Mudanças entre as edições de "Oscar Antonio Schneider"
(40 revisões intermediárias pelo mesmo usuário não estão sendo mostradas) | |||
Linha 11: | Linha 11: | ||
|- valign="top" | |- valign="top" | ||
| style="text-align: right;" | '''Legislaturas''' | | style="text-align: right;" | '''Legislaturas''' | ||
| bgcolor="#ffffff" | 6ª Legislaturas da Primeira República. | | bgcolor="#ffffff" | 3ª e 6ª Legislaturas da Primeira República. | ||
|- valign="top" | |- valign="top" | ||
| style="text-align: right;" | '''Assinatura''' | | style="text-align: right;" | '''Assinatura''' | ||
Linha 17: | Linha 17: | ||
|- valign="top" | |- valign="top" | ||
|} | |} | ||
Em Joinville, '''Oscar Antonio Schneider''' ( | Em Joinville, '''Oscar Antonio Schneider''' (Oscar Anton Schneider), foi vereador da [[1893-1895 - 3ª Legislatura da Primeira República|3ª]] e da [[1903-1907 - 6ª Legislatura da Primeira República|6ª Legislatura da Primeira República]]. | ||
=Vereador= | =Vereador= | ||
*'''3ª Legislatura da Primeira República (1893-1895):''' Nas eleições de 1892, Oscar Schneider foi eleito com 451 votos.<ref>Kolonie Zeitung, 22 de novembro de 1892.</ref> | *'''3ª Legislatura da Primeira República (1893-1895):''' Nas eleições de 1892, Oscar Schneider foi eleito com 451 votos.<ref>Kolonie Zeitung, 22 de novembro de 1892.</ref> | ||
*'''6ª Legislatura da Primeira República (1903-1907):''' Nas eleições de 1902, Oscar recebeu 1288 votos, sendo eleito vereador.<ref>Resultat der Munizipalwahl am 7 Dezember 1902. Kolonie Zeitung, 11 de dezembro de 1902.</ref> | *'''6ª Legislatura da Primeira República (1903-1907):''' Nas eleições de 1902, Oscar recebeu 1288 votos, sendo eleito vereador.<ref>Resultat der Munizipalwahl am 7 Dezember 1902. Kolonie Zeitung, 11 de dezembro de 1902.</ref> Ele foi vice-presidente da casa. | ||
{{Artigo Principal}} ''[[Um Local para o Mercado Público]]'' | |||
:Oscar Schneider atuou na polêmica escolha para a edificação do Mercado Público. [[Frederico Brüstlein]] havia doado um terreno pantanoso para a municipalidade construir ali o Mercado.<ref name="Ficker">Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.</ref> Presidindo a sessão no momento da votação desse projeto, Schneider buscou apoiar a construção nesse local. Houver protesto popular, e o assunto voltou à Câmara para escolher novamente o local. Venceu o aterro do Porto.<ref>Ata da Sessão de 7 de maio de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref> | |||
=Outros Mandatos= | =Outros Mandatos= | ||
==Superintendente Municipal== | ==Superintendente Municipal== | ||
1907-1910 - Em 1906, Schneider fez 1040 votos, elegendo-se superintendente municipal, o equivalente ao atual cargo de prefeito. Outros três votados receberam um voto cada (Procópio Gomes, Luiz Niemeyer e Henrique Jordan).<ref>Ata da Sessão de 8 de dezembro de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref><ref group="nota">Fontes secundárias apontam valores levemente diferentes para a votação: Ficker, em "História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. | [[Arquivo:Oscar schneider.JPG|150px|miniaturadaimagem|Schneider foi eleito superintendente, numa eleição sem adversários. (Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)]] | ||
