Mudanças entre as edições de "Frederico Schlemm"

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Em Joinville, '''Frederico (Friedrich) Schlemm''' foi vereador da [[1869-1874 - 1ª Legislatura Monárquica|1ª]] e [[1874-1877 - 2ª Legislatura Monárquica|2ª Legislatura Monárquica]].  
Em Joinville, '''Frederico (Friedrich) Schlemm''', ou Heinrich August Friedrich Schlemme, foi vereador da [[1869-1874 - 1ª Legislatura Monárquica|1ª]] e [[1874-1877 - 2ª Legislatura Monárquica|2ª Legislatura Monárquica]].  


=Vereador=
=Vereador=
*'''1ª Legislatura monárquica (1869-1874):''' Nas eleições de 1868, Frederico Schlemm ficou na suplência, mas foi convocado em Abril 1873 para preencher o número legal de vereadores,<ref>Ata da Sessão Ordinária de 23 de abril de 1873, em guarda do Arquivo Historico de Joinville.</ref> provavelmente para assumir vaga deixada por [[Benno von Frankerberg]], que havia sido designado subdelegado de polícia e precisou deixar seu cargo na Câmara.<ref>Ata da Sessão Ordinária de 11 de abril de 1873, em guarda do Arquivo Historico de Joinville.</ref>
*'''1ª Legislatura monárquica (1869-1874):''' Nas eleições de 1868, Frederico Schlemm ficou na suplência, mas foi convocado em Abril 1873 para preencher o número legal de vereadores,<ref>Ata da Sessão Ordinária de 23 de abril de 1873, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref> provavelmente para assumir vaga deixada por [[Benno von Frankenberg]], que havia sido designado subdelegado de polícia e precisou deixar seu cargo na Câmara.<ref>Ata da Sessão Ordinária de 11 de abril de 1873, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref>
 
*'''2ª Legislatura monárquica (1874-1877):''' Nas eleições de 1873, Frederico Schlemm foi eleito vereador com 142 votos, pelo partido conservador.<ref>Inland - Kolonie Dona Franziska. Kolonie Zeitung, de Joinville, 10 de maio de 1873.</ref> Ele faleceu durante essa legislatura, em junho de 1876. [[Fernando Rogner]] foi convocado para substituí-lo.<ref>Ata da Sessão Ordinária de 19 de fevereiro de 1876, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref>
 
===[[Eleições Perdidas]]===
*1868 - 36 Votos.<ref name="Cent">Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.</ref>


=Informações Biográficas=
=Informações Biográficas=
===Imigração===
===Vida na Europa e Imigração===
O suíço Jacob Richlin chegou à colônia Dona Francisca em julho de 1851, trazido pela embarcação Emma & Louise, sendo este o segundo desembarque de imigrantes na colônia Dona Francisca. Jacob tinha 28 anos na ocasião, e com ele veio sua esposa. Ele veio listado como sapateiro.<ref>[https://www.joinville.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/06/Listas-de-imigrantes-de-Joinville-de-1851-a-1891-e-de-1897-a-1902.pdf Listas de Imigrantes], Arquivo Histórico de Joinville.</ref>
Frederico Schlemm nasceu em Hamelin, em 14 de agosto de 1829.<ref>[https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:QPFS-816N Alemanha - Batismos Luteranos, Casamentos e Sepultamentos, 1500-1971.] FamilySearch. Visitado em 17/11/2022</ref> Esta é a cidade do [https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Flautista_de_Hamelin conto do flautista] que livra a cidade dos ratos, depois hipnotiza as crianças por falta de pagamento da cidade.
 
