Antônio Sinke

De Memória CVJ
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Antônio Sinke
Antonio sinke.png
Foto: acervo do Arquivo histórico de Joinville
Partido(s) Partido Conservador (1837)
Legislatura 4ª legislatura Monárquica e 3ª legislatura da Primeira República
Assinatura Antonio sinke assina.jpg

Em Joinville, Antônio Sinke foi vereador da 4ª Legislatura Monárquica e da 3ª Legislatura da Primeira República.

Vereador

  • 4ª Legislatura monárquica (1881-1883): Sinke foi eleito vereador em 1880, ao conquistar 108 votos pelo partido conservador,[1][2] sendo o segundo vereador mais votado. Em 1881, Sinke fez duas proposta na sessão de 19 de janeiro, ambas aprovadas: (1) O fiscal deveria daquele momento em diante atuar com vigilância e não tolerar mais que os moradores depositassem madeira ou outros materiais para fora do alinhamento de suas casas, portanto já em via pública. (2) Cada carro com o imposto pago deveria receber uma chapa, ou uma placa com número, que revelava o pagamento do imposto devido. Ao mesmo tratamento estavam sujeitos os cães, que receberiam uma chapa para evidenciar que seu dono havia pagado as devidas taxas.[3]
  • 3ª Legislatura da Primeira República (1893-1895): Aparentemente Sinke perdeu o interesse pelo cargo de vereador, já que a partir de 20 de março de 1893 ele não compareceu mais às sessões da casa,[4] até que seu cargo foi dado por abandonado. Em 31 de agosto foi realizada uma eleição para o preenchimento dessa vaga, tendo João Paulo Schmalz vencido esse pleito.[5]
Mas o cargo de vereador voltou a procurá-lo: Com a derrota dos federalistas na revolução, houve um expurgo de pessoas ligadas a essa causa, e na câmara de Joinville alguns vereadores foram exonerados. Por telegrama do interventor federal no estado, Antônio Moreira César, Sinke foi nomeado vice-presidente da casa, em clara contradição à lei, que ordenava eleição entre os pares.[6] Uma hipótese para esse fato é a de que Sinke abandonou a Câmara Municipal porque não queria participar do governo federalista, e talvez por isso tenha sido escolhido depois para o cargo de vice, como homem de confiança na causa do poder centralizador. Vale a pena reforçar que a ideia é apenas uma conjectura.

Eleições Perdidas

1895 - 1 voto.[7]

Informações Biográficas

Sinke (destacado em vermelho), durante visita do bispo Duarte Leopoldo Silva, em 1905. (Foto: acervo AHJ - Arquivo Histórico de Joinville).

Sinke foi um dos comerciantes que vieram para Joinville atraídos pelas oportunidades do comércio do Mate. Vindo de Morretes (ele nasceu em Porto de Cima), em 1879 Sinke e seu irmão instalaram em Joinville um engenho movido a vapor, sendo o primeiro a beneficiar erva mate na cidade e recebendo as primeiras cargas vindas de serra acima.[8] [9]

A Residência de Sinke ficava ao lado da praça Lauro Müller (Foto AHJ - Arquivo Histórico de Joinville).

Em 1883, Sinke tomou aos seus cuidados um menino indígena que sobrevivera a um massacre ocorrido nas proximidades de São Bento do Sul. Relatos dão conta de que 28 botocudos foram mortos, mas três crianças foram encontradas e estavam sendo enviadas a Desterro, atual Florianópolis. Era um menino e duas meninas. Quando as crianças passaram por Joinville, foram aqui adotadas por três famílias. Parece que o menino, a princípio, ficara aos cuidados de Jacob Schmalz,[10] mas depois fora repassado aos cuidados de Sinke, que o batizou com seu nome, Antônio.[11][nota 1]

Quando os Bombeiros Voluntários de Joinville adquiriram em 1893 sua primeira bomba manual, vinda da Alemanha, Sinke permitiu que um rancho velho no seu quintal fosse queimado, simulando um incêndio para uma demonstração Pública do funcionamento do instrumento. A apresentação se deu na praça do Mercado, atual praça Lauro Müller, e a casa de Sinke ficava ali ao lado.[12][nota 2]

Em 1884 o jornal Kolonie Zeitung informava que a esposa de Sinke libertou incondicionalmente sua escrava, de nome Maria.[13]

Em 1893, Sinke contribuiu com 50 mil réis para as obras do Cemitério Católico, que ficaria na rua São José, entre as atuais avenida JK e rua Ministro Calógeras.[14] Ele também foi um dos três testamenteiros do Padre Carlos Boegershausen[15] e presidente da Sociedade de Amparo das Famílias.[16]

No fim de sua vida, Sinke passou a padecer de diabetes. Quando fez um passeio à Curitiba, ele regressou com problemas respiratórios, vindo a falecer de pneumonia em Joinville no dia 2 de maio de 1909. Sinke morreu com 74 anos.[9]

Galeria de Imagens

Vereadores da 4ª Legislatura Monárquica
Antônio SinkeCrispim de MiraFernando RognerFrancisco Machado da LuzFrederico JordanFrederico LangeJean BauerJoão Eugênio MoreiraHenrique LepperHenrique WalterLudolfo SchultzRudolfo KlattVictorino de Souza Bacellar
Vereadores da 3ª Legislatura da Primeira República
Abdon BatistaAntônio José RibeiroAntônio SinkeGuilherme WaltherHenrique HänschHenrique WalterJacob BaumerJohann ColinJoão Paulo SchmalzJoão SchroederJorge TrinksOscar Antônio SchneiderOtto Boehm




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Antônio Sinke. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Ant%C3%B4nio_Sinke>. Acesso em: 20 de abril de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

Notas

  1. Ludwig von Lasperg, que foi vereador em Joinville, também criou uma das crianças.
  2. Não confundir a antiga praça do Mercado com a atual praça do Mercado Público. A praça do Mercado é a atual Lauro Müller, da Biblioteca Pública. A do Mercado Público é denominada Hercílio Luz.

Referências

  1. Eleição Municipal - Chapa Liberal. Gazeta de Joinville, 29 de junho de 1880. Visitado em 01/12/2022
  2. Edital. Gazeta de Joinville, 6 de julho de 1880. Visitado em 20/01/2023
  3. Ata da Sessão de 19 de janeiro de 1881, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  4. Ata da Sessão Ordinária de 13 de janeiro de 1869, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  5. Ata da Sessão Extraordinária de 13 de setembro de 1869, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  6. Ata da Sessão Extraordinária de 23 de abril de 1894, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  7. Das Wahlresultat. Kolonie Zeitung, 09 de abril de 1895.
  8. Noticias Locaes. Gazeta de Joinville, 14 de janeiro de 1879. Visitado em 02/05/2023
  9. 9,0 9,1 Noticias Locaes - Fallecimento. Gazeta de Joinville, 8 de maio de 1909. Visitado em 13/02/2023
  10. Notícias Locaes. Gazeta de Joinville, 5 de setembro de 1883. Visitado em 31/10/2022
  11. Avisos Ecclesiasticos. Gazeta de Joinville, 19 de setembro de 1883. Visitado em 12/12/2022
  12. Ficker, Carlos. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
  13. Lokales. Kolonie Zeitung, 05 de setembro de 1884.
  14. Sessão Livre - Cemitério Catholico. Gazeta de Joinville, 1 de janeiro de 1893. Visitado em 08/02/2023
  15. Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. 1951. Curitiba: Gráf. Mundial.
  16. Commercio de Joinville, 1 de fevereiro de 1908. Visitado em 08/02/2023