1907-1910 - Em 1906, Schneider fez 1040 votos, elegendo-se superintendente municipal, o equivalente ao atual cargo de prefeito. Outros três votados receberam um voto cada (Procópio Gomes, Luiz Niemeyer e Henrique Jordan).<ref>Ata da Sessão de 8 de dezembro de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref><ref group="nota">Fontes secundárias apontam valores levemente diferentes para a votação: Ficker, em "História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca.", diz que Oscar receber 1054 votos. A edição de 08/12/1906 do Commercio de Joinville aponta 1044 votos. A Ata da Câmara de vereadores, uma fonte primária e oficial, aponta 1040 votos.</ref> A eleição fácil foi resultado da união política ocorrida na cidade. Os diferentes partidos locais haviam se fundido para ganhar força nas esferas nacional e estadual. | |||
Schneider escolhera como seu 1º e 2º substituto, respectivamente, Alfredo Nobrega de Oliveira e Axel Von Diringshofen. No fim de março de 1907, Schneider ficou doente e passou o cargo a Alfredo. Ele foi buscar ajuda médica na Europa, viagem que fez com sua esposa. Schneider voltou ao posto somente em dezembro. | |||
{{Artigo Principal}} ''[[Oscar Schneider ''versus'' Conselho Municipal]]'' | |||
Em 1908, Schneider teve um desentendimento com o Conselho Municipal devido à cobrança do imposto sobre carros. Schneider queria cobrar por número de carros que cada joinvilense possuía, mas nos anos anteriores a cobrança levava em conta a equação animais de tração x carros. Se o munícipe tinha dois carros, mas só tinha animais para puxar um de cada vez, pagava imposto por um. Schneider queria mudar isso, mas o Conselho não permitiu. | |||
Em junho do mesmo ano, o Mercado Público ganhou holofotes, quando se tornou público que o superintendente pretendia alugar o edifício para a Empresa Luz e Força, a mesma que estava em vias de trazer energia elétrica para a cidade. Sendo um edifício construído com finalidade específica, o fato gerou protestos na cidade. Em setembro, ele retornou à Europa para cuidar da saúde. Schneider reassumiria o posto somente em dezembro de 1909. | |||
=Informações Biográficas= | =Informações Biográficas= | ||
[[Arquivo:Oscar schneider moinho de trigo.jpg|200px|miniaturadaimagem|O Moinho de Trigo da empresa de Oscar Schneider. (Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)]] | [[Arquivo:Oscar schneider moinho de trigo.jpg|200px|miniaturadaimagem|O Moinho de Trigo da empresa de Oscar Schneider. (Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)]] | ||
Oscar Schneider foi um empresário reconhecido em Joinville | Oscar Schneider nasceu em 12 de setembro de 1864, em Joinville.<ref name="FS">[https://www.familysearch.org/tree/person/details/GZH6-HW4 Árvore Genealógica de Oscar Antonio Schneider.] Familysearch. Visitado em 09/07/2024</ref><ref group="nota">A fonte da data de nascimento é o site FamilySearch. Porém, no site é oferecida tal data sem nenhum documento que a possa comprovar.</ref> Ele foi um empresário reconhecido em Joinville e foi sócio de [[Abdon Baptista]] na firma A. Baptista & Oscar.<ref name="Ficker"></ref> Mais tarde, foi formada a firma Oscar Schneider & Cia, que construiu em 1913 o afamado Moinho de Trigo localizado à beira do Rio Cachoeira. | ||
Quando Gumercindo Saraiva e o exército federalista passaram por Joinville, eles levaram "emprestados" inúmeros cavalos dos colonos locais. Buscando mitigar as perdas, uma comissão foi criada para contabilizar o número de cavalos desaparecidos e o valor dos mantimentos fornecidos aos revolucionários. Oscar Schneider esteve entre os membros dessa comissão.<ref name="Ficker">Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.</ref> | Quando Gumercindo Saraiva e o exército federalista passaram por Joinville, eles levaram "emprestados" inúmeros cavalos dos colonos locais. Buscando mitigar as perdas, uma comissão foi criada para contabilizar o número de cavalos desaparecidos e o valor dos mantimentos fornecidos aos revolucionários. Oscar Schneider esteve entre os membros dessa comissão.<ref name="Ficker">Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.</ref> | ||
