Frederico Brüstlein
Frederico Brüstlein | |
Foto: Acervo do Arquivo Histórico de Joinville | |
Partido | |
Legislatura | 6ª legislatura Monárquica e 1ª Legislatura da Primeira República |
Em Joinville, Frederico Brüstlein, ou Frédéric, foi vereador da 6ª Legislatura Monárquica e da 1ª Legislatura da Primeira República
Vereador
- 6ª Legislatura Monárquica (1887-1890): Nas eleições de 1886, Brüstlein conquistou 12 votos, sendo um dos 4 vereadores que se elegeram sem a necessidade de participar do segundo pleito para completar a Câmara.[1]
- 1ª Legislatura da Primeira República (1890-1891): Com o advento da república, a câmara municipal foi dissolvida e no seu lugar foi instaurado um conselho de intendência para cuidar dos assuntos municipais. Brüstlein foi um dos intendentes nomeados pelo Interventor Lauro Müller.[2]
Outros Cargos Políticos
Superintendente Municipal (Prefeito)
- 1895-1899 - 445 votos. Seu adversário, Abdon Baptista, fez 155 votos.[3]
Deputado Provincial
- 25ª Legislatura (1884-1885) - 74 votos - Seu adversário, Abdon Baptista, fez 26 votos.[4]
- 27ª Legislatura (1888-1889): Para este mandato, Brüstlein elegeu-se com 560 votos.[5]
Informações Biográficas
Frederico Brüstlein nasceu em 25 de setembro de 1835, em Mulhouse, na Alsácia, região que transitou entre a França e a Alemanha, mas que no nascimento dele era francesa, como é hoje.[nota 1] Brüstlein tinha formação em engenharia química. Inclusive seu professor, Boussingault, nomeou por um tempo a atual Sete de Setembro, ganhando esse nome quando a rua ainda estava dentro de propriedade privada.
Brüstlein chegou em Joinville em 1865,[nota 2] sendo nomeado procurador do Príncipe de Joinville e do Duque de Aumale, além de administrador dos bens que ambos tinham na região.[5]
O Palácio dos Príncipes
Brüstlein foi o idealizador da "Maison de Joinville", e em 1866 ele já tinha as plantas da casa. Com a devida aprovação do príncipes de Joinville, Brüstlein mandou iniciar a construção, que empregou muitos tijolos e telhas da olaria de Haltenhoff. Os trabalhos preliminares se deram no início de 1867, com análise do solo e de como seria melhor fazer o fundamento. Em março de 1868, as paredes internas do primeiro piso estava sendo levantadas. Em 1869 Brüstlein viajou a Europa, o que paralizou um pouco as obras. Em 1869, a casa recebia o reboco externo. No começo de 1870 recebia portas e janelas Em Novembro de 1870, o palácio estava pronto.[6]
Hoje, a edificação hospeda o Museu Nacional de Imigração e Colonização.
A Alameda Brüstlein
Popularmente chamada de rua das Palmeiras, a Alameda Brüstlein é composta de Palmeiras Imperiais que abrem alas ao Palácio dos Príncipes. Segundo o historiador Carlos Ficker, foi Brüstlein quem semeou as Palmeiras, usando sementes trazidas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Brüstlein plantou as sementes em 1867 e em 1873, quando as plantas já tinha crescido o suficiente, foram transplantadas para o local atual, ligando o palácio à rua do Príncipe.[6]
Diretor da Colônia Dona Francisca
Em 1875 Brüstlein assumia o cargo de diretor da Colônia Dona Francisca. Entre os problemas que ele teve de enfrentar estava o entreposto fiscal na encruzilhada, colocado ali pelo governo paranaense, cobrando imposto dos viajantes. O próprio Frederico Brüstlein foi parado pelos funcionários da província vizinha, o que o fez dirigir um veemente protesto ao presidente da província catarinense, Visconde de Taunay.
- Ver Também: A Questão de Limites em 1876
A "Marcha Sobre Joinville": Um dos momentos mais tensos da administração de Frederico Brüstlein se deu em 1878m quando houve a "Marcha Sobre Joinville". Entre 1876 e 1877, São Bento do Sul teve más colheitas por causa de uma grande seca seguida por chuvas constantes e ataques de pragas. Para mitigar o problema econômico, a direção da Colônia Dona Francisca empregou os colonos na construção da Estrada Dona Francisca. Ocorreu porém que com a troca na presidência da província, houve ordem de paralizar as obras e suspender os pagamentos. Essa situação deixou os colonos revoltados, e 300 deles se armaram para descer e invadir Joinville.
