Oscar Antonio Schneider

De Memória CVJ
Ir para navegação Ir para pesquisar
Oscar Schneider
Oscar antonio schneider.JPG
Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.
Partido(s)
Legislaturas 3ª e 6ª Legislaturas da Primeira República.
Assinatura

Em Joinville, Oscar Antonio Schneider (Oscar Anton Schneider), foi vereador da e da 6ª Legislatura da Primeira República.

Vereador

  • 3ª Legislatura da Primeira República (1893-1895): Nas eleições de 1892, Oscar Schneider foi eleito com 451 votos.[1]
  • 6ª Legislatura da Primeira República (1903-1907): Nas eleições de 1902, Oscar recebeu 1288 votos, sendo eleito vereador.[2] Ele foi vice-presidente da casa.
Magnifying glass 01.svg.png Ver artigo principal: Um Local para o Mercado Público
Oscar Schneider atuou na polêmica escolha para a edificação do Mercado Público. Frederico Brüstlein havia doado um terreno pantanoso para a municipalidade construir ali o Mercado.[3] Presidindo a sessão no momento da votação desse projeto, Schneider buscou apoiar a construção nesse local. Houver protesto popular, e o assunto voltou à Câmara para escolher novamente o local. Venceu o aterro do Porto.[4]

Outros Mandatos

Superintendente Municipal

Schneider foi eleito superintendente, numa eleição sem adversários. (Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)

1907-1910 - Em 1906, Schneider fez 1040 votos, elegendo-se superintendente municipal, o equivalente ao atual cargo de prefeito. Outros três votados receberam um voto cada (Procópio Gomes, Luiz Niemeyer e Henrique Jordan).[5][nota 1] A eleição fácil foi resultado da união política ocorrida na cidade. Os diferentes partidos locais haviam se fundido para ganhar força nas esferas nacional e estadual.

Schneider escolhera como seu 1º e 2º substituto, respectivamente, Alfredo Nobrega de Oliveira e Axel Von Diringshofen. No fim de março de 1907, Schneider ficou doente e passou o cargo a Alfredo. Ele foi buscar ajuda médica na Europa, viagem que fez com sua esposa. Schneider voltou ao posto somente em dezembro.

Magnifying glass 01.svg.png Ver artigo principal: Oscar Schneider ''versus'' Conselho Municipal

Em 1908, Schneider teve um desentendimento com o Conselho Municipal devido à cobrança do imposto sobre carros. Schneider queria cobrar por número de carros que cada joinvilense possuía, mas nos anos anteriores a cobrança levava em conta a equação animais de tração x carros. Se o munícipe tinha dois carros, mas só tinha animais para puxar um de cada vez, pagava imposto por um. Schneider queria mudar isso, mas o Conselho não permitiu.

Em junho do mesmo ano, o Mercado Público ganhou holofotes, quando se tornou público que o superintendente pretendia alugar o edifício para a Empresa Luz e Força, a mesma que estava em vias de trazer energia elétrica para a cidade. Sendo um edifício construído com finalidade específica, o fato gerou protestos na cidade. Em setembro, ele retornou à Europa para cuidar da saúde. Schneider reassumiria o posto somente em dezembro de 1909.

Informações Biográficas

O Moinho de Trigo da empresa de Oscar Schneider. (Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)

Oscar Schneider nasceu em 12 de setembro de 1864, em Joinville.[6][nota 2] Ele foi um empresário reconhecido em Joinville e foi sócio de Abdon Baptista na firma A. Baptista & Oscar.[3] Mais tarde, foi formada a firma Oscar Schneider & Cia, que construiu em 1913 o afamado Moinho de Trigo localizado à beira do Rio Cachoeira.

Quando Gumercindo Saraiva e o exército federalista passaram por Joinville, eles levaram "emprestados" inúmeros cavalos dos colonos locais. Buscando mitigar as perdas, uma comissão foi criada para contabilizar o número de cavalos desaparecidos e o valor dos mantimentos fornecidos aos revolucionários. Oscar Schneider esteve entre os membros dessa comissão.[3]

Em 1905, pelo Clube Republicano, Abdon Batista, Cezar Pereira de Souza e Oscar Antonio Schneider formaram uma comissão que se uniria às comissões do Congresso Joinvillense e do Clube União Joinvillense para criar o Clube Joinville.

Magnifying glass 01.svg.png Ver Também: Formação do Clube Joinville.

No mesmo ano, o bispo Dom Duarte Leopoldo visitou Joinville. Naquela época, o bispado centrado em Curitiba abrangia os estados do Paraná e de Santa Catarina. Foi na casa de Schneider que o bispo repousou naquela viagem.