Em 1905, pelo Clube Republicano, [[Abdon Batista]], [[Cesar Pereira de Souza]] e [[Oscar Antonio Schneider]] formaram uma comissão que se uniria às comissões do Congresso Joinvillense e do Clube União Joinvillense para criar o Clube Joinville.{{Ver Também}} ''[[1903-1907 - 6ª Legislatura da Primeira República#Clube Joinville|Formação do Clube Joinville.]]'' | |||
No mesmo ano, o bispo Dom Duarte Leopoldo visitou Joinville. Naquela época, o bispado centrado em Curitiba abrangia os estados do Paraná e de Santa Catarina. Foi na casa de Schneider que o bispo repousou naquela viagem. | |||
Em novembro de 1910, a luz elétrica era instalada na igreja católica, graças à doação de alguns cidadãos. Schneider figurou entre os doadores, auxiliando com trinta mil réis.<ref>[http://memoria.bn.gov.br/DocReader/886173/836 Lista]. Commercio de Joinville, 19 de março de 1910. Visitado em 20/09/2024</ref> Em 1915 houve uma seca no norte do país e joinvilenses foram incentivados a darem donativos para auxiliar as vítimas. Schneider ajudou com vinte mil réis.<ref>[http://memoria.bn.gov.br/DocReader/305766/586 Em Pról da Victimas da Secca]. Gazeta do Commercio, 17 de julho de 1915. Visitado em 24/09/2024</ref> Em 1893, Schneider contribuiu com 50 mil réis para as obras do Cemitério Católico, que ficaria na rua São José, entre as atuais avenida JK e rua Ministro Calógeras.<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/711608/1353 Sessão Livre - Cemitério Catholico]. Gazeta de Joinville, 1 de janeiro de 1893. Visitado em 08/02/2023</ref> | |||
Perto do fim da vida, Schneider exerceu o cargo de Diretor do Hospital de Caridade, função que ocupou sem perceber remuneração. Ele ficou no cargo até janeiro de 1916, quando sua saúde piorou.<ref name="AHJ">Oscar Antonio Schneider. Gazeta do Comércio, 15 de março de 1916. Disponível nas Pastas de Famílias do Arquivo Histórico de Joinville.</ref> | |||
===Hospício dos Alienados=== | ===Hospício dos Alienados=== | ||
Enquanto superintendente municipal, Oscar Schneider demonstrou preocupação com a situação dos que vivam em "alienação mental". Ele idealizava um asilo melhor | [[Arquivo:Oscar schneider esposa.JPG|150px|left|miniaturadaimagem|Francisca Cornelsen, viúva de Oscar. (Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)]] | ||
Enquanto superintendente municipal, Oscar Schneider demonstrou preocupação com a situação dos que vivam em "alienação mental". Ele idealizava um asilo melhor equipado para receber essas pessoas. Oscar faleceu antes de poder ver seu plano concretizado, mas a viúva Francisca não deixou o sonho desvanecer. Em 1923, a partir de um terreno doado pela prefeitura e de investimentos provindos dos fundos da viúva, ergueu-se o Asylo Municipal de Alienados Oscar Schneider. | |||
Foi esse hospício que anos mais tarde foi empregado pelo Estado Novo como campo de concentração, reprimindo os que não se alinhavam ao regime e os descendentes de países do eixo que não pareciam ter se "abrasileirado", entres estes, os teuto-brasileiros. | Foi esse hospício que anos mais tarde foi empregado pelo Estado Novo como campo de concentração, reprimindo os que não se alinhavam ao regime e os descendentes de países do eixo que não pareciam ter se "abrasileirado", entres estes, os teuto-brasileiros. | ||
