonie Zeitung, 1 de setembro de 1891.
- ↑ Kolonie Zeitung, 04 de abril de 1895.
- ↑ Das Wahlresultat. Kolonie Zeitung, 09 de abril de 1895.
- ↑ Resultat der Munizipalwahl am 7 Dezember 1902. Kolonie Zeitung, 11 de dezembro de 1902.
- ↑ Acta. Gazeta do Commercio, 2 de setembro de 1914. Visitado em 23/05/2023
- ↑ Notícias Locaes – Eleições. Actualidade, 6 de agosto de 1918.