Frederico imigrou para a Colônia Dona Francisca vindo a bordo do navio Emma e Louise, que chegou em maio de 1852. Ele tinha 26 anos na ocasião e veio com sua esposa Sophie Doris (21 anos). Schlemm veio listado como fabricante de charutos.<ref>[https://www.joinville.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/06/Listas-de-imigrantes-de-Joinville-de-1851-a-1891-e-de-1897-a-1902.pdf Listas de Imigrantes], Arquivo Histórico de Joinville.</ref>
 
===O Negociante===
[[Arquivo:Frederico schlemm negocio.jpg|288px|miniaturadaimagem|Anúncio do comércio de Schlemm, publicado no Kolonie Zeitung em 1876.</ref>]]
Frederico Jordan era negociante.
Frederico foi um dos pioneiros na abertura de comércio de "secos e molhados". Ele vendia fazendas, forragens e muito mais.<ref>Herkenhoff, Rosa. Subsídios Históricos. Blumenau em Cadernos, edição de Outubro de 1988.</ref>  


===Jacob e seu Curtume===
===Tragédia Familiar===
[[Arquivo:Jacbo richlin rua.jpg|288px|miniaturadaimagem|Rua Jacob, em vermelho no mapa de 1886]]
Carlos Ficker (1965, p.278) informa sobre um triste incidente envolvendo a família de Schlemm, em 1873. Uma epidemia de febre amarela grassou no Rio de Janeiro, para onde viajaram filhos dele, que atingidos pela doença, foram a óbito.<ref name="Ficker">Ficker, Carlos. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.</ref>
Fiel a profissão, Jacob continou trabalhando com couro. Segundo o historiador Dilney Cunha (2003, p.143):
Jacob utilizava a resina das folhas do mangue, planta abundante na região, para obter um couro resistente e sólido, com o qual confeccionava solas de sapato.<ref name="Suíços">Cunha, Dilney Fermino. Suíços em Joinville - O Duplo Desterro. 2 Ed. Joinville: Impressora Ipiranga, 2003. ISBN: 8578020197</ref>
Carlos Ficker (1965, p.86) dá outros detalhes sobre o cortume de Jacob, informando que este era:
(...) o primeiro curtume da Colônia, aproveitando uma pequena lagoa no local da hoje Rua Padre Carlos, na altura da Prefeitura Municipal. Descia do morro, hoje em parte aplainado e ocupado pelo Colégio Santos Anjos e pela sede do Corpo de Bombeiros, um riacho de águas límpidas e murmurantes à sombra de árvores seculares e densa vegetação. Os produtos dêsse curtume, couro de solas, constituiu a primeira mercadoria transportada, a lombo de burros, de Joinville, serra acima para Curitiba, em 15 de julho de 1865.<ref name="Ficker">Ficker, Carlos. História de Joinville - Crônicas da Colônia Dona Francisca. Joinville: Letra D'água, 2003. ISBN: 85-87648-39-X</ref>
O negócio prosperou. Na década de 1880, Jacob e seus filhos já tinham adquirido terras na margem esquerda do rio Cachoeira, na região do Boa Vista, para onde transferiram seu curtume.


===Morte===
===Morte===
Richlin morreu em maio de 1901. Uma nota no jornal República, de Florianópolis, noticiou sua morte, citando-o como um respeitável e honrado ancião.<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=892319&pesq=%22jacob%20richlin%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=12279 Jacob Richlin]. República, 7 de maio de 1901. Visitado em 11/11/2022</ref>
O site FamilySearch informa que Frederico Schlemm faleceu em Joinville, em 13 de junho de 1876. Em Novembro de 1877, sua viúva pedia por anúncio em jornal que os devedores ao extinto negócio de Frederico pagassem seus débitos, sob risco de sofrerem ação judicial.<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=711608&pesq=%22frederico%20schlemm%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=24 Annuncios]. Gaztea de Joinville, 6 de novembro de 1877. Visitado em 17/11/2022</ref>