Vizinho ao cemitério municipal, o hospício acabou sendo demolido e seu terreno integrado ao cemitério.<ref name="MEM">Mariana Zabot; Allan Henrique Gomes (orgs.) Memórias da Loucura em Joinville: O (Des)aparecimento do Abrigo de Alienados na Cidade. Joinville: Refidim, 2015.</ref> | Vizinho ao cemitério municipal, o hospício acabou sendo demolido e seu terreno integrado ao cemitério.<ref name="MEM">Mariana Zabot; Allan Henrique Gomes (orgs.) Memórias da Loucura em Joinville: O (Des)aparecimento do Abrigo de Alienados na Cidade. Joinville: Refidim, 2015.</ref> | ||
===Dias Finais=== | |||
[[Arquivo:Oscar schneider obituario.jpg|180px|miniaturadaimagem|Obituário de Oscar Schneider. (Pasta de famílias do Arquivo histórico de Joinville, sem indicação do jornal.)]] | |||
Oscar Schneider estava lutando com problemas de saúde há algum tempo. Em 1906, enquanto era vereador, fez viagem à Europa para buscar restabelecer sua saúde.<ref>[http://memoria.bn.gov.br/DocReader/711608/1586 Noticias Locaes]. Gazeta de Joinville, 15 de abril de 1906. Visitado em 14/08/2024</ref> Conforme comentado no seu histórico como superintendente, ele se ausentou novamente, por meses a fio, para novamente cuidar da saúde. O mesmo observamos quando ele foi diretor do Hospital de Caridade, cargo que deixou devido a uma piora no seu bem-estar. | |||
Pois bem, em fevereiro de 2016, Schneider tentou novamente buscar alívio de suas enfermidades na Europa. Partindo de Joinville no dia 20 rumo ao Rio de Janeiro, ele precisou parar em Santos devido ao agravamento no quadro da saúde. Schneider não saiu vivo de São Paulo. Ele faleceu em 13 de março de 1916.<ref name="AHJ"></ref> | |||
=Homenagens= | |||
Além de nomear o já comentado extinto hospício, Oscar Schneider emprestou nome a uma [https://maps.app.goo.gl/DRLHa3TorX8hQ74c9 rua no bairro atiradores]. | |||
{{:Quadro 3ª Legislatura da Primeira República}}{{:Quadro 6ª Legislatura da Primeira República}} | {{:Quadro 3ª Legislatura da Primeira República}}{{:Quadro 6ª Legislatura da Primeira República}} | ||
{{Autor}} | {{Autor 2024}} | ||
=Notas= | =Notas= | ||
<references group="nota"/> | <references group="nota"/> |
Edição das 17h50min de 30 de março de 2025
Oscar Schneider | |
Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville. | |
Partido(s) | |
Legislaturas | 3ª e 6ª Legislaturas da Primeira República. |
Assinatura |
Em Joinville, Oscar Antonio Schneider (Oscar Anton Schneider), foi vereador da 3ª e da 6ª Legislatura da Primeira República.
Vereador
- 3ª Legislatura da Primeira República (1893-1895): Nas eleições de 1892, Oscar Schneider foi eleito com 451 votos.[1]
- 6ª Legislatura da Primeira República (1903-1907): Nas eleições de 1902, Oscar recebeu 1288 votos, sendo eleito vereador.[2] Ele foi vice-presidente da casa.
Ver artigo principal: Um Local para o Mercado Público
- Oscar Schneider atuou na polêmica escolha para a edificação do Mercado Público. Frederico Brüstlein havia doado um terreno pantanoso para a municipalidade construir ali o Mercado.[3] Presidindo a sessão no momento da votação desse projeto, Schneider buscou apoiar a construção nesse local. Houver protesto popular, e o assunto voltou à Câmara para escolher novamente o local. Venceu o aterro do Porto.[4]
Outros Mandatos
Superintendente Municipal
1907-1910 - Em 1906, Schneider fez 1040 votos, elegendo-se superintendente municipal, o equivalente ao atual cargo de prefeito. Outros três votados receberam um voto cada (Procópio Gomes, Luiz Niemeyer e Henrique Jordan).[5][nota 1] A eleição fácil foi resultado da união política ocorrida na cidade. Os diferentes partidos locais haviam se fundido para ganhar força nas esferas nacional e estadual.