Perto do fim da vida, Schneider exerceu o cargo de Diretor do Hospital de Caridade, função que ocupou sem perceber remuneração. Ele ficou no cargo até janeiro de 1916, quando sua saúde piorou.[7]

Hospício dos Alienados

Francisca Cornelsen, viúva de Oscar. (Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville.)

Enquanto superintendente municipal, Oscar Schneider demonstrou preocupação com a situação dos que vivam em "alienação mental". Ele idealizava um asilo melhor equipado para receber essas pessoas. Oscar faleceu antes de poder ver seu plano concretizado, mas a viúva Francisca não deixou o sonho desvanecer. Em 1923, a partir de um terreno doado pela prefeitura e de investimentos provindos dos fundos da viúva, ergueu-se o Asylo Municipal de Alienados Oscar Schneider.

Foi esse hospício que anos mais tarde foi empregado pelo Estado Novo como campo de concentração, reprimindo os que não se alinhavam ao regime e os descendentes de países do eixo que não pareciam ter se "abrasileirado", entres estes, os teuto-brasileiros.

Vizinho ao cemitério municipal, o hospício acabou sendo demolido e seu terreno integrado ao cemitério.[8]

Dias Finais

Obituário de Oscar Schneider. (Pasta de famílias do Arquivo histórico de Joinville, sem indicação do jornal.)

Oscar Schneider estava lutando com problemas de saúde há algum tempo. Em 1906, enquanto era vereador, fez viagem à Europa para buscar restabelecer sua saúde.[9] Conforme comentado no seu histórico como superintendente, ele se ausentou novamente, por meses a fio, para novamente cuidar da saúde. O mesmo observamos quando ele foi diretor do Hospital de Caridade, cargo que deixou devido a uma piora no seu bem-estar.

Pois bem, em fevereiro de 2016, Schneider tentou novamente buscar alívio de suas enfermidades na Europa. Partindo de Joinville no dia 20 rumo ao Rio de Janeiro, ele precisou parar em Santos devido ao agravamento no quadro da saúde. Schneider não saiu vivo de São Paulo. Ele faleceu em 13 de março de 1916.[7]

Homenagens

Além de nomear o já comentado extinto hospício, Oscar Schneider emprestou nome a uma rua no bairro atiradores.

Vereadores da 3ª Legislatura da Primeira República
Abdon BatistaAntônio José RibeiroAntônio SinkeGuilherme WaltherHenrique HänschHenrique WalterJacob BaumerJohann ColinJoão Paulo SchmalzJoão SchroederJorge TrinksOscar Antonio SchneiderOtto Boehm
Vereadores da 6ª Legislatura da Primeira República
Antonio Pereira de MacedoBelarmino Justino GarciaEduardo TrinksErnesto MendelErnesto SchlemmFrancisco Machado da LuzFernando HagemannHenrique JordanHonorato Francisco da RosaJoão ColinJoão Gomes de OliveiraJoão Paulo SchmalzOtto ParuckerOtto PfützenreuterOscar Antonio SchneiderRicardo Jürgens


Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Oscar Antonio Schneider. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Oscar_Antonio_Schneider>. Acesso em: 16 de setembro de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

Se você tiver mais informações ou correções sobre o biografado e quiser compartilhá-las, por favor, entre em contato conosco usando os canais descritos nessa página (clique).

Notas

  1. Fontes secundárias apontam valores levemente diferentes para a votação: Ficker, em "História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca.", diz que Oscar receber 1054 votos. A edição de 08/12/1906 do Commercio de Joinville aponta 1044 votos. A Ata da Câmara de vereadores, uma fonte primária e oficial, aponta 1040 votos.
  2. A fonte da data de nascimento é o site FamilySearch. Porém, no site é oferecida tal data sem nenhum documento que a possa comprovar.

Referências

  1. Kolonie Zeitung, 22 de novembro de 1892.
  2. Resultat der Munizipalwahl am 7 Dezember 1902. Kolonie Zeitung, 11 de dezembro de 1902.
  3. 3,0 3,1 3,2 Carlos Ficker. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
  4. Ata da Sessão de 7 de maio de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  5. Ata da Sessão de 8 de dezembro de 1906, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  6. Árvore Genealógica de Oscar Antonio Schneider. Familysearch. Visitado em 09/07/2024
  7. 7,0 7,1 Oscar Antonio Schneider. Gazeta do Comércio, 15 de março de 1916. Disponível nas Pastas de Famílias do Arquivo Histórico de Joinville.
  8. Mariana Zabot; Allan Henrique Gomes (orgs.) Memórias da Loucura em Joinville: O (Des)aparecimento do Abrigo de Alienados na Cidade. Joinville: Refidim, 2015.
  9. Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 15 de abril de 1906. Visitado em 14/08/2024