===Família===
===Família===
Jacob era pai de Gustavo Adolfo Richlin, superintendente de Joinville, cargo comparável ao de atual prefeito.<ref>Maria Cristina Dias. Casa Richlin, Um Negócio Comandado pela Família há Quatro Gerações. [https://web.archive.org/web/20221112030647/https://ndmais.com.br/noticias/casa-richlin-um-negaocio-comandado-pela-famailia-a-quatro-geraacaoes/ NDmais], arquivado do [https://ndmais.com.br/noticias/casa-richlin-um-negaocio-comandado-pela-famailia-a-quatro-geraacaoes/ original]. Visitado em 12/11/2022.</ref>
[[Arquivo:Palacete schlemm em construcao 1928.png|288px|miniaturadaimagem|O Palacete Schlemm, em construção em 1928.<ref>Relatório Apresentado ao Conselho Municipal pelo Prefeito Dr. Ulysses Costa (1928), em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.</ref>]]
A esposa de Frederico Schlemm era tia de [[Johann Colin]] (João Colin), pai de [[Max Colin]] e avô de [[Rolf Colin]]. Seu filho Alexandre Schlemm foi um dos sócios da empresa Luz e Força, que inaugurou a energia elétrica em Joinville. Sua neta Thereza, filha de Alexandre, foi esposa de [[Plácido Olímpio de Oliveira]]. Seu filho Jorge foi aquele que edificou o [https://www.ipatrimonio.org/joinville-palacete-schlemm/#!/map=38329 Palacete Schlemm], que domina o panorama da rua do Príncipe, em frente à praça Nereu Ramos. O sobrenome também ficou marcado na memória da cidade com o futebol. O Ernestão, antigo estádio do JEC, tinha o nome de Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho.


=Homenagens=
=Homenagens=
[[Arquivo:Jacob richlin rua.png|288px|miniaturadaimagem|A Rrua Jacob Richlin, vista a partir da Rua do Príncipe.]]
Uma [https://goo.gl/maps/T9AsroLKVvKHp5qF9 rua no bairro Bom Retiro], homenageia um Frederico Schlemm, sem dizer se é o Frederico imigrante ou um descendente.
Uma [https://goo.gl/maps/E5Br2DBPMpvvMGYu6 rua no centro de Joinville], que sai da rua do Príncipe, homenageia o vereador Jacob Richlin.


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Edição atual tal como às 02h53min de 11 de março de 2024

Frederico Schlemm
Partido(s) Partido Conservador (1837)
Legislatura 1ª legislatura Monárquica
Assinatura Frederico schlemm assina.png

Em Joinville, Frederico (Friedrich) Schlemm, ou Heinrich August Friedrich Schlemme, foi vereador da e 2ª Legislatura Monárquica.

Vereador

  • 1ª Legislatura monárquica (1869-1874): Nas eleições de 1868, Frederico Schlemm ficou na suplência, mas foi convocado em Abril 1873 para preencher o número legal de vereadores,[1] provavelmente para assumir vaga deixada por Benno von Frankenberg, que havia sido designado subdelegado de polícia e precisou deixar seu cargo na Câmara.[2]
  • 2ª Legislatura monárquica (1874-1877): Nas eleições de 1873, Frederico Schlemm foi eleito vereador com 142 votos, pelo partido conservador.[3] Ele faleceu durante essa legislatura, em junho de 1876. Fernando Rogner foi convocado para substituí-lo.[4]

Eleições Perdidas

  • 1868 - 36 Votos.[5]

Informações Biográficas

Vida na Europa e Imigração

Frederico Schlemm nasceu em Hamelin, em 14 de agosto de 1829.[6] Esta é a cidade do conto do flautista que livra a cidade dos ratos, depois hipnotiza as crianças por falta de pagamento da cidade.