Schneider escolhera como seu 1º e 2º substituto, respectivamente, Alfredo Nobrega de Oliveira e Axel Von Diringshofen. No fim de março de 1907, Schneider ficou doente e passou o cargo a Alfredo. Ele foi buscar ajuda médica na Europa, viagem que fez com sua esposa. Schneider voltou ao posto somente em dezembro.
Ver artigo principal: Oscar Schneider ''versus'' Conselho Municipal
Em 1908, Schneider teve um desentendimento com o Conselho Municipal devido à cobrança do imposto sobre carros. Schneider queria cobrar por número de carros que cada joinvilense possuía, mas nos anos anteriores a cobrança levava em conta a equação animais de tração x carros. Se o munícipe tinha dois carros, mas só tinha animais para puxar um de cada vez, pagava imposto por um. Schneider queria mudar isso, mas o Conselho não permitiu.
Em junho do mesmo ano, o Mercado Público ganhou holofotes, quando se tornou público que o superintendente pretendia alugar o edifício para a Empresa Luz e Força, a mesma que estava em vias de trazer energia elétrica para a cidade. Sendo um edifício construído com finalidade específica, o fato gerou protestos na cidade. Em setembro, ele retornou à Europa para cuidar da saúde. Schneider reassumiria o posto somente em dezembro de 1909.
Informações Biográficas
Oscar Schneider nasceu em 12 de setembro de 1864, em Joinville.[6][nota 2] Ele foi um empresário reconhecido em Joinville e foi sócio de Abdon Baptista na firma A. Baptista & Oscar.[3] Mais tarde, foi formada a firma Oscar Schneider & Cia, que construiu em 1913 o afamado Moinho de Trigo localizado à beira do Rio Cachoeira.
Quando Gumercindo Saraiva e o exército federalista passaram por Joinville, eles levaram "emprestados" inúmeros cavalos dos colonos locais. Buscando mitigar as perdas, uma comissão foi criada para contabilizar o número de cavalos desaparecidos e o valor dos mantimentos fornecidos aos revolucionários. Oscar Schneider esteve entre os membros dessa comissão.[3]
Em 1905, pelo Clube Republicano, Abdon Batista, Cesar Pereira de Souza e Oscar Antonio Schneider formaram uma comissão que se uniria às comissões do Congresso Joinvillense e do Clube União Joinvillense para criar o Clube Joinville.
Ver Também: Formação do Clube Joinville.
No mesmo ano, o bispo Dom Duarte Leopoldo visitou Joinville. Naquela época, o bispado centrado em Curitiba abrangia os estados do Paraná e de Santa Catarina. Foi na casa de Schneider que o bispo repousou naquela viagem.
Em novembro de 1910, a luz elétrica era instalada na igreja católica, graças à doação de alguns cidadãos. Schneider figurou entre os doadores, auxiliando com trinta mil réis.[7] Em 1915 houve uma seca no norte do país e joinvilenses foram incentivados a darem donativos para auxiliar as vítimas. Schneider ajudou com vinte mil réis.[8] Em 1893, Schneider contribuiu com 50 mil réis para as obras do Cemitério Católico, que ficaria na rua São José, entre as atuais avenida JK e rua Ministro Calógeras.[9]
Perto do fim da vida, Schneider exerceu o cargo de Diretor do Hospital de Caridade, função que ocupou sem perceber remuneração. Ele ficou no cargo até janeiro de 1916, quando sua saúde piorou.[10]
Hospício dos Alienados
Enquanto superintendente municipal, Oscar Schneider demonstrou preocupação com a situação dos que vivam em "alienação mental". Ele idealizava um asilo melhor equipado para receber essas pessoas. Oscar faleceu antes de poder ver seu plano concretizado, mas a viúva Francisca não deixou o sonho desvanecer. Em 1923, a partir de um terreno doado pela prefeitura e de investimentos provindos dos fundos da viúva, ergueu-se o Asylo Municipal de Alienados Oscar Schneider.