Aisados de antemão, o delegado de polícia Frederico Jordan, Etienne Douat e Frederico Brüstlein, reuniram joinvilenses capazes de defender a cidade e esperaram os revoltosos à cerca de um quilômetro da cidade. Ali, os líderes joinvilenses chamaram os colonos de São Bento à razão. Admoestados, estando diante de uma guarda de defesa e cansados da longa marcha, estes depuseram as armas.[4]
Transporte de passageiros entre Joinville e São Francisco
Em 1878, Brüstlein adquiriu da França o vapor Babitonga, a primeira embarcação movida a motor a chegar em águas joinvillenses. A embarcação tinha 14 metros de comprimento por 2,5 metros de largura e capacidade de transportar até cinco toneladas, além do combustível necessário. Brüstlein então foi atrás da concessão do governo da Província catarinense para efetuar viagens entre São Francisco do Sul, Joinville e Paraty (atual município de Araquari), iniciando atividades em junho de 1880.[5] O nome original do vapor era "Vedete" e foi rebatizado por aqui de "Babitonga".[7]
Em 1883, Brüstlein construiu um estaleiro em Joinville onde foi fabricada uma segunda embarcação, o Vapor Dona Francisca, também para transporte de passageiros.[5]
Outros fatos importantes
- 1880 - Brüstlein se naturalizou brasileiro, o que o permitiria participar da política local e da provincial.[8]
- 1887 - O abolicionista Brüstlein emprestou a um escravo a quantia necessária para a alforria dele. Depois, Brüstlein contratou o já ex-escravo e foi abatendo do salário dele um determinado valor para o pagamento da dívida, possibilitando assim a libertação daquele homem.[7]
Homenagens
Em homenagem a Frederico Brüstlein, como já comentamos, a popularmente chamada Rua Das Palmeiras leva o nome de Alameda Brüstlein.
Vereadores da 1ª Legislatura da Primeira República |
Carlos Kumlehn • Ernesto Canac • Frederico Brüstlein • Fernando Rogner • Henrique Jordan • João Eugênio Moreira Jr. • Victorino de Souza Bacellar |
Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC
Como Citar |
Referência
PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Frederico Brüstlein. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Frederico_Br%C3%BCstlein>. Acesso em: 10 de junho de 2024. |
Citação com autor incluído no texto
PINHEIRO (2024) |
Citação com autor não incluído no texto
(PINHEIRO, 2024) |
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Notas
- ↑ No livro "Joinville - Nossos Prefeitos: 1869-1903" a autora Elly Herkenhoff oferece a data de 25 de março de 1835 como o dia de nascimento de Brüstlein. Uma informação anônima datilografada, mantida nos arquivos do Arquivo Histórico de Joinville, diz que ele nasceu em 25 de maio daquele ano. O registro de óbito religioso (luterano), no entanto, informa que o nascimento se deu em 25 de setembro de 1835. Igualmente, uma fonte anexada pelo historiador Rafael José Nogueira no site Familyseach parece informar que realmente o mês é setembro, já que nas margens o mês está abreviado, mas termina com "bre", o que não combinaria com os meses de março ou maio.
- ↑ Segundo o site Memória Política de Santa Catarina, Brüstlein chegou em Joinville em 23 de junho de 1863. Carlos Ficker, em História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca, aponta sua chegada para o ano de 1865, e inclusive diz que ele ficou 5 semanas esperando a confirmação da sua nomeação para os cargos de procurador e administrador dos bens do Príncipe de Joinville e do Duque de Aumale
Referências
- ↑ Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. 1951. Curitiba: Gráf. Mundial.
- ↑ Parte Official - Governo do Estado de Santa Catharina. República, de Florianópolis, 8 de janeiro de 1890. Visitado em 21/10/2022
- ↑ Das Wahlresultat. Kolonie Zeitung, 09 de abril de 1895.
- ↑ 4,0 4,1 Erro de citação: Marca
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- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 Memória Políticia de Santa Catarina. Visitado em 02/06/2023
- ↑ 6,0 6,1 Carlos Ficker. La Maison de Joinville - O Palácio dos Príncipes e a Sua História. Blumenau em Cadernos, edições de dezembro de 1961 e janeiro de 1962.
- ↑ 7,0 7,1 Informação anônima contida em pastas do Arquivo Histórico de Joinville.
- ↑ Noticia Locaes. Gazeta de Joinville, 27 de dezembro de 1882. Visitado em 05/06/2023