Frederico imigrou para a Colônia Dona Francisca vindo a bordo do navio Emma e Louise, que chegou em maio de 1852. Ele tinha 26 anos na ocasião e veio com sua esposa Sophie Doris (21 anos). Schlemm veio listado como fabricante de charutos.[7]

O Negociante

Anúncio do comércio de Schlemm, publicado no Kolonie Zeitung em 1876.</ref>

Frederico Jordan era negociante. Frederico foi um dos pioneiros na abertura de comércio de "secos e molhados". Ele vendia fazendas, forragens e muito mais.[8]

Tragédia Familiar

Carlos Ficker (1965, p.278) informa sobre um triste incidente envolvendo a família de Schlemm, em 1873. Uma epidemia de febre amarela grassou no Rio de Janeiro, para onde viajaram filhos dele, que atingidos pela doença, foram a óbito.[9]

Morte

O site FamilySearch informa que Frederico Schlemm faleceu em Joinville, em 13 de junho de 1876. Em Novembro de 1877, sua viúva pedia por anúncio em jornal que os devedores ao extinto negócio de Frederico pagassem seus débitos, sob risco de sofrerem ação judicial.[10]

Família

O Palacete Schlemm, em construção em 1928.[11]

A esposa de Frederico Schlemm era tia de Johann Colin (João Colin), pai de Max Colin e avô de Rolf Colin. Seu filho Alexandre Schlemm foi um dos sócios da empresa Luz e Força, que inaugurou a energia elétrica em Joinville. Sua neta Thereza, filha de Alexandre, foi esposa de Plácido Olímpio de Oliveira. Seu filho Jorge foi aquele que edificou o Palacete Schlemm, que domina o panorama da rua do Príncipe, em frente à praça Nereu Ramos. O sobrenome também ficou marcado na memória da cidade com o futebol. O Ernestão, antigo estádio do JEC, tinha o nome de Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho.

Homenagens

Uma rua no bairro Bom Retiro, homenageia um Frederico Schlemm, sem dizer se é o Frederico imigrante ou um descendente.

Vereadores da 1ª Legislatura Monárquica
Adolph HaltenhoffBenno von FrankenbergBernardo Poschaan Jr.Carlos MonichFrederico JordanFrederico LangeFrederico SchlemmJacob RichlinJean BauerLudovico von LaspergOttokar Dörffel
Vereadores da 2ª Legislatura Monárquica
Carlos KumlehnCarlos MonichCarlos PatzschFernando RognerFrederico SchlemmFrederico LangeJürgen JürgensenMathias BeigelOttokar DörffelRudolfo Klatt




Pesquisador: Patrik Roger Pinheiro - Historiador | Registro Profissional 181/SC

Como Citar
Referência

PINHEIRO, Patrik Roger. Biografia de Frederico Schlemm. Memória CVJ, 2024. Disponível em: <https://memoria.camara.joinville.br/index.php?title=Frederico_Schlemm>. Acesso em: 15 de maio de 2024.

Citação com autor incluído no texto

PINHEIRO (2024)

Citação com autor não incluído no texto

(PINHEIRO, 2024)

Referências

  1. Ata da Sessão Ordinária de 23 de abril de 1873, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  2. Ata da Sessão Ordinária de 11 de abril de 1873, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  3. Inland - Kolonie Dona Franziska. Kolonie Zeitung, de Joinville, 10 de maio de 1873.
  4. Ata da Sessão Ordinária de 19 de fevereiro de 1876, em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.
  5. Sociedade de Amigos de Joinville. Álbum do Centenário de Joinville. Curitiba: Gráf. Mundial, 1951.
  6. Alemanha - Batismos Luteranos, Casamentos e Sepultamentos, 1500-1971. FamilySearch. Visitado em 17/11/2022
  7. Listas de Imigrantes, Arquivo Histórico de Joinville.
  8. Herkenhoff, Rosa. Subsídios Históricos. Blumenau em Cadernos, edição de Outubro de 1988.
  9. Ficker, Carlos. História de Joinville - Subsídios para a Crônica da Colônia Dona Francisca. Joinville: Impressora Ipiranga, 1965.
  10. Annuncios. Gaztea de Joinville, 6 de novembro de 1877. Visitado em 17/11/2022
  11. Relatório Apresentado ao Conselho Municipal pelo Prefeito Dr. Ulysses Costa (1928), em guarda do Arquivo Histórico de Joinville.