Foi esse hospício que anos mais tarde foi empregado pelo Estado Novo como campo de concentração, reprimindo os que não se alinhavam ao regime e os descendentes de países do eixo que não pareciam ter se "abrasileirado", entres estes, os teuto-brasileiros.
Vizinho ao cemitério municipal, o hospício acabou sendo demolido e seu terreno integrado ao cemitério.[11]
Dias Finais
Oscar Schneider estava lutando com problemas de saúde há algum tempo. Em 1906, enquanto era vereador, fez viagem à Europa para buscar restabelecer sua saúde.[12] Conforme comentado no seu histórico como superintendente, ele se ausentou novamente, por meses a fio, para novamente cuidar da saúde. O mesmo observamos quando ele foi diretor do Hospital de Caridade, cargo que deixou devido a uma piora no seu bem-estar.
Pois bem, em fevereiro de 2016, Schneider tentou novamente buscar alívio de suas enfermidades na Europa. Partindo de Joinville no dia 20 rumo ao Rio de Janeiro, ele precisou parar em Santos devido ao agravamento no quadro da saúde. Schneider não saiu vivo de São Paulo. Ele faleceu em 13 de março de 1916.[10]
Homenagens
Além de nomear o já comentado extinto hospício, Oscar Schneider emprestou nome a uma rua no bairro atiradores.
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Oscar Antonio Schneider. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Oscar_Antonio_Schneider>. Acesso em: 8 de abril de 2025. |
Citação com autor incluído no texto
Pinheiro (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
Se você tiver mais informações ou correções sobre o biografado e quiser compartilhá-las, por favor, entre em contato conosco usando os canais descritos nessa página (clique).
Notas
- ↑ Fontes secundárias apontam valores levemente diferentes para a votação: Ficker, em "História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca.", diz que Oscar receber 1054 votos. A edição de 08/12/1906 do Commercio de Joinville aponta 1044 votos. A Ata da Câmara de vereadores, uma fonte primária e oficial, aponta 1040 votos.
- ↑ A fonte da data de nascimento é o site FamilySearch. Porém, no site é oferecida tal data sem nenhum documento que a possa comprovar.
Referências
- ↑ Kolonie Zeitung, 22 de novembro de 1892.
- ↑ Resultat der Munizipalwahl am 7 Dezember 1902. Kolonie Zeitung, 11 de dezembro de 1902.
- ↑ Ir para: 3,0 3,1 3,2 Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
- ↑ Ata da Sessão de 7 de maio de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Ata da Sessão de 8 de dezembro de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Árvore Genealógica de Oscar Antonio Schneider. Familysearch. Visitado em 09/07/2024
- ↑ Lista. Commercio de Joinville, 19 de março de 1910. Visitado em 20/09/2024
- ↑ Em Pról da Victimas da Secca. Gazeta do Commercio, 17 de julho de 1915. Visitado em 24/09/2024
- ↑ Sessão Livre - Cemitério Catholico. Gazeta de Joinville, 1 de janeiro de 1893. Visitado em 08/02/2023
- ↑ Ir para: 10,0 10,1 Oscar Antonio Schneider. Gazeta do Comércio, 15 de março de 1916. Disponível nas Pastas de Famílias do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Mariana Zabot; Allan Henrique Gomes (orgs.) Memórias da Loucura em Joinville: O (Des)aparecimento do Abrigo de Alienados na Cidade. Joinville: Refidim, 2015.
- ↑ Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 15 de abril de 1906. Visitado em 14